- Oi mãe - Sophia pegou o telefone e arrumou coragem pra falar com a mãe.
- Sophia, querida - sentiu ela sorrir - como foi a vernissage? que voz é essa?
- Foi ótima, encantadora - sorriu forçada - eu acho que é uma pequena gripe encostando.
- Tome os remédios necessários - pausou - preciso te contar uma coisa.
- Claro.
- Seu pai me ligou e quer te encontrar, quer dizer - soltou um riso - ele tem algo a dizer.
Sophia engoliu seco, sua mãe ficou tão feliz em falar de seu pai. O quê tinha acontecido?
- Ele quer me ver?
- Sim, eu disse que você estava ocupada demais - imaginou a mãe colocando as mãos pro alto e rindo como fazia - quer que eu cancele com ele?
- Sua canja chegou - Micael entrou no quarto e Sophia se desesperou.
- Sophia, que voz é essa? - arregalou os olhos - é um homem?
Micael sentou na cama colocando o prato em um local não fofo, riu de sua expressão.
- Mãe, eu te ligo depois... - a loira tirou o celular da orelha deixando a mãe nervosa, Micael riu escutando o desespero da mãe pelo aparelho.
- Está usando camisinha?
E Sophia desligou, estava corada. Micael mordeu os lábios e baixou a visão, riu leve e baixinho.
- Em Sophia? você não respondeu sua mãe - lembrou.
- Será que eu devo usar? - se fez de boba pegando o prato e colocando nos joelhos, estava quente mas tinha algo protegendo, uma bandeja.
- Bom, eu acho que sim - sorriu malicioso - eu particularmente odeio camisinhas, mas é necessário.
A canja parecia ter entalado na garganta de Sophia, fez um esforço enorme pra comida descer e Micael se pôs a rir, estava quase gargalhando, nem parecia o Micael bravo de vinte minutos atrás.
- O quê eu tinha? - perguntou quase em um sussurro.
- Você teve uma descarga elétrica, efeito da cocaína - disse calmo - poderia ter tido uma overdose e eu me culpo por isso.
- Você se culpa?
- Por viciar você, que porra - pausou - na verdade eu não viciei você, isso foi pela sua própria vontade.
- Eu queria te impressionar.
Bingo, Saily!
- Mas que porra, por quê? - franziu a sobrancelha - você acha que eu iria me encantar assim por você? uma drogada de merda como eu.
- Você não é isso.
- Eu sou sim, eu cheiro, fumo maconha - pausou - só não uso crack porque quero isso longe de mim, esse demônio estragou a vida do meu irmão.
- Eu não sabia...
- Tem muita coisa de mim que você não sabe.
- Ah, jura?
- Pare com isso, vai estragar a sua vida.
- Parecia que você gostava...
- Quando? eu gosto de você assim - pegou em suas mãos, ela largou a colher olhando fixamente em seus olhos - gosto de você toda arrumadinha ou quando acaba de acordar, quando fica corada, quando não fala palavrão - sorriu - quando cita alguns de seus livros antigos e chatos pra caralho, gosto quando você usa a blusa do Ramones como desculpa pelo pôster - riram - eu gosto dessa Sophia, e não a que cheira pra porra e vai parar num hospital, eu odeio essa.
Ficaram em silêncio por minutos, as respirações ganharam mais vida no calmo do quarto. Sophia tirou a bandeja de cima de si e inclinou pra Micael que recebeu de braços abertos, os dois colados um no outro, Sophia sentiu vontade de partir pra cima de seus lábios.
- Por quê não fica comigo? pare de usar essas coisas, seja assim comigo.
- Eu não posso, branquinha - respirou fundo - eu sei que vou magoar você como magoei as outras, já disse isso.
- Podemos tentar - suplicou, Micael sentiu um aperto - eu gosto de você e sei que gosta de mim também.
- Eu sinto muito - saiu de seus braços a largando na cama - quando as aulas começarem eu sei que você vai achar um cara legal, um cara que te ame...
- Mas...
- Te ame mais do que eu - Sophia paralisou por instantes, não conseguiu processar o quê Micael tinha dito. Respirou fundo procurando palavras.
- Eu não quero outros, eu quero você - sorriu leve, era tão linda, Deus.
- Você precisa pensar, tudo bem? - ela balançou a cabeça - branquinha - remedou.
- Certo, já que não vamos chegar a lugar nenhum nessa discussão - bufou e voltou a pegar a bandeja, Micael riu - o quê foi?
- Vamos sair, na sexta - afirmou ainda sorrindo.
- O quê? vai me matar de overdose?
- Não, vou ficar de olho se alguém encostar com isso - ela riu - vai ser um lugar legal.
- O quê seria um lugar legal?
- Um lugar legal, oras - blefou, ela sorriu imaginando.
- Não pode me dar uma dica?
- Que dica você quer?
- Uma dica, oras - foi a vez dela de blefar.
- Certo, hum - encarou o chão pensando em algo - você vai criar novas experiências e vai se excitar.
- Você vai me levar num motel? - Micael riu, diabos ela o queria tanto.
- Qual foi? você quer tanto transar?
- Não quero discutir isso - corou novamente - quero saber onde vai me levar.
- Na sexta você descobre.
Sophia revirou os olhos como uma menina mimada, terminou sua canja e fez Micael levar a bandeja vazia pra cozinha, o mesmo bufou mas fez o que tinha mandado. Voltou minutos depois a verificando, estava tão linda deitada na imensidão de lençóis, achou graça e ela o viu.
- Ande, deite comigo - ela sorriu batendo no outro lado da cama, o chamando. Micael sentiu tentado com aquilo mas aceitou na hora.
Tirou os sapatos ficando de meia e deitou-se ao seu lado, ela tinha um sorriso estampado no rosto, estava quentinha pelos lençóis e seus olhos ganharam vida novamente, o tom do azul encantou o moreno, era tão linda, tão tentada.
Sophia não disse nada, apenas se acomodou e encarou os lábios de Micael que se inclinou arrancando um selinho dela, aquilo pararia em um selinho se não fosse seu fogo adentrando a língua, pequeno demônio como disse Micael. Os lábios se chocando e ela tirando tudo que for possível dele o deixando louco, o mesmo segurou seu maxilar parando o beijo com selinhos demorados, sorriu tentado mas ela tinha que dormir, e se aquietar.
- Durma um pouco, branquinha.
Apenas sorriu, tinha se aquietado agora com Micael deitado ao seu lado.
KAMU SEDANG MEMBACA
Branquinha
RomansaSophia, uma garota cuja está na faculdade se arrisca ao alugar um quarto em um apartamento nobre junto com sua amiga que acabou de conhecer. Rodeada de drogas, festa e sexo acaba conhecendo Micael, o novo dono de seu coração e destruidor de suas ino...