Capítulo 85

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- Bom dia, gente - Sophia sorriu a todos que estavam na mesa, tinha chegado mais cedo na casa de Antônia.

- Bom dia, querida - abraçou a mesma - como está?

- Bem e vocês? - sorriu - oi, Jon.

- Soph - abraçou a loira morrendo de saudades.

- Sophia, esse aqui é Jorge, meu marido.

Jorge Borges, pai de Micael, dono de uma grana alta e viajante do mundo, poderíamos dizer.

- Prazer, Sophia - abraçou a mesma.

- O prazer é meu, senhor Jorge - sorriu tímida.

- Então, Jorge chegou hoje mais cedo, fez uma baita surpresa - Antônia sorriu - hoje o almoço é especial.

- Oba - Jon vibrou - posso comer gelatina?

- Nada disso, ainda não virou festa - todos riram - vamos passear.

- Onde, vovó? - estava feliz, Sophia sorriu.

- Vamos ao shopping, podemos almoçar lá, se quiserem.

- Por mim, tudo bem - Jorge limpou a boca no guardanapo.

- O quê acha, querida? - encarou Sophia.

- Ah, por mim está tudo ótimo também - sorriu - pensei que iria ficar.

- Claro que não, você faz parte da família agora - de certo modo fazia mesmo.

Depois do café rápido que tiveram os quatro partiram para o shopping, Sophia arrumou Jon pra que brincasse confortável nos brinquedos de um parquinho, almoçaram em um restaurante chique saindo de lá e por fim pararam pra tomar sorvete, Sophia se lembrou da época que fazia isso com seus pais, sentiu saudade mas segurou as lágrimas enquanto andava com eles, Antônia não podia perceber.

- Como está indo a sua gravidez?

- Bem - na verdade, não.

- Jon me disse que quer brincar com ele, está mais ansioso que você - riram.

- Seu neto é adorável, nunca conheci uma criança tão esperta como Jon.

- Achávamos que não seria assim, por conta da ausência do pai.

- Ainda bem que não deu resultados.

- O amor dos avós já basta pra ele, é o que ele precisa.

- Exatamente - Sophia sorriu mas foi interrompida por seu celular vibrando - desculpe...

- Vá lá - Antônia sorriu vendo a loira sair de perto da mesma.

Esperou a chamada ser iniciada.

- Você está recebendo uma ligação da penitenciária de Seattle, digite dois para continuar.

- Amor.

- Oi, meu amor - pausou - você está bem? descansou?

- Estou bem sim, bem melhor.

- Tem certeza? essa sua voz me deixa preocupado.

- Estou no shopping com seus pais e o Jon.

- Meus pais? pera aí, meu pai voltou de viagem?

- Chegou hoje de manhã - encarou o chão.

- Nossa, que milagre ele ter voltado.

- Sua mãe está toda feliz, todo mundo reunido.

- Típico dela - respirou fundo - queria ver se estava bem.

- Estou sim, o cansaço é algo normal nessa fase, a médica disse.

- Então você foi ao médico ontem? Sophia, não minta pra mim.

- Eu fui sim, ela me disse isso - cerrou os olhos - está tudo bem com ele, a médica apenas me passou vitaminas novas - mentiu.

- Certo, vou acreditar nessa sua história.

- Acredite, é pura verdade - cruzou os braços - eu preciso ir, Jon está vindo.

- Tudo bem, se cuida, certo?

- Vou me cuidar - sorriu - eu te amo.

- Eu te amo - a ligação foi encerrada.


No presídio Micael ficava com uma leve desconfiança, Sophia adorava mentir pra ele quando estava mal e o mesmo tinha certeza, algo aconteceu e ela não queria falar.

Voltou a cela com dúvida em sua mente.

- Quais são as novas, maninho?

- Sophia está mentindo pra mim - pausou.

- Não está nada.

- A voz dela estava muito esquisita, não gosto quando fica assim.

- Vai ver é cansaço, gravidez deixa as patroas assim - Richard riu - tira essa cara.

- Que cara?

- A sua.

- Se eu tirar a minha cara, vou ficar sem.

- Que engraçadinho você - sentou na cama - vamos conversar.

- O quê quer conversar?

- Sobre alguma coisa, antes que eu vomite de tanto tédio dentro dessa cela.

- Podia fazer um sol hoje, Seattle só chove.

- Graças a Deus está chovendo, não queria trabalhar.

- Eu também não gosto de trabalhar.

- Certo, somos todos vagabundos - suspirou.

- Eu não aguento mais viver aqui.

- Você aguenta sim, é forte.

- Ontem tive um pesadelo, que coisa.

- Por isso estava se debatendo que nem um peixe? que bonitinho.

- Não zoe meus pesadelos, eles são sentimentais.

- Para de ser veado, Borges.

- Não sou, é sério - encarou Richard - eu não consigo explicar.

- Quer contar?

- Não, quero esquecer esse assunto.

- Se você falasse seria bom.

- Não quero falar desse assunto, não quero lembrar.

- Tudo bem - Richard deitou novamente - falando em dormir, essa chuva está boa pra tirar um cochilo.

- Boa noite.

- Boa noite - o amigo riu consigo se virando, iria dormir.

Enquanto Micael vivia seu inferno dentro daquela cela.


BranquinhaTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang