- Casar? - Sophia arregalou os olhos e engoliu seco, o moreno tinha as mãos nas suas esperançoso - Micael...
- Você não quer? - o brilho em seu olhar se perdeu.
- Eu quero mas - pausou - somos muito jovens pra isso, nem acabamos a faculdade.
- Dane-se a faculdade - sorriu - quero você comigo, juntos.
- Micael...
- Por favor - implorou - eu compro uma casa ou podemos expulsar Saily.
- Coitada de Saily - riu leve - vamos com calma primeiro, tudo bem?
- No meu dicionário não existe calma, branquinha - Sophia teve vontade de rir.
- Precisa existir - fez carinho em seus cabelos - vem, vamos dormir um pouco.
- Não vou conseguir.
- Vai sim - sorriu acolhedora e Micael assentiu.
Puxaram o edredom e dormiram naquela tarde, em silêncio e luto por Loren.
Dormiram tanto que o dia seguinte tinha chegado, o apartamento estava tão em silêncio que se pôde ouvir os dentes de Sophia triturando o cereal enquanto tinha o celular no ouvido, Micael estava atento em sua conversa na linha já que a mesma falava com alguém importante.
- Tudo bem... que horas posso passar aí? - a loira fechou o leite - está ótimo, isso... sou eu - sorriu - tudo bem, sim, é apenas o exame genecológico - cerrou os olhos - obrigada - e a ligação foi encerrada.
- Pra que horas ficou o exame? - a voz de Micael ainda fraca ecoou na varanda.
- As três - encarou o namorado - vou sair mais cedo da faculdade, tudo bem?
- Você quer que eu vá?
- Nem pensar - andou até ele rindo - eu te amo, sabia?
- Todo mundo me ama - a beijou - seja minha.
- Eu sou sua.
- Não é disso que estou falando.
- Já conversamos sobre isso - cruzou os braços voltando a mesa - vamos logo, estamos atrasados.
- Ainda falta vinte minutos.
- Fiquei de encontrar Ed, preciso resolver uns negócios - mentiu.
- Certo, então vamos - andou até ela a beijando novamente. Saíram do apartamento em puro amor.
O de sempre aconteceu, Micael deixou Sophia em sua universidade e partiu pra dele, estacionou o carro no mesmo lugar e quando saiu teve a breve surpresa.
- Mas que... porra - franziu o cenho vendo as velas na entrada, sorriu calmo e Tompson veio até ele.
- Fizeram uma homenagem - buscou um cigarro - você curtiu?
- Não pergunte isso pra mim, pergunte isso pra ela - apertou a mochila no ombro.
- Estou começando a achar que você mexe com espíritos, tipo macumba - andaram até a entrada.
- Se eu mexesse você seria o primeiro a morrer, faria um boneco vudu pra você.
- Pelos Deuses, não brinque com isso - Micael riu - é sério.
- Alguma novidade por aqui?
- Além do luto? nada mais - subiram as escadas - quer dizer, Nev programou um jogo de noite - Tompson olhou Micael - quer participar?
- Não.
- Que bom, todos nós vamos ter que ir.
- Mas eu disse que não quero.
- Mas vai valer nota, a professora se juntou com o babaca do time de futebol - pausou - o trabalho de código penal já era, o jogo vale ponto.
- Puta merda - grunhiu - vou ter que sair cedo.
- Vai vender de novo?
- Não, preciso levar Sophia ao médico.
- Jesus Branca doente? diga que eu mandei melhoras.
- Ela não está doente - parou vendo o amigo preocupado - não conte a ninguém mas - umedeceu os lábios se preparando - Sophia me deu um susto.
- Que tipo de susto?
- O tipo do susto que - pausou - você irá ficar boa em nove meses.
- Puta merda, como isso?
- Você sabe como.
- Camisinha existe pra quê?
- As do meu bolso tinha acabado, eu dei uma pílula do dia seguinte.
- E aí?
- O teste não deu nada, ela vai ter um exame ginecológico.
- Caralho, que merda - entraram na sala - eu sinto muito.
- O bom é que o susto passou.
- Isso serve pra você aprender e comprar pílulas descentes - advertiu - imagine se estivesse grávida, o quê iria fazer?
- Iria assumir, o óbvio.
- O pai dela iria te matar.
- E a mãe também - Tompson riu leve.
- Pare de pensar nisso e segure seu pau, se não antes do semestre teremos um bebê.
Micael remoeu as palavras de Tompson na cabeça, esperou todos entrarem e a aula ser iniciada. Não prestou muito a atenção encarando o lugar que era de Loren, rabiscou o caderno com pensamento longe antes de mandar mensagens a Sophia dizendo que iria participar do jogo, chegaria mais tarde no apartamento e a mesma aceitou.
Já com Sophia não foi muito diferente, após receber as mensagens do namorado saiu da sala, faltava pouco pra sua consulta com a ginecologista, contou a Ed o quê tinha acontecido e o loiro se aliviou ao saber que não tinha um bebê em seu ventre. A loira saiu da universidade e pegou um táxi, não demorou muito a já estava no consultório.
- Você quer um anticoncepcional, é isso? - Sophia encarou a médica também loira, escrevia algo num bloquinho, era jovem e bem atraente.
- Sim, pra casos...
- Pra casos de sexo sem camisinha - ela riu, a aliança reluziu em sua mão - você já tomou algo desse tipo?
- Nunca, só a pílula - pausou - como falei.
- Você deu sorte - se levantou - vou te passar esse anticoncepcional - mostrou a caixa pra Sophia - não fique preocupada, seu corpo irá mudar um pouquinho mas nada de pânico - brincou - e tome todos os dias, tudo bem?
- Sim - sorriu.
- Vou pedir um exame ultra vaginal só pra certificar que está tudo bem - as duas sorriram - fique tranquila.
- Vou ficar.
Mal sabia que seus dias de tranquilidade estavam acabando.
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Branquinha
RomanceSophia, uma garota cuja está na faculdade se arrisca ao alugar um quarto em um apartamento nobre junto com sua amiga que acabou de conhecer. Rodeada de drogas, festa e sexo acaba conhecendo Micael, o novo dono de seu coração e destruidor de suas ino...