Capítulo 40

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- Casar? - Sophia arregalou os olhos e engoliu seco, o moreno tinha as mãos nas suas esperançoso - Micael... 

- Você não quer? - o brilho em seu olhar se perdeu. 

- Eu quero mas - pausou - somos muito jovens pra isso, nem acabamos a faculdade. 

- Dane-se a faculdade - sorriu - quero você comigo, juntos. 

- Micael... 

- Por favor - implorou - eu compro uma casa ou podemos expulsar Saily. 

- Coitada de Saily - riu leve - vamos com calma primeiro, tudo bem? 

- No meu dicionário não existe calma, branquinha - Sophia teve vontade de rir. 

- Precisa existir - fez carinho em seus cabelos - vem, vamos dormir um pouco. 

- Não vou conseguir. 

- Vai sim - sorriu acolhedora e Micael assentiu. 

Puxaram o edredom e dormiram naquela tarde, em silêncio e luto por Loren. 


Dormiram tanto que o dia seguinte tinha chegado, o apartamento estava tão em silêncio que se pôde ouvir os dentes de Sophia triturando o cereal enquanto tinha o celular no ouvido, Micael estava atento em sua conversa na linha já que a mesma falava com alguém importante. 

- Tudo bem... que horas posso passar aí? - a loira fechou o leite - está ótimo, isso... sou eu - sorriu - tudo bem, sim, é apenas o exame genecológico - cerrou os olhos - obrigada - e a ligação foi encerrada. 

- Pra que horas ficou o exame? - a voz de Micael ainda fraca ecoou na varanda. 

- As três - encarou o namorado - vou sair mais cedo da faculdade, tudo bem? 

- Você quer que eu vá? 

- Nem pensar - andou até ele rindo - eu te amo, sabia? 

- Todo mundo me ama - a beijou - seja minha. 

- Eu sou sua. 

- Não é disso que estou falando. 

- Já conversamos sobre isso - cruzou os braços voltando a mesa - vamos logo, estamos atrasados. 

- Ainda falta vinte minutos. 

- Fiquei de encontrar Ed, preciso resolver uns negócios - mentiu. 

- Certo, então vamos - andou até ela a beijando novamente. Saíram do apartamento em puro amor. 

O de sempre aconteceu, Micael deixou Sophia em sua universidade e partiu pra dele, estacionou o carro no mesmo lugar e quando saiu teve a breve surpresa. 

- Mas que... porra - franziu o cenho vendo as velas na entrada, sorriu calmo e Tompson veio até ele. 

- Fizeram uma homenagem - buscou um cigarro - você curtiu? 

- Não pergunte isso pra mim, pergunte isso pra ela - apertou a mochila no ombro. 

- Estou começando a achar que você mexe com espíritos, tipo macumba - andaram até a entrada. 

- Se eu mexesse você seria o primeiro a morrer, faria um boneco vudu pra você. 

- Pelos Deuses, não brinque com isso - Micael riu - é sério. 

- Alguma novidade por aqui? 

- Além do luto? nada mais - subiram as escadas - quer dizer, Nev programou um jogo de noite - Tompson olhou Micael - quer participar? 

- Não. 

- Que bom, todos nós vamos ter que ir. 

- Mas eu disse que não quero. 

- Mas vai valer nota, a professora se juntou com o babaca do time de futebol - pausou - o trabalho de código penal já era, o jogo vale ponto. 

- Puta merda - grunhiu - vou ter que sair cedo. 

- Vai vender de novo? 

- Não, preciso levar Sophia ao médico. 

- Jesus Branca doente? diga que eu mandei melhoras. 

- Ela não está doente - parou vendo o amigo preocupado - não conte a ninguém mas - umedeceu os lábios se preparando - Sophia me deu um susto. 

- Que tipo de susto? 

- O tipo do susto que - pausou - você irá ficar boa em nove meses. 

- Puta merda, como isso? 

- Você sabe como. 

- Camisinha existe pra quê? 

- As do meu bolso tinha acabado, eu dei uma pílula do dia seguinte. 

- E aí? 

- O teste não deu nada, ela vai ter um exame ginecológico. 

- Caralho, que merda - entraram na sala - eu sinto muito. 

- O bom é que o susto passou. 

- Isso serve pra você aprender e comprar pílulas descentes - advertiu - imagine se estivesse grávida, o quê iria fazer? 

- Iria assumir, o óbvio. 

- O pai dela iria te matar. 

- E a mãe também - Tompson riu leve.

 - Pare de pensar nisso e segure seu pau, se não antes do semestre teremos um bebê. 

Micael remoeu as palavras de Tompson na cabeça, esperou todos entrarem e a aula ser iniciada. Não prestou muito a atenção encarando o lugar que era de Loren, rabiscou o caderno com pensamento longe antes de mandar mensagens a Sophia dizendo que iria participar do jogo, chegaria mais tarde no apartamento e a mesma aceitou. 

Já com Sophia não foi muito diferente, após receber as mensagens do namorado saiu da sala, faltava pouco pra sua consulta com a ginecologista, contou a Ed o quê tinha acontecido e o loiro se aliviou ao saber que não tinha um bebê em seu ventre. A loira saiu da universidade e pegou um táxi, não demorou muito a já estava no consultório. 

- Você quer um anticoncepcional, é isso? - Sophia encarou a médica também loira, escrevia algo num bloquinho, era jovem e bem atraente. 

- Sim, pra casos... 

- Pra casos de sexo sem camisinha - ela riu, a aliança reluziu em sua mão - você já tomou algo desse tipo? 

- Nunca, só a pílula - pausou - como falei. 

- Você deu sorte - se levantou - vou te passar esse anticoncepcional - mostrou a caixa pra Sophia - não fique preocupada, seu corpo irá mudar um pouquinho mas nada de pânico - brincou - e tome todos os dias, tudo bem? 

- Sim - sorriu. 

- Vou pedir um exame ultra vaginal só pra certificar que está tudo bem - as duas sorriram - fique tranquila. 

- Vou ficar. 

Mal sabia que seus dias de tranquilidade estavam acabando. 

BranquinhaWhere stories live. Discover now