- VOCÊ PASSOU DE TODOS OS LIMITES - Sophia gritou enquanto Micael a seguia pelo estacionamento.
- Por quê está com raiva? - correu até sua frente - POR QUÊ?
- ESTERCO DE PORCO? PELO AMOR, MICAEL - se esquivou mas Micael pegou seu braço -ME SOLTE.
- Não acredito que está com raiva porque fiz sua vingança - olhou incrédulo - deveria me agradecer.
- Agradecer? por quê isso?
- Veja o quê ela fez com você - apontou ao sobretudo de Sophia bem fechado - é por isso que fiz aquilo tudo.
- Você é terrível.
- Não acredito que vai ficar brava com aquilo - cerrou os olhos - é só esterco de porco.
- Jura? pensei que você ia jogar um balde de sangue na cabeça dela.
- Isso seria lesão corporal e não estamos num livro do Stephen King - disse calmo abrindo a porta do carro.
- Me leve pra casa, apenas isso.
- Branquinha - encostou a mão em sua coxa mas ela o parou.
- Não toque em mim, apenas me leve pra casa - engoliu seco encarando o retrovisor.
Ficaram em silêncio na volta pra casa, o motivo de estar brava com Micael foi que a loira tinha sentido nojo, pena, era mole demais pra essas coisas. O caminho inteiro foi repleto de nada, apenas os sons de fora batiam um rápido clima.
Sophia subiu as escadas cansada, tirou o sobretudo quando entrou na sala nem se importando com a varanda aberta já que estava sem nada por baixo, abriu o botão da calça jeans se livrando e indo ao banheiro, Micael chegou logo depois fechando a porta e escutando o som do chuveiro.
Pensou bem antes de fazer o que queria mas deixou os pensamentos levarem, abriu o maço de cigarro colocando um entre os lábios, foi pra varanda tragando solitário, o tempo nunca mudava em Seattle.
- E aí - escutou o barulho da porta, Saily tinha passado por ela - que cara é essa?
- Sua amiga odiou o quê fiz.
- Por quê? foi a passeata mais épica do ano - se jogou no sofá.
- Ficou com pena, eu acho.
- Tudo bem, achei a parte do esterco de porco um pouco pesado - pausou - mas, foi foda e isso importa.
- Ela tinha que achar bom e não eu.
- Você deu o seu melhor, apenas isso.
- Eu faço de tudo pra deixar ela feliz mas mesmo assim, não funciona.
- Calma, vai ver é TPM.
- Duvido.
- Não duvide de uma mulher - cerrou os olhos - o quê vamos fazer? as aulas foram suspensas e amanhã temos aula de novo.
- Vamos ficar aqui, a não ser quê você queira dar um perdido como faz todas as vezes - Saily riu leve.
- Eu amo vocês mas preciso me divertir.
- Sabe - andou até ela - eu quero ficar chapado.
- Chapado? - gargalhou - não era você que tinha parado com isso?
- Que se foda - deu de ombros - o quê você tem?
- De tudo um pouco - se animou, fazia tempo que isso não acontecia - caralho, eu preciso gravar esse momento.
- Pare de graça e vai buscar meu remédio.
- É pra já - brincou saindo em um pulo enquanto o moreno esperava sentado na mesa.
Não demorou muito pra que já estivessem chapados. Saily com um cigarro de maconha nas mãos passando a Micael que tinha um dólar enrolado entre os dedos cheirando sua carreira, se Sophia saísse do quarto iria acontecer a terceira guerra mundial. Cheiraram tanto que as narinas pediam arrego, ardia mais que tudo.
- Aí, vai com calma - a morena riu - deveríamos chamar ela.
- Não - se escorou na mesa - eu estou muito chapado, de verdade.
- Eu gosto de cheiro de café, e você?
- Café? eu entendi outra coisa.
- Você gosta?
- Eu gosto de trepar - riu - eu trepo que nem um ator pornô.
- Que mentira.
- É sim - os olhos mal abriam - quando você trepou comigo não sabia de nada.
- Claro que sabia.
- Sabia nada, nem gemer direito você sabe.
- Para de me ofender.
- Eu te ofendo porque você é uma vadia amiga da Rachel.
- Eu era amiga dela, não sou mais - tragou o cigarro de maconha.
- Aquele filho é meu - apontou a Saily - ele parece comigo, bastardo igual.
- Você é um bastardo.
- Escreve o quê eu estou te dizendo - engoliu seco - eu ainda vou fazer um filho na Sophia.
- Deixa ela.
- SOPHIA - gritou arrancando gargalhadas da morena - vem aqui, a gente está chapado.
- VOCÊ PRECISA CUIDAR DELE.
- É - sorriu - caralho que droga é essa?
- Passou da validade.
- Droga vence?
- Minha tia disse que sim - cerrou os olhos - eu não aguento mais, vou vomitar pó de maconha.
- Não seria vomitar fumaça de maconha?
- E maconha sai fumaça?
- Sai, não sai?
- Eu não sei - se encararam.
- Quando eu for velho vou ter uma plantação de maconha na minha casa.
- Por quê na sua casa?
- Porque vai ser lá que eu vou morar - assentiu - e eu não vou te convidar pra comer no Domingo.
- Eu nem queria mesmo.
- Guaraná é muito bom, não é?
- E a casa de maconha?
- Meu pé.
- De quê?
- De maconha e não casa - levantou caindo no sofá, Saily o olhou - boa noite.
- Vai sair fora assim? nem fumamos a metade.
- Nós fumamos uns três cigarros pelo que eu me lembre - bagunçou o cabelo - agora boa noite.
- Mas ainda é dia.
- Foda-se, boa noite e até amanhã.
- Até o natal.
- Feliz ano novo, Saily cabeça de bagre.
- Shirny.
- An?
- BOA NOITE, BOA NOITE.
- Satélites desligando, boa noite.
Boa noite, bando de chapados.
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Branquinha
RomanceSophia, uma garota cuja está na faculdade se arrisca ao alugar um quarto em um apartamento nobre junto com sua amiga que acabou de conhecer. Rodeada de drogas, festa e sexo acaba conhecendo Micael, o novo dono de seu coração e destruidor de suas ino...