Branquinha

Capítulo 4

E lá estava Sophia devorando os lábios carnudos de Micael, afinal ele fazia esse trabalho. Viu o moreno encurralar ela na parede e subir sua blusa, não chegou perto do umbigo e Sophia protestou, não iria transar com ele ali, não teria sua primeira noite numa varanda. Não mesmo. 

- Micael - saiu do beijo e também saiu de seus braços. 

- O quê? você não gostou? - estava preocupado, se fosse outra ele nunca perguntaria. 

- Eu gostei - sentiu o rosto queimar e estava corada, ele sorriu - devemos ir, devagar... 

- Como quiser - enfiou as mãos no bolso - que tal tomarmos um sorvete - Micael mudava de assunto rápido, Sophia riu feito criança. 

- Já está tudo fechado - advertiu. 

- Temos potes no freezer. 

E assim fizeram, enquanto foram na sala Micael pegou os dois potes de sorvetes, creme e chocolate. Sentaram no chão, um com cada colher e se deliciaram, Sophia teve vontade de passar o doce pelo corpo definido de Micael e lamber até dizer chega, o quê estava acontecendo? 

- Me fale mais de você - fez graça com a colher. 

- Mais? Saily já disse tudo - riu leve - filha da puta. 

- Coitada - riram - você conheceu ela aqui? 

- Sim, decidimos morar juntos e fazer alugueis - disse calmo enquanto tomava o sorvete de creme, que agora estava acabando. 

- Vocês eram namorados? - a curiosidade falou mais alto, e se fossem? como iria ficar? 

- Não, mas já transamos - Sophia teve vontade de sair correndo pro sanitário e vomitar todo o sorvete que tomou, sua mente nublava ao pensar isso - tudo bem? 

- Sim - respirou fundo - você gosta dela? 

- Não - pausou ainda calmo - transamos uma vez, estávamos cagados de bêbados e depois de um tempo ela descobriu. 

- O quê? - sentiu curiosidade de novo. 

- Saily é lésbica - a loira sentiu um alivio, se pudesse pularia cantarolando algo - mais alguma pergunta? 

- Não - riu tímida - desculpa, eu gosto de perguntar muito. 

- É, eu percebi - deu de ombros - agora é minha vez. 

- Manda ver - estava se soltando, isso era um sinal. 

- Quando eu cheguei estava falando com sua mãe, ela é legal? 

- Minha mãe? - assentiu - super, mais que o meu pai. 

- Também não gosto do meu pai - riram, ela viu Micael apoiar a cabeça em um braço. 

- Eles se separaram então nunca mais tive contato, quer dizer eu tenho um pouco - sorriu - me deu o dinheiro pra faculdade. 

- Você vai fazer o quê? 

- Moda - sorriu, Micael adorava vê-la sorrindo - eu gosto desse meio, é tão... 

- Sua cara - riu leve - estou cheio, quer mais? - disse se referindo ao sorvete, ela queria que fosse referido ao beijo. 

- Não, pode guardar se quiser - corou. 

Viu Micael levantar, a calça caindo um pouco pela cintura, foi até o freezer e tampou os potes fazendo com que eles congelassem de volta. Ajudou Sophia a levantar do chão, a mesma arrumou o shorts que estava mais curto do que deveria. 

- Suas aulas começam semana que vem - sorriu chamando ela pra sentar no sofá. 

- Sim, as suas também - a encarou - creio que sim, aliás - quase deu um pulo fazendo Micael rir - o quê você está fazendo? 

- Na faculdade? nem eu sei - riram novamente - faço algo parecido com administração mas é chato pra caralho - encarou ela, olho no olho - desculpa o palavrão, branquinha. 

Gostava que chamasse ela por esse nome, era impuro, doce e ao mesmo tempo romântico. Micael observou o ombro da loira, branquinho, era tão linda. Sentiu vontade de colocar seus lábios ali, deitar ela no sofá e fazer amor até amanhecer, não queria apenas uma trepada. 

Afinal Micael nunca tinha feito amor, fez apenas com uma namorada que sentiu de verdade o ato, não era de relacionar e muito menos viver apaixonado, romance água com açúcar não era o seu forte. 

E num estalar de dedos achou estranho e ficou surpreso quando Sophia se inclinou, colocou as mãos delicadas em seu rosto e beijou novamente, a língua dançando em sua boca, ela era demais pra ele. Se inclinou mais fazendo com que a loira ficasse de joelhos no sofá, não estava aguentando seus hormônios mas achou que não era a hora, ou sim. Micael não fez nenhum ato que a pedisse, mas que diabos ela tinha pedido quando gemeu durante o beijo, fez seu membro latejar de tesão misturado com algo que não sabia. 

Sim, era amor. 

- Calma - saiu de seus lábios raciocinando a respiração - calma, lembra? - ela corou, colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha. 

- Desculpa, eu... 

- Calada - sussurrou - quero te convidar... 

- Me convidar? - sorriu.

- Sim, amanhã vai ter uma balada perto daqui e tenho dois ingressos... merda, eu não sei fazer isso - Sophia riu, estava nervoso e com as mãos suando. 

- Eu quero - encorajou, nunca tinha ido ao uma balada antes. 

Afinal Sophia era o quê? um museu? 

Nunca tinha fumado, nem feito sexo e nem saído. Meu Deus. 

- Certo então - brincou com os lábios - eu vou pro meu quarto, se quiser assistir alguma coisa... 

Quase soltou um "posso ir com você?" mas decidiu ficar calada, não era tão safada assim. 

- Está tudo bem, eu vou achar um jeito de me deitar - Micael levantou do sofá ainda sorrindo. 

- Tem filmes na segunda gaveta, são de Saily - sorriu - mas não mexa na terceira, são pornôs e você deve ficar longe disso - Sophia riu, adorava a graça em Micael. 

O moreno adentrou seu quarto mas ela o seguiu. Diabos, queria brincar com fogo. 

Parou na porta entreaberta e ele viu, achou graça. 

- Aconteceu alguma coisa? - sorriu. 

- Nada, é... 

- Vou deixar a porta destrancada, se tiver precisando de algo é só me chamar - sorriram e Micael deu um selinho demorado, ela quase caiu pra trás, estava gostando dele - boa noite, branquinha. 

- Boa noite - o moreno fechou a porta e Sophia quase caiu pra trás de novo, as pernas cambaleando e o nervosismo indo e voltando em seu corpo. Sentou-se na cama e ficou pensando, estava gostando de Micael, era bom ou ruim? Enquanto pensava cruzou as pernas e sentiu algo úmido em sua calcinha, adentrou um dedo pela virilha e quando sentiu sua intimidade viu que estava totalmente molhada, prontinha pra ele se quisesse. Seu coração palpitou, nunca esteve assim antes, mas isso tinha um nome. 

Efeito Micael.