Capítulo 32

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Não se falou mais nada depois do acontecido, Sophia ficou quieta agora de banho tomado assistindo um filme enquanto Micael preparava seu chá, tinha colocado essência de Vréch pra loira dormir rápido, um calmante não vendido mais. Escutaram a porta da frente ser aberta e viram Saily, tinha roupas trocadas e estava muito limpa, Sophia virou-se pra encara-la e ficou quieta no mesmo, tinha raiva, saudade, tristeza e tudo mais. 

- Oi - a morena entrou na cozinha abrindo a geladeira - o quê houve com o braço dela? 

- Problemas - Micael segurou a xícara - vá falar com ela. 

- Sim - assentiu e saiu da cozinha com uma pequena garrafa de água na mão. 

Sophia ainda quieta no sofá escutou os passos largos da morena, encarou na mesma que sentou ao seu lado, o quê iria falar? iriam brigar novamente? 

- Eu quero te pedir desculpas, estava chapada - olhou triste - me desculpe. 

- Tudo bem - encarou a TV  e depois Saily - me desculpe também, não queria te bater. 

- Queria sim - sorriu fraco - o quê houve? - apontou pro braço de Sophia que agora estava mais avermelhado que o normal. 

- Meu pai - engoliu seco e viu Micael ficar do lado de Saily, agachou com a xícara na mão. 

- Tome aqui, meu amor - entregou a ela que sorriu em agradecimento, estava tão pra baixo - quer ir pro meu quarto? 

- Eu não sei - encarou a xícara e bebeu o líquido quente, respirou fundo. 

- Melhor você ir, só não façam barulho demais - Saily brincou andando até seu quarto, Micael viu Sophia ainda quieta bebendo seu chá, logo iria fazer efeito. 

- Segure - riu baixo pegando a loira no colo que protegia o chá pra não cair. 

Entraram no quarto de Micael, a cama arrumadinha e seus livros na escrivaninha também, o moreno deixou ela sentada que logo se acomodou, bateu nos travesseiros acolchoados e voltou a beber seu chá, umedeceu os lábios e encarou o namorado. 

- Quero falar sobre o quê aconteceu - disse calma. 

- Já disse que não precisa falar - fez carinho em seu rosto. 

- Ele abriu minhas pernas e colocou um negócio de metal, me abriu e reclamou, disse que passei dos limites - uma lágrima caiu - ele tirou o cinto - pausou - eu pensei que ele iria me estuprar. 

Micael ficou calado, sua face empedrou tendo em mente que Sophia já tinha sido abusada pelo pai, pensou várias coisas mas queria matar Renato a todo custo, e ele iria. 

- Ele te bateu, não foi? 

- Sim, me bateu - secou as lágrimas - eu preciso ligar pra minha mãe. 

- Fale com ela depois que acabar a viagem. 

- Isso é sério, ela precisa saber - encarou Micael - me ajude, por favor. 

- Já disse que vou te ajudar em tudo, vou te proteger - aproximou-se de Sophia e deu um beijo calmo, as línguas dançando gostosamente e logo foram cessando com selinhos - amo você. 

- Eu também amo você - sorriu e deixou a xícara de lado, acomodou-se na cama e o sonho lhe veio, Micael sorriu. 

Cobriu Sophia e desligou a luz indo pra sala, encarou o cômodo vazio e apenas a TV ligada, caminhou até as agendas e viu a caligrafia de Sophia com o nome e número de sua mãe. Pegou o pequeno bloquinho encarando o telefone, discou os números e uma voz doce o atendeu. 

- Alô? 

- Oi senhora Branca, aqui é Micael - pausou - o namorado de Sophia. 

- Micael? - riu leve - que prazer, como Sophia está? 

BranquinhaWhere stories live. Discover now