Capítulo 27

626 25 0
                                    

Depois do maldito trabalho em dupla Micael conseguiu sair da aula, vendeu mais cinco pacotinhos com carreira e ficou satisfeito após contar o que tinha lucrado. Tompson o acompanhou enquanto entrava no carro, estava ajudando Micael e não vendendo como tinha prometido. 

- Vamos ir pra aquela ponte perto da estrada - disse calmo - todos os viciados estão lá. 

- Alguns pontos são de outras pessoas - encarou o volante - não sei s...

- Pare de fazer drama, não tem ninguém lá - encarou Micael - vamos logo.

Micael dirigiu até a tal ponte, estacionou o carro em um estacionamento abandonado. Pegou sua mochila escorando nos blocos que reforçava a tal ponte, que era considerado mais uma passarela. 

- E agora? - Tompson pegou um cigarro. 

- Aprende com o papai - Micael cruzou as pernas e assoviou, não tinha demorado nem vinte minutos e a movimentação de usuários tinha aumentado. Venderam pra velhos, universitários, empresários e até médicos residentes, uma loucura. Enquanto Micael entregava os pacotinhos Tompson contava o dinheiro vivo nas mãos, dólar por dólar, podiam sentir o cheiro. 

Micael encarou a mochila e viu que só tinha metade, respirou fundo e guardou os dólares que tinha lucrado, chamou Tompson e voltaram ao carro indo pra casa. Deixou o amigo na sua e partiu pro apartamento mas deu meia volta lembrando de Sophia, tinha que buscar na universidade. Parou o carro na frente e viu a loira acompanhada de Ed, não tinha mais pessoas na saída, apenas os dois.

- Meu amor, me desculpe - andou até ela. 

- Onde estava? - beijou o moreno que sorriu pra Ed. 

- Oi, Ed - sorriu - o pneu do carro furou, iria pegar um táxi mas a grana estava curta - mentiu.

- Ah, por quê não me avisou? eu te dava dinheiro. 

- Jamais - riu leve - então, seu amigo precisa de carona? 

- Na verdade não, estava esperando você chegar - Ed sorriu - não deixaria minha Barbie sozinha aqui. 

- Muito obrigado, Ed - Micael sorriu amigável e enlaçou os braços na cintura de Sophia. 

Os dois entraram no carro enquanto Ed se dirigia ao ponto de ônibus. Sophia encarou o namorado enquanto ligava o veículo saindo dali. 

- Estava com saudade, sabia? 

- Eu também estava - sorriu - fiz um trabalho horroroso de código penal. 

- Que chato - riu leve - eu não prestei atenção nas aulas, estou cansada ainda. 

- Cansada? - olhou indignado - isso é bom, quer dizer que eu te canso - pousou a mão na coxa da namorada. 

- Tire o cavalinho da chuva, hoje quero descansar. 

- Você é quem manda - bateu continência rápido voltando a dar atenção no volante, Sophia riu. 

Antes de irem pra casa passaram no restaurante, pediram algumas massas especiais pro jantar e voltaram ao apartamento. Saily já tinha chegado e estava com uma amiga, ou quase namorada pra ser mais exato. As duas fumavam maconha, o cômodo embaçado pela fumaça, Sophia tossiu antes de encarar a morena. 

- Demoraram - mal conseguiu abrir os olhos - onde estavam? 

- No inferno - Micael abriu as cortinas da varanda - que diabo Saily, tem certeza que é maconha mesmo? 

- Maconha com uma essência, quer fumar? - mostrou o cigarro a Micael que lhe deu um tapa leve na cabeça. 

- Você ache um jeito de tomar banho - olhou a morena - e você, quem é você? - encarou a menina que tinha os pés em cima do sofá e fumava junto com Saily. 

- Essa é minha amiga, Jorden - riu abobada - ela veio de muito longe. 

- E vai embora do mesmo jeito que veio - segurou a menina pelo braço pedindo que saísse dali - tchau Jorden, foi um prazer vê-lá. 

Saily encarou brava Micael enquanto levava Jorden até a porta, Sophia segurou o riso espantando a fumaça com as mãos enquanto tossia feito condenada, o cheiro lhe embrulhava o estômago. Abriram todas as janelas tentando se livrar daquela fumaça. 

- Você perdeu o juízo? 

- Eu nunca tive - Saily deu de ombros jogando a maconha fora - você está chato pra caralho, expulsou minha amiga. 

- Você queria que eu convidasse pra um chá e depois expulsasse? pelo amor de Deus - cruzou os braços - não acredito que está se tornando isso. 

- Me tornando isso? - andou mais perto dele - o quê houve com o Borges porrada louca? 

- Sumiu, junto com a sua fumaça de maconha. 

- Você deveria fumar, está muito estressadinho.

- Parei com essa merda - Sophia sorriu - fumo cigarro, apenas. 

- Boiola. 

- Que te banca aqui dentro, e eu acho melhor você rever o jeito que fala comigo - apontou o dedo a Saily que ficou tensa. 

- Vai fazer o quê? me expulsar do mesmo jeito que expulsou Jorden? 

- Se for preciso - encarou a morena, Sophia entrou no meio. 

- Saily, que tal você tomar um banho pra podermos jantar - sorriu amigável - que tal? 

- Que tal o Micael contar a grande novidade a você. 

- O quê? - Micael encarou Saily confuso, Sophia fez o mesmo. 

- Conta pra ela, Micael - sorriu - conta pra sua branquinha. 

- Está chapada, não tenho nada pra contar - advertiu calmo, na verdade ele tinha sim. 

- Tudo bem, eu conto - olhou Sophia - sabia que seu namorado virou o chefe da boca? eu acho que isso ele não te contou. 

Micael empedrou ali, de pé. Sophia ficou calada sem entender, apenas cruzou os braços. Saily agora sorria maléfica, que diabos tinha acontecido? não gostava dos dois pra machucá-los assim? 

- Saily - Micael repreendeu. 

- Jackson me contou - sorriu ainda mais - ele vende droga, Sophia - a loira engoliu seco cerrando os olhos - trafica pra ter o máximo de grana, pra mimar você e falar que ganha dos pais - Sophia ainda calada respirou fundo - eu vou rir quando você arreganhar a boceta numa prisão só pra visitar Micael, eu vou rir muito. 

Não viram mais nada, apenas Sophia partindo pra cima de Saily, segurou os cabelos da morena lhe dando tapas na cara, a loira prensou a mesma na parede e deu pontapés, Micael segurou sua cintura tentando remover o redemoinho de briga que rolava na sala. 

Só queria achar palavras pra quando Sophia soltasse Saily e encarasse ele. 

BranquinhaWhere stories live. Discover now