Branquinha

Capítulo 62

Sophia tinha fechado o caderno naquela aula irritante, tentou mandar mensagens a Micael pra passar o tempo mas não tinha dado certo. Pegou suas coisas junto com a mochila saindo da sala, deixou um recado pra Ed e foi embora, tinha um encontro com sua mãe. Chamou um táxi não demorando muito, iriam se encontrar no shopping. Ajustou seu vestido e encarou o rosto mais uma vez, passou um pouco de pó escondendo os hematomas que saíam da maquiagem, logo estava pronta e com saudade. 

- Mãe - avistou a mesma que tomava um café, se abraçaram. 

- Querida - beijou a testa da loira que sentou na cadeira - estava com saudade. 

- Eu também, o quê me conta novamente? 

- Nada, apenas cansaço - cerrou os olhos - está diferente. 

- Como assim? 

- Está mais feliz - sorriram - seu namoro está indo bem, então. 

- Está indo ótimo - pausou - aliás, preciso falar algo com a senhora. 

- Conte-me, querida. 

- Eu e Micael vamos nos casar - colocou a mão na mesa mostrando a sua mãe o anel que tinha ganhado, a mesma ficou boquiaberta. 

- Você ficou maluca? - queria aumentar o tom de voz. 

- Não, eu amo ele e ele me ama. 

- Acontece que você é muito nova, mal conhece ele querida. 

- Conheço o suficiente pra saber que eu amo. 

- Não acredito, Sophia - colocou as mãos na cabeça - você realmente perdeu o juízo. 

- Eu não perdi - se justificou - nós nos amamos e acho justo, vamos esperar a faculdade terminar - cerrou os olhos - ele só tem esse ano. 

- Deus, como isso foi acontecer? 

- Não está feliz por mim? 

- Eu deveria contar tudo pro seu pai, te tirar daquele apartamento e fazer você se mudar de faculdade. 

- Sabe que se fizer isso não vai impedir dele me ver, certo? 

- Louca - se levantou - eu estou decepcionada com você. 

- Por quê? - segurou o choro. 

- Te coloquei lá pra focar nos estudos, eu dei muita confiança e liberdade em você - respirou fundo - olha só o quê aconteceu, você vai se casar. 

- Eu já disse que vai ser depois da faculdade. 

- Não vai, que coisa - estava ficando vermelha de nervoso, vasculhou a bolsa chamando o garçom - cobre isto pra mim, por favor. 

- Mãe, onde você vai? 

- Pra casa, repensar no que fizeram com a minha filha - entregou o dólar ao garçom que assentiu se retirando. 

- Não faça isso... 

- Fique bem, Sophia - colocou a bolsa no ombro e caminhou tranquila até a porta do shopping. 

Sophia pousou as mãos na cabeça respirando fundo pra não chorar, sentiu o celular vibrar no bolso e num estalar de dedos já estava com o aparelho na mão. 

- Alô? 

- Soph, é a Saily  - não estava com a voz muito boa. 

- O quê houve? está chorando? - se desesperou. 

- Estamos indo ao departamento de Seattle, você não vai acreditar no que aconteceu. 

- Me conte logo, onde está Micael? por quê as mensagens não estão sendo encaminhadas?