Capítulo 36

551 24 1
                                    

Quando voltou pra casa lá estava Sophia junto com uma mulher, branca igual a mesma, também tinha os cabelos loiros e sua aparência não era tão velha. Estava andando de um lado para o outro enquanto Sophia ficava sentada no sofá, virou a cabeça vendo Micael que tirou o capuz e fechou as mãos. 

- Amor - sorriu e atravessou a sala dando um beijo em Sophia. 

- Meu amor, onde estava? ah, esquece - deu de ombros lembrando - essa é minha mãe, Branca Abrahão. 

A mulher encarou Micael sorrindo, deu um abraço bem apertado agradecendo de algo. 

- Que ótimo conhecer você - sorriram - desculpe o incomodo, estava conversando com Sophia sobre o ato ridículo que aconteceu. 

- Não vai acontecer novamente, eu juro - advertiu sentando ao lado da loira - a senhora fez boa viagem? 

- Sim - sorriu - foi muito calmo, o quê eu quero agora é... 

- Mãe, não se preocupe - cerrou os olhos - ele vai ver que está errado e vir pedir desculpas. 

- Nunca, o nome dele é Renato - bufou - tem certeza que está bem? - encarou a filha.

- Tenho, eu estou bem - sorriu forçada - que tal comermos alguma coisa?

- Fica na próxima, querida - Branca beijou a testa da filha em despedida - estou cansada demais pra comer - riu leve - combinamos outro dia de sair juntas? - Sophia assentiu. 

- Tchau, dona Branca - Micael se levantou beijando a sogra no rosto - foi um prazer conhece-la. 

- O prazer foi meu, muito educado da sua parte - sorriram e o mesmo levou até a porta que saiu. 

Micael trancou o mesmo e observou Sophia quieta encarando o chão, sentou-se com ela dando pequenos beijos em seu pescoço. 

- Você está bem? 

- Eu não sei - umedeceu os lábios - ela disse que vai falar com meu pai. 

- Acho que não - engoliu seco. 

- Por quê não? - cruzou os braços. 

- Eu concordei com você, ele vai ver que está errado e vir pedir desculpas. 

- Nem eu sei o que disse - abraçou o namorado - você vendeu muito? 

- O suficiente - ficou quieto - o quê quer pro jantar? 

- Tanto faz - levantou-se do sofá - vou tomar um banho e revisar alguns livros. 

- Tudo bem, eu te amo. 

- Eu te amo. 

A loira foi até o banheiro se trancando lá dentro, Micael bufou sabendo que não estava bem. Pediu algo pra comer e o resto da noite foi assim, calados e cansados. 


No dia seguinte Micael deixou Sophia na universidade como sempre fazia, foi pra sua junto com Saily e encontrou Tompson que estava pensativo sobre ontem, o moreno riu da cara do amigo advertindo que não levaria mais ele. 

- Você contou pra ela? 

- Não - pausou - estou com medo da mãe dela cagar tudo. 

- Foi errado você ter atirado nele. 

- Mas tive que fazer isso ou não iria sossegar - encarou Tompson furioso - deveria ter feito mais. 

- Ainda bem que foi apenas uma bala no pé - sentou-se na cadeira. 

- Deveria ser na cabeça. 

- Pare com os seus deverias, isso já está chato - apoiou a cabeça na mochila - e enquanto as drogas? 

- Preciso pegar mais, o tablete que eu tenho está acabando. 

- Então você conseguiu bem mais do que a cota - sorriu. 

- O dinheiro que juntei é essencial, mas vou ter que dividir com o outro zé ruela. 

- O quê vai fazer com o dinheiro? 

- Pagar as contas do apartamento, fazer compras e reservar pro meu presente. 

- Seu presente? - sentiu mais curiosidade ainda. 

- Sim - sorriu bobo - meu presente. 


Enquanto Micael pensava em seu incrível presente Sophia estava atenta na aula de desenho, tinha borrado uma saia e quase gritou ao sete infernos que queria ter escolhido outra coisa na faculdade, ajuntou seu material e viu que Ed a esperava fora da sala. 

- Oi - sorriu - não teve aula extra? 

- Não, foi uma aula chata - sorriram - e você? está bem? 

- Na verdade não - encarou o amigo e o sorriso morreu, estava com medo - Ed, estou com medo. 

- Ainda aquele negócio do seu pai? 

- Não, eu quero esquecer isso - cerrou os olhos segurando firme a mochila - é outra coisa. 

- O quê? - encarou a amiga preocupado demais - foi Micael? ele fez algo errado com você? 

- Estou me sentindo estranha - se queixou. 

- Você caiu? minha flor fale pra mim, ainda não tenho curso com bolas de cristal - cruzou os braços. 

- Tem certeza que não vai brigar comigo por isso? 

- Depende da situação - pausou - ande Sophia, conte-me - estalou os dedos. 

- Acho que estou grávida. 



BranquinhaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora