Capítulo 47

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- Bom dia com dor de cabeça - Saily sentou na mesa junto com Micael que bebia a cura de sua mãe pra ressaca, entregou o copo a morena que bebeu fazendo cara feia.

- Sophia ainda não acordou? - forçou os olhos.

- Está tomando banho e soltando as tripas no banheiro - advertiu quase caindo dentro do copo - que loucura ontem.

- Não pode contar pra ninguém que isso aconteceu, estamos entendidos?

- Tudo bem - se rendeu com as mãos - pra que tanto medo? foi só sexo.

- Mas mesmo assim, você tem uma boca santa - fuzilou com o olhar e Saily riu.

- Vá ajudar sua noiva, deve estar toda vomitada - fez cara feia - que nojo, o quê você coloca aqui? terra?

- Plantas - saiu da mesa e andou calmo até o banheiro, bateu na porta antes de tentar entrar já que estava trancada - Sophia? está tudo bem?

- Eu vou... ficar - escutou a mesma falar e ser interrompida por uma convulsão de vômito, fechou os olhos sentindo a dor.

- Abra a porta, eu vou ajudar você.

- Não precisa - pausou - já vou sair.

Micael esperou de braços cruzados na porta enquanto escutava o chuveiro ser aberto novamente, Sophia demorou um pouco então decidiu ir até a cozinha, pegou um copo descartável de café acompanhado da tampa, adentrou a bebida no mesmo e por último pegou o canudo na gaveta, chacoalhou a bebida e andou até o quarto da loira que já estava lá, vestia uma blusa de algodão clara sem sutiã.

- Tome, eu coloquei nesse copo pra facilitar - advertiu calmo sentando na cama - vai ficar bem em minutos.

- Obrigada - com desânimo bebeu o líquido apertando o nariz, Micael riu. Aquilo era ruim pra peste.

- Sente aqui - bateu com as mãos no colchão, a mesma sentou - por quê bebe tanto já que vai passar mal no dia seguinte?

- Eu não sabia que ia passar mal - deitou-se com preguiça - estou cansada, meu corpo está dolorido e com uma ressaca terrível.

- Eu entendo sua dor no corpo, também estou com dor no pau - riram cúmplices e escutaram o celular de Sophia tocar.

- Pegue pra mim, sim? - o namorado assentiu buscando o aparelho - é minha mãe.

- Não vai atender?

- Vou - bufou e o namorado riu - oi, mãe.

- Querida, como estão as coisas?

- Bem e você?

- Tudo ótimo, eu falei com seu pai - Sophia arregalou os olhos - ele quer te pedir desculpas.

- Mas eu não quero as desculpas dele.

- Ele é seu pai.

- Um louco que faz um exame vaginal na própria filha, invasão de privacidade e agressão - pausou - tudo junto.

- Não quer mesmo falar com ele?

- Não mãe, e pare de ficar entrando nesse assunto - cerrou os olhos - nem sabia da existência dele.

- Modos, Sophia.

- Tudo bem, me ligou pra dizer isso?

- Onde estava ontem? te liguei umas duas vezes.

- Fui dar uma volta com Micael, fomos ao cinema - mentiu feio mordendo os dedos, Micael riu na mesma hora.

- Ah, vejo que seu namoro está dando certo.

- Ainda bem - sorriu falsa - preciso desligar mãe, vou aprontar a comida.

- Tudo bem, querida - Branca respirou fundo - até depois, te ligo no meio da semana.

- Tudo bem, tchau - a ligação terminou.

- Por quê foi tão grossa com ela? - Micael brincou com seus cachos.

- Porque ela queria que eu me encontrasse com meu pai, vê se pode - revirou os olhos se aninhando no peito do namorado.

- Essa parte eu concordo com você, mas ela é sua mãe - sorriu acolhedor - precisa respeitar.

- Ela passa dos limites - mexeu na aliança - eu ainda não contei a ela.

- O quê?

- Que estamos noivos.

- Precisa contar - se virou pra loira - ela precisa saber.

- Meu pai não vai gostar nada disso - negou com a cabeça.

- Ela só vai saber na hora exata, caso contrário - pausou.

- Caso contrário ela terá um ataque quando ver a aliança.

- Então conte.

- Não.

- Problema resolvido - beijou a noiva que sorriu durante o ato.

- Então, quanto ganhou na sua venda?

- Pra que quer saber?

- Porque sou sua noiva - riu.

- Tudo bem - cerrou os olhos - consegui lucrar quatrocentos mil dólares, é muita grana.

- Meu Deus, Micael - sorriram vitoriosos - esse dinheiro é todo seu?

- Não, preciso dividir com meu fornecedor - coçou a cabeça - mas até que vou ficar com um dinheiro bom.

- Um dinheiro ótimo - beijou Micael novamente - falta muito pra suas aulas acabarem?

- Me formo só no final do ano que vem, e preciso gastar com a formatura.

- Eu ainda tenho uns quatro anos, não quero mais - chorou falso fazendo o moreno cheirar seu pescoço.

- Minha criança não quer estudar?

- Não, se eu soubesse que moda seria tão chato...

- Mas o quê você faz lá?

- Croques, desenhos, mais desenhos, aula de costura bem desnecessária - Micael riu - é difícil ter uma aula no caderno.

- Então é legal, você não precisa pensar igual eu, ter exercícios de raciocínios.

- Prefiro isso do que desenhos, estou cansada de aturar as meninas da minha sala.

- Você fala com elas?

- Não, fico sozinha - respirou fundo - falo apenas com Ed.

- Ele é um amigo bom pra você.

- Coloque bom nisso - sorriram - mas é sério que vamos falar da minha vida?

- Quero saber tudo da sua vida - brincou com o nariz da mesma - estamos noivos, esqueceu?

- Nunca - riu leve - quem sabe, posso ser uma senhora Borges.

- Exatamente, minha senhora Borges - sorriram e voltaram a se beijar.

Não conseguiam ficar um minuto se quer longe.

BranquinhaWhere stories live. Discover now