Capítulo 66

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NARRADOR

Cassian observou de longe a ilha no coração das ilhas Oeste, aquela montanha gigantesca onde a Prisão estava localizada

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Cassian observou de longe a ilha no coração das ilhas Oeste, aquela montanha gigantesca onde a Prisão estava localizada. Ele não fazia ideia do porquê estava ali, só se permitiu sobrevoar o céu e suas asas o levaram até lá. Cassian pousou no chão encarando a escuridão densa e o pico da montanha que era iluminada pela luz da Lua, faltava meia hora ainda para a Queda das Estrelas acontecer e Cassian estava contando os minutos para conseguir ser o mais rápido possível e voltar para casa.

Mas não tem nada no lugar que ele está. Há apenas o imenso oceano escuro de um lado, a sua frente a Prisão e do outro lado, árvores gigantes, mas todas do mesmo tamanho, nenhuma maior do que a outra.

Cassian apertou o medalhão que Athena havia lhe dado e seus sifrões brilharam em uma intensidade que ele nunca viu antes. Suas pernas se moveram como se tivessem vida própria enquanto sua mente repetia as palavras do enigma de Elain, ele caminhou lentamente pelas árvores ouvindo apenas os estalos dos galhos se quebrando a cada passo dado e o canto sombrio do vento que batia contra seu rosto.

Ele levou sua outra mão para o cabo de sua espada o segurando firmemente quando avistou um pequeno ponto de luz a distância, Cassian se aproximou rapidamente e sentiu a garganta secar quando encontrou uma enorme árvore, não pela sua altura e sim, pela imensidão de seus galhos.

Um sorriso começou a surgir em seus lábios conforme se aproximava, seu coração batia tão forte que era como se fosse sair pela boca. Ela estava ali, a árvore que mudaria o destino de Athena, que faria ela ser livre, que faria com que ele pudesse fazê-la feliz…

— Mas… — Murmurou tocando o tronco da árvore sentindo o sorriso em seu rosto desaparecer lentamente — Está morta.

A parte do tronco que estava tocando esfarelou em sua mão, Cassian deu passos para trás negando com a cabeça e olhou para cima. A Lua estava ali, a Lua cheia, quase em cima da árvore, o que tem de errado?

Com a respiração ofegante, ele olhou ao redor, um pouco mais além da árvore, havia uma enorme bola de pedra. Cassian se aproximou e entrou na esfera tocando as espirais que a formavam, a parte de cima era aberta e foi quando ele viu que a Lua não estava ficando em cima da árvore e sim, no centro daquele círculo.

O general se ajoelhou no chão pegando a ponta de flecha e tocou o desenho na parede.

— O guerreiro de coração partido, subiu no pico mais alto e disparou a sua flecha contra a Lua — Sussurrou tocando o desenho e arrastando a mão pela pedra até chegar em um pequeno buraco — A Lua descobriu a dor genuína e começou a chorar. Onde as lágrimas caíram, cresceu uma árvore sagrada… — Cassian desceu a mão até a árvore cravada ali e encarou a ponta de flecha em sua outra mão. Ele a ergueu e a encaixou no buraco que estava na mira da flecha, era o tamanho exato, mas nada aconteceu — O que está faltando?

Cassian passou a mão no rosto encarando a ponta da flecha.

Droga, ele odiava enigmas.

— Elain disse que tudo se tratava de um coração partido — Falou para si mesmo em um sussurro como se a Mãe tivesse tocado em sua cabeça o fazendo se lembrar — Isso não é a ponta de um flecha — Ele analisou a pedra — É um coração.

Cassian o segurou com as duas mãos e o partiu no meio, uma pedrinha rosa pulsou no centro de uma das partes fazendo o general quase cair para trás.

— Tudo se trata de um coração partido! — Exclamou um pouco mais alto pegando a pedrinha. Cassian encaixou ela no peito do guerreiro e a ponta da flecha no buraco da Lua. O chão começou a tremer e o coração do guerreiro pulsou, enviando uma luz rosa da flecha no arco do guerreiro até a Lua e da Lua até a árvore, que fez com que todas as rachaduras da esfera em que Cassian estava começassem a brilhar.

Cassian olhou para cima vendo que a Lua já estava centrada, ele saiu de lá e correu de volta para frente da árvore. Os enormes galhos começaram a se mover e se levantaram com a luz rosa correndo por eles, pétalas começaram a surgir fazendo os olhos de Cassian brilharem e seu coração falhar.

Ele conseguiu.

Sem perder tempo, ele começou a escalar um dos galhos. Cassian era grande demais para conseguir voar entre os galhos, o jeito seria realmente escalar, o que não estava sendo tão difícil.

Já em cima de um deles, Cassian se equilibrou e começou a dar passos leves até se aproximar de algumas pétalas, suas asas se encolheram quando alguns dos outros galhos rasparam nelas o fazendo sentir uma pequena dor se espalhar por toda a extensão. Cassian suspirou satisfeito quando já estava debaixo do cacho de pétalas.

— Cassian — A voz de Rhys trovejou em sua mente fazendo sua mão parar no meio do caminho. Um arrepio subiu por sua espinha e ele sabia que algo estava errado — Cassian.

— Eu já estou voltando.

— Ele levou ela — E lá estava ele, o motivo do pressentimento ruim que Cassian sentiu assim que saiu da Casa do Vento — Wilmot levou Athena.

Cassian sentiu seu mundo parar, até que um estalo alto o fez olhar para cima, a Lua estava se afastando da esfera de pedra e a árvore começou a murchar, as pétalas se soltaram dos galhos e apodrecem enquanto voavam em direção ao chão. Cassian arregalou os olhos vendo os galhos se abaixarem e então começou a correr em direção a ponta do galho que estava, os cortes feitos em suas asas já não importava mais, ele só precisava chegar até as últimas pétalas da árvore.

Com o braço estendido, Cassian saltou e tudo correu em câmera lenta. Ele sentiu a gota de suor escorrer por seu pescoço por debaixo da gola da camisa social, ele observou a última pétala se soltar e roçar em seus dedos antes que seu corpo despencasse. Batendo em alguns galhos, suas costas se chocaram contra o chão, sua visão ficou preta e um gemido escapou de seus lábios por ter caído em cima de sua asa.

Cassian ficou deitado ali até que pudesse enxergar nitidamente o céu, um sorriso começou a surgir em seus lábios e ele soltou uma risada erguendo o punho, ao abrir os dedos, Cassian viu a última pétala brilhar bem em frente ao seu rosto. O general se sentou soltando um longo suspiro vendo que sua camisa estava com grandes rasgos, ele passou a mão no rosto tirando seu cabelo de seus olhos e se levantou do chão, Cassian travou o maxilar pegando sua espada e começou a andar para longe da árvore.

Com sangue nos olhos ele fez uma promessa para si mesmo… Só permitiria que Athena ficasse com Wilmot, se estiver morto.

E isso, com toda certeza, não é uma opção.

[✓]𝐂𝐨𝐫𝐭𝐞 𝐝𝐞 𝐅𝐥𝐨𝐫𝐞𝐬 𝐞𝐦 𝐂𝐡𝐚𝐦𝐚𝐬| ᶜᵃˢˢᶦᵃⁿOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz