[✓]𝐂𝐨𝐫𝐭𝐞 𝐝𝐞 𝐅𝐥𝐨𝐫𝐞𝐬 𝐞𝐦 𝐂𝐡𝐚𝐦𝐚𝐬| ᶜᵃˢˢᶦᵃⁿ

Capítulo 32

Cara, começou a chover tanto que minha internet parou de pegar, eu fui entrar nesse capítulo e ele não estava aparecendo, fiquei desesperada mas para felicidades de vocês ele não apagou.

⚔┊CASSIAN

Cruzei as pernas deixando o tornozelo na altura do joelho enquanto esperava Amren vim até a Casa do Vento, ela estava com Varian desde o almoço mas eu sabia que ela voltaria para cá.

Fazia algumas horas que voltei da casa de Athena, depois das nossas provocações onde acabou com ela rindo de mim por conta do discreto volume em meu uniforme, eu voltei para cá e jantei com minha família.

Tomei um gole do vinho que havia roubado da adaga de Rhys e observei quando Elain entrou na sala, arregalei os olhos levemente ao ver seu olhar perdido e me preparei para fugir temendo que ela começasse a falar aquelas coisas estranhas.

— Oi Cass! — Disse quando eu me levantei lentamente, segurei o suspiro de frustração me sentando novamente e ela se aproximou fazendo o mesmo. Elain ficou me encarando em silêncio e eu choraminguei a olhando também.

— Por favor, não comece a falar aquelas coisas sem sentido que só fazem sentido pra você — Pedi e um pequeno sorriso apareceu em seus lábios.

— Tudo o que eu falo tem sentido — Retrucou entrelaçando as mãos no colo — Você que tem preguiça de entendê-las.

— Não tenho preguiça — Me defendi — Eu não tenho neurônios.

— Foram minhas palavras sem sentido que fizeram você descobrir sobre sua verdadeira parceira — Falou suavemente — E foram elas também que fizeram você descobrir o motivo de eu ter usado o termo "pássaro preso" para descrever Athena.

— Tudo bem — Suspirei arrumando a postura — Manda ver.

— A pobre garota que finge perfeição, que busca redenção, através dessa máscara ela esconde a sua imperfeição — Começou sem desviar o olhar como se estivesse em um transe — Esconde a dor da traição, da rejeição. Tão jovem, mas tão vazia. Tão bela, mas tão quebrada. Finge ser forte, mas busca consolo à noite — Franzi o cenho tombando a cabeça para o lado sabendo que ela estava falando sobre Athena — Uma garota tão bela, como pode desejar tal coisa? Sim, ela deseja, deseja a morte mas também deseja ser enxergada, ser compreendida e ser amada.

— Eu quero amá-la — Sussurrei desviando o olhar quando Elain ficou em silêncio, um silêncio desconfortável.

— Você consegue enxergar aqueles olhos tão vazios e dolorosos — Continuou — Você pode ver em seus olhos. Olhos de dor, olhos que brilham por lágrimas e não por vida. Olhos cheios de tristeza. Se a tristeza tivesse cor seria…

— Igual aqueles olhos — Completei e Elain piscou três vezes antes de relaxar os ombros — Athena tem muitos problemas, e mesmo assim, ela parecia estar bem… Ao meu lado.

— Você acha que ela gosta da sua companhia? — Perguntou com a voz calma e eu concordei.

— Bom… Não acho que ela me odeie muito — Falei soltando uma risada fraca — Ela sorri pra mim, sabe? Acho que ela não faria isso se me quisesse longe.

— Sorrisos podem ser apenas uma máscara, Cassian — Falou fazendo meu sorriso murchar — Mas eu não estou dizendo que ela finge perto de você. Você pode estar conseguindo se aproximar dela e Athena está permitindo isso, por mais que talvez esteja receosa. Sei que ela passou por muita coisa mas eu acho que você precisa ter paciência.

— Ah, eu tenho muita paciência — Falei.

— Eu não duvido, afinal você ficou com Nestha por mais de três anos — Retrucou e eu não consegui segurar a risada — Vocês terão um futuro incrível, Cassian. Eu vi.

Ok, isso aumentou muito minhas expectativas.

— Como é que funciona isso? Tipo, você decora o que fala? — Franzi o cenho confuso — Ou você só fala e tá tudo bem?

— Eu só falo e tá tudo bem — Respondeu me fazendo abrir um sorrisinho.

— Eu gosto de conversar com você Elain, quando não está tentando bugar minha cabeça — Falei fazendo-a soltar uma risada — Obrigada por isso.

— Disponha — Sorriu se levantando — Eu tenho que voltar agora, Lucien está me esperando.

— Claro. Só tentem não fazer muito barulho, eu preciso ter uma boa noite de sono — Gesticulei e suas bochechas coraram — Aproveite sua noite, Elain.

— Boa noite Cass — Elain acenou com a mão e se afastou saindo da sala. Suspirei me encostando no sofá pensando em todas as palavras que ela havia dito.

Eu sei que Athena já passou por muita coisa, e sei que será difícil fazer ela se abrir comigo, mas eu estou disposto a tê-la ao meu lado. Estou disposto a ajudá-la a curar suas feridas.

(...)

— Até que enfim — Murmurei quando vi Amren aparecer, me levantei a fazendo notar minha presença e suas sobrancelhas se arquearam.

— O que você quer? — Perguntou com seu típico mau-humor e eu me aproximei segurando o livro.

— Preciso que traduza isso para mim — Respondi colocando o livro na mesinha ao seu lado, Amren encarou a capa do livro por alguns segundos e voltou a me encarar seriamente.

— Esse livro… Onde o encontrou? — Perguntou com a voz baixa e eu cruzei os braços.

— Me deram, uma senhorinha me deu — Menti descaradamente — Ela começou a falar algumas coisas igual a Elain faz mas eu não entendi nada.

Sei que ela não acredita.

— Estou curioso, o único problema é que eu não falo Malaiala — Continuei colocando uma caixinha média de veludo ao lado do livro — Tem mais de onde veio esses.

Amren estreitou os olhos se aproximando da mesinha e eu abaixei um pouco a cabeça para olhá-la.

Eu poderia falar algo sobre sua altura, mas sabia que isso faria ela não me ajudar.

Amren passou a língua de um canino ao outro e fechou a caixinha com o colar, um par de brincos e dois anéis de rubi a colocando sobre o livro.

— Vou ver o que posso fazer — Disse pegando o livro — Não fique no meu pé por causa disso.

— Como quiser pequena Amren — Falei e saí de lá antes que ela mudasse de ideia e atacasse o livro na minha cabeça. Dei um sorrisinho ouvindo seu rosnado e soltei um suspiro satisfeito.

Agora eu só precisava contar a Athena e descobrir sua decisão sobre nosso 'acordo.