— Certo… — Murmurei parecendo seu desconforto — Você é encantadora de sombras?

— Bem… Isso é algo complicado — Falou gesticulando — Minha magia lembra a do seu grão-senhor, que envolve escuridão, mas ela é bem mais evoluída.

— Então, você é mais poderosa do que o Rhys? — Perguntei boquiaberto.

— Sim — Respondeu simples — Mas ele me venceria facilmente pois eu não conheço muito sobre minha magia.

— Eu ainda estou confuso — Murmurei desviando o olhar.

— Eu não sei usar toda minha magia, General — Falou — Isso daria a oportunidade para que Rhysand me vencesse. Mas acredite, se eu tivesse tido o treinamento adequado, o seu grão-senhor não conseguiria nem se aproximar.

Concordei lentamente.

— E suas sombras?

— Também são mais evoluídas — Respondeu — Posso usá-las como tentáculos assim como Azriel, mas posso também fazer com que virem silhuetas e ajam como feéricos normais.

— Você já nasceu com elas? — Perguntei e ela concordou.

— Sim, no começo me sentia receosa, mas meu pai me ensinou a controlá-las — Explicou — Eu procurei em alguns livros do qual tive acesso, mas eles já estavam muito velhos e eu não consegui ler nada.

— Posso te ajudar com isso, se quiser — Falei e Athena me encarou.

— Eu tenho um livro que explica minha magia — Respondeu — Mas está em Malaiala.

— O quê é 'Malaiala? — Perguntei confuso e ela me encarou como se não acreditasse que eu não soubesse.

— É uma língua morta — Respondeu e me olhou como se quisesse que eu soubesse, dei de ombros ainda sem entender — Era língua falada pelos ancestrais. Tipo, pelos primeiros seres de Prythian.

— Ah… Eu não sabia.

— É, eu tô vendo — Disse e soltou uma risada — Você raramente irá encontrar alguém que sabe a língua… Como eu disse, ninguém fala ela a milênios.

— Você já procurou — Ela concordou — O quão difícil ela é?

— ആ യൂണിഫോമിൽ നിങ്ങൾ രുചികരമായി തോന്നുന്നു, ജനറൽ¹ — Meus olhos se arregalaram quando ela começou a falar coisas sem nexo.

— Pela Mãe! O que foi isso? — Perguntei boquiaberto — O que você disse?

— Se você soubesse Malaiala, saberia — Athena inclinou a cabeça em minha direção e como sempre, eu fiquei hipnotizado com seus olhos.

— Pensei que você não soubesse falar — Murmurei desviando o olhar.

— E eu não sei — Respondeu — Eu tentei aprender o básico, mas é uma língua muito complexa. Queria conseguir ler pelo menos o título, mas o livro todo está escrito com palavras difíceis, então eu desisti.

Concordei com a cabeça e a encarei em silêncio, Athena cruzou as pernas fazendo sua coxa ficar a mostra por conta da fenda do vestido e eu me remexi voltando a encarar seu rosto.

— Quem é ele? A pessoa que te mantém presa? — Perguntei um pouco receoso.

— Um feiticeiro muito poderoso — Respondeu depois de um tempo — Wilmot. Eu fui dada a ele, como pagamento de uma dívida.

— Do seu pai?

— Da minha mãe — Falou com a voz baixa e cruzou os braços — A marca que ele deixou em minhas costas me impede de ir embora e aquele dia, quando eu estava morrendo, foi por causa dela. Se eu não voltar para Wilmot até o pôr do Sol, ela começa a me matar lentamente.

[✓]𝐂𝐨𝐫𝐭𝐞 𝐝𝐞 𝐅𝐥𝐨𝐫𝐞𝐬 𝐞𝐦 𝐂𝐡𝐚𝐦𝐚𝐬| ᶜᵃˢˢᶦᵃⁿOnde as histórias ganham vida. Descobre agora