97: Cui Buqu estava contemplando a vida

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Traduzido e revisado por Ka-e [@_endecha]

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A pessoa que chegou tinha cerca de 17 a 18 anos de idade. Ela estava no período de florescimento de sua vida. Suas tranças chegavam até a cintura, sua tez era linda e ela usava um conjunto de vestes azuis como a superfície ondulante da água do lago, bramindo como folhas de salgueiro. Entretanto, isso era tudo. Ela não poderia ser considerada uma beleza deslumbrante, e muito menos o rosto de alguém que faria as flores se encolherem de vergonha[1].

Havia três pessoas em sua companhia: sua serva, um homem idoso com barba branca e uma criança que carregava uma caixa de remédios.

"Obrigado, meu Senhor." A jovem de vestes azuis gentilmente respondeu enquanto se sentava. Quando seu olhar caiu em Feng Xiao, ela ficou inevitavelmente atordoada por um momento.

Praticamente toda mulher jovem teria esse tipo de reação ao encontrar Feng Xiao. Depois de tantos anos, ele havia se acostumado a isso. Agora, não importa quantos olhares o observassem assim, não seriam suficientes para afetá-lo.

No entanto, a jovem senhorita veio de uma família de prestígio; assim, embora estivesse curiosa, ela não deixou isso em evidência.

"Vossa senhoria, sua tez sugere que não está bem, talvez você esteja sempre doente e seja atormentado por tosses persistentes?" O ancião, um dos companheiros de viagem da senhorita, perguntou por conta própria a Cui Buqu.

Cui Buqu: "Isso mesmo. Foi assim que eu nasci. É uma sorte eu conseguir manter minha vida; agora estou apenas trapaceando através dos dias."

O ancião disse com um tom tranquilo: "Se o jovem mestre não se importar, por favor, permita-me verificar seu pulso."

Cui Buqu respondeu com um leve sorriso: "Eu aprecio suas boas intenções. Todavia, esta doença está há muito tempo em meus ossos e não pode ser simplesmente salva pelas habilidades dos homens mortais. Senhor, não precisa desperdiçar seus esforços."

Como ele não estava disposto a deixá-lo verificar seu pulso, o ancião apenas suspirou e não pressionou mais. Em vez disso, tirou um frasco de cerâmica de seu peito e lhe deu.

"Estas são as pílulas Qingxin que eu mesmo fabriquei usando alcaçuz[2], amoras e outras ervas comuns. Elas podem acalmar os meridianos dos pulmões e limpar o fígado. O jovem mestre só precisa tomar duas pílulas por dia; embora não possa curar nenhuma doença grave, pode refinar seu corpo. Depois de algum tempo, os resultados se mostrarão."

Desta vez, Cui Buqu não o rejeitou. Ele aceitou o frasco de remédio: "Muito obrigado, senhor. Posso perguntar quanto custam estas pílulas?"

O ancião deu-lhe um sorriso fugaz: "Eu disse há pouco que estas são feitas de ervas comuns, por isso não custam muito. Depois de terminá-las, se considerar os resultados satisfatórios, pode comprar mais na loja Baoning na cidade de Anping."

Cui Buqu: "Então seria desrespeitoso da minha parte recusar."

Enquanto os dois conversavam, uma carruagem passou. Pelo que parece, as pessoas de dentro também queriam entrar na cidade, mas chegaram um minuto atrasados; outro velho e algumas crianças desceram da carruagem. Seus olhares sugeriram que estavam de bom humor quando sentaram-se em uma casa de chá mais adiante.

"Doutor Sun!" O velho, que segurava a mão do neto ao vir cumprimentá-lo, falou surpreso: "É uma surpresa vê-lo aqui. Você está voltando para a cidade?"

Sun Jimin bagunçou o cabelo da criança antes de dizer gentilmente: "Sim, estou, mas cheguei tarde demais. Parece que só podemos entrar na cidade amanhã de manhã. Aonde todos vocês vão?"

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