O Prisioneiro de Azkaban

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26 de maio de 1994,
Hogwarts

O clima de vitória ficou no ar por uma semana, depois do jogo, e até mesmo o tempo parecia comemorar; os dias pareciam ter ficado mais quentes. As provas estavam mais próximas do que nunca e, ao invés de se esparramarem no gramado, os alunos tinham que permanecer no castelo, e tentarem forçar seus cérebros a se concentrarem nas revisões, ignorando o sol, que batia, cada vez mais forte, nas janelas.

Draco, que parecia estar preocupantemente mais quieto desde a vitória da Grifinória, nos últimos dias, parecia ter recuperado um pouco da sua arrogância costumeira. Pelos comentários maldosos que Eleanor ouvia pelos corredores, e durante as aulas, Malfoy contava que Bicuço, o hipogrifo de Hagrid, seria executado a mando do Ministério da Magia, e, também, de seu pai, parecendo orgulhoso de si mesmo por ter conseguido tal feito. Naquele mesmo dia, Eleanor conseguiu dar uma pausa nos estudos para ir visitar Hagrid, antes dando uma passada na cozinha, para pegar alguns biscoitos fresquinhos com os elfos domésticos, que faziam tudo com toda a boa vontade do mundo.

Foi bom para ela poder sair do castelo um pouco; sentir o vento gelado da primavera e a quentura agradável do sol fizeram ela se sentir renovada. Mal parecia o mesmo lugar onde uma tempestade havia sido tão ruim, que ela mal pôde enxergar, enquanto jogava quadribol.

Chegou até a cabana de Hagrid e bateu na porta. Ninguém respondeu, mas ela podia escutar soluços e choros vindos de dentro.

– Hagrid? – Ela anunciou sua presença, caso ele não tivesse escutado. – Sou eu, Eleanor! Fiquei sabendo de umas coisas... e quis vir pra checar em você...

Silêncio.

– Bom, imagino que não queira ver ninguém... mas, eu trouxe uns biscoitos! – Olhou para o prato em suas mãos. – Vou deixar na sua janela e você pode vir buscar depois... tudo bem?

Finalmente, ouviu passos pesados andando até a porta, e, então, ela se abriu. A visão não era muito boa; Hagrid estava com o cabelo emaranhado, o rosto amassado e inchado, e seus olhos estavam tão vermelhos que ele parecia não ter dormido em, no mínimo, 3 dias.

– São biscoitos de... chocolate? – Hagrid assoou o nariz em um grande lenço, que parecia ser minúsculo, em suas enormes mãos.

– Sim! Tinha de uva passa também, se quiser que eu troque... – Ela olhou para os biscoitos, novamente.

– Eu gosto de chocolate mesmo. Obrigado... – Abaixou o olhar até o prato, parecendo mais calmo. – Entre, por favor... – Respirou fundo e deu espaço, para que ela entrasse.

O casebre era aconchegante e aquecido, com uma colcha costurada em cima de uma enorme cama, e faisões, pendurados no teto. Uma chaleira de cobre fazia barulho, em cima do fogo aceso. Eleanor gostou do que viu, por mais que toda a beleza e estética da casa estivessem parcialmente cobertas por uma enorme bagunça.

– Não repare na bagunça... – Hagrid disse, envergonhado, sabendo que ela já havia reparado. – É que eu não tenho tido tempo pra arrumar... estive tão ocupado com o julgamento do Bicucinho...

– Tudo bem, não precisa se preocupar. – Ela deu um sorriso tranquilizador para ele. – Os biscoitos! Estão quentinhos... – Estendeu o prato de biscoitos, e ele o segurou com um certo cuidado, já que era pequeno e delicado demais para a brutalidade dele.

– Obrigado... imagino que tenha escutado sobre... – Sua voz falhou, ameaçando cair no choro novamente. – ...Bicucinho...

– Escutei... não sabia que ele estava em julgamento, queria ter ajudado... – O lançou um olhar triste.

𝐂𝐎𝐑𝐑𝐔𝐏𝐓𝐄𝐃↠Draco Malfoy (ATUALIZAÇÕES LENTAS)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora