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Eliza~


       Eu pensei que a fase de  apanhar e sofrer tinha acabado quando  me livrei do Rogério mais não, estou aqui agora com o rosto em brasa depois de levar um tapa da pessoa em que eu confie tanto e que posso até jurar que amo, na verdade amo tanto que doi.


        Esse tapa doeu mais que todas as pancadas que eu já levei, nenhuma foi tão profunda quanto essa, ela não é só dor física e dor mental, dor na alma, como ele pode fazer isso comigo depois de tudo, que eu contei pra ele sobre as violências que eu já vivi.


          Agora realmente eu preciso viver minha vida o mais longe possível dele, esse sentimen i que eu criei por ele em tão pouco tempo vai ter que sumir.


         Depois de chorar tudo que tinha pra chorar preciso voltar pra minha cama e tentar dormir, já são quase 3 da manhã Jajá preciso levantar pra trabalhar, entro no quarto e vejo que a Luiza ainda dormia. Deito e vou me enrolar quando fecho os olhos a Luiza fala.


           - Eu ouvir tudo amiga, e sinto muito por isso, pode contar comigo pra qualquer coisa... (eu pensava que já tinha colocado tudo pra fora mais não, as palavras dela só me confirmou o quanto eu estou quebrada - o quanto estou vulnerável, em questão de dois meses eu perdi minha madrinha que era minha única família, me livrei de um monstro espancador, me mudei pra um lugar totalmente diferente do que estava acostumada, conheci um homem o qual eu confiei ao ponto de passar por cima de todas as minhas prioridades de vida pois pensei que ele seria a pessoa certa pra mim, e hoje esse mesmo homem me fez voltar ao passado e reviver os piores momentos da minha vida... Virei pra Luiza e me agarrei a ela com toda minha força, tentando que aquele abraço fizesse passar todo aquele medo aquela dor que está me sufocando, ela só retribuiu o meu abraço e não falou mais nada).


              - Luiza agora eu sei que os problemas que eu tenho são causados por mim mesma, acho que eu sou assim amaldiçoada mesmo, se nem meus pais me suportaram imagina as outras pessoas, acho que eu mereci ser abandonada por eles e depois levar todas as surras que o Rogério me deu e depois perder minha madrinha, é tudo culpa minha, tudo culpa minha... (eu já falava entre os soluços minha cabeça parecia que iria explodir).


               - Calma Eliza não fala isso, você tá se ouvindo mulher, você não é nada amaldiçoada você é apenas uma menina de 16 anos que já passou por tanta coisa na vida e mesmo assim continua de pé, olha onde você está, trabalha honestamente  tem sua casa  é linda inteligente, você é maravilhosa e eu tenho tanto orgulho de você minha amiga tanto, minha mãe te ama todos te amamos, não deixe que nenhuma atitude babaca dele acabe com esse seu sorriso, ele nem ninguém merecem suas lágrimas tá bom,  (só confirmei com a cabeça).


               - Obrigada por está comigo sempre. (falei olhando pra ela).


              - Família é pra isso, você também é minha família você é a irmã que eu não tenho, ee eu deixo você ficar com minha mãe também viu rsrsrs. (Falou sorrindo me fazendo sorri mesmo sem vontade).

Agora vamos dormir porque estou morrendo de sono e você vai trabalha daqui a pouco. (Agora ninguém falou mais nada, não sei como mais as palavras dela me deixaram mais leve ao ponto de dormir profundamente).


        Quando acordei eu já estava mais que atrasada, a Luiza já tinha saido , liguei pra o Luan e pedi pra ele avisar que eu tive um problema e iria chegar mais tarde um pouco, corri pra o banheiro escovei meus dentes tomei um banho rápido, e fui vestir minha farda passei desodorantes e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo, peguei minha bolsa olhei se estava tudo que eu precisava e desci, hoje não vai dá tempo nem de tomar café. Fui andando de cabeça baixa não queria ver ninguém, quando passei por frente da boca da entrada do morro vi que a moto do Gustavo estava lá, mais não vi ele melhor assim segui o meu caminho, minha vida não pode e não vai parar por conta dele.


         Se passaram duas semanas depois do acontecido com o terror, e não falei mais com ele, algumas vezes eu passei na boca da entrada do morro e ela tava lá mais eu sempre virava o rosto pra outro lado, ele me ligou algumas vez  mais não atendi, ultimamente eu venho percebendo que tem uns meninos da segurança me seguindo mais não falei nada com ninguém, pode ser que seja coisa da minha cabeça.


           Eu até que estou bem,  mais também com os amigos que eu tenho, eles falaram que não iria me permitir ficar pra baixo, e realmente eles conseguiram, sempre estou com algum deles, até o VT que se transformou em um amigão pra mim, o mesmos me fazem rir o tempo todo falando qualquer besteira pra eu não pensar em nada, claro faço o possível pra não demonstrar nada na frente deles, só que quando estou sozinha acabo chorando .

           Hoje é sexta feira, já são 21:00 e agora que estou subindo o morro, cansada não hoje realmente estou apenas existindo, entrei no trabalho de 8:00 da manhã mais como Rafaela não foi trabalhar eu tive que trabalhar por duas e ainda em horário integral. Como sempre em dia de baile as ruas ficam cheias, as mulheres subindo e descendo com suas roupas curtas, e os meninos da segurança todos em alerta com seus fuzis nas costas, estou até me acostumando.


      Não tô afim de preparar nada pra comer então resolvo comprar um hambúrguer aqui na praça da entrada mesmo, o poit de consentracao antes do baile. Depois de comprar minha janta vou direto pra casa, observo um menino moreno meio magro sempre atrás de mim, vou o caminho todo sem olhar pra trás vou observar quando chegar em casa, abro meu portão pra meu novo vizinho não me ver, subo deixo minhas coisas no sofá e vou pra janela da sala, e vejo que o menino está aqui na frente fazendo a moto de banco, bufo por dentro, o terror é muito idiota isso só pode ser coisa dele , deixo pra lá e vou fazer minhas coisa pois quero ir dormir o mais rápido possível.

           Abro os olhos com dificuldade por conta da claridade na minha janela, o que me faz lembrar que preciso comprar uma cortina blecaute urgente.


           Levanto e vou fazer minha higiene, depois vou pra cozinha fazer um café, meu celular toca, aproveito pra ver o horário que não tinha visto ainda, porra 11:45 nossa eu realmente estava com sono, nunca dormir tanto . Vejo que é a Luiza me ligando, converso com ela e a mesma me chama pra ir em um barzinho aqui no morro mesmo mais tarde, eu aceito pois realmente preciso sair de casa, hoje começo novamente a viver e chega de sofrer por conta dos outros.

 

             

Vidas Opostas Parte l  ( Retirado, Completo Na Buenovela E Dreame)Där berättelser lever. Upptäck nu