[LIVRO 1 DA TRILOGIA PHOENIX LOVE]
Crystal Müller tinha a vida perfeita. Corpo perfeito, família perfeita, namorado perfeito, beleza, popularidade e inteligência. Até que uma traição da pessoa mais inesperada a transforma em uma vadia fria, sem cora...
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CRYSTAL
Cheguei em casa mais cedo do estágio hoje, pois não estava me sentindo muito bem e minha mãe me liberou para vir embora – uma das vantagens de ter sua mãe como chefe. Ainda estou tentando entender a mensagem que David me mandou algumas horas atrás, que dizia "Something always brings me back to you. It never takes too long", que é um trecho da nossa música, "Gravity" e, considerando que ele ficou lá em Boston, isso pode ter um significado muito maior. O que eu me pergunto é: como é que ele poderia voltar para mim tendo um filho com a outra? Eu já disse que não aceitaria isso, então não consigo imaginar que raios possa ter acontecido para essa situação ter mudado e ele poder voltar para mim. Tenho que parar de pensar nisso, só está piorando ainda mais a minha enxaqueca.
Recosto minha cabeça no vidro da janela do meu quarto e puxo minhas pernas para mais perto do meu corpo. Que saudades dele, com seus cabelos dourados, seus olhos azuis de oceano e seu sorriso angelical. Realmente espero que você possa voltar para mim alguma hora, amor.
Distraída nos meus pensamentos, ouço a campainha de casa tocar. Sou obrigada a levantar para atender, pois estou sozinha aqui, então não posso empurrar para outra pessoa. Bufo, levanto do meu assento da janela e vou em direção à porta, ouvindo tocarem a campainha novamente quando estou descendo as escadas, ao que eu respondo com um "já vai" e fico mais irritada.
Abro a porta da frente e dou de cara com David parado na entrada, o que me deixa um pouco assustada. O que ele está fazendo aqui?
Porém, antes que eu possa fazer qualquer pergunta, ou formar qualquer pensamento lógico, David se aproxima rapidamente de mim e me beija de supetão. Não correspondo de imediato, porque ainda estou em choque, mas logo o contato com a sua boca deliciosa e familiar me inebria e eu me entrego ao beijo sem pensar em mais nada. Nosso beijo é intenso, cheio de calor, saudade e excitação, pois nunca ficamos tanto tempo separados e chegamos a pensar que nunca mais aconteceria de novo. O beijo é tão longo que eu nem mesmo sabia que conseguia ficar tanto tempo sem respirar.
- O que você está fazendo aqui? Por que você voltou? – questiono assim que nos separamos, pois por mais que eu esteja feliz em vê-lo, preciso entender o que está acontecendo. Minha cabeça está girando, tanto pelo beijo, quanto pela confusão de vê-lo aqui.
- Você não precisa se preocupar com mais nada em relação à Amanda. – ele responde afobado, quase tropeçando nas palavras. – Ela não está grávida de mim.
Como é? Não pode ser, eu vi a sardenta barriguda.
- Como assim, David? Eu vi a Amanda grávida. – pergunto, confusa, franzindo o cenho.
- Ela não estava grávida de verdade, ela estava com gravidez psicológica. – ele explica, como se isso não fosse um absurdo, me deixando completamente revoltada.
- Gravidez psicológica? – minha voz fica aguda. – Você está brincando comigo! – ironizo, para tentar fazer a situação parecer menos insana.
