[LIVRO 1 DA TRILOGIA PHOENIX LOVE]
Crystal Müller tinha a vida perfeita. Corpo perfeito, família perfeita, namorado perfeito, beleza, popularidade e inteligência. Até que uma traição da pessoa mais inesperada a transforma em uma vadia fria, sem cora...
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DAVID
O sinal do intervalo para o almoço toca e, pela primeira vez, eu gostaria de que tivessem aulas até o fim do dia sem interrupções, porque pelo menos elas me distraem dos pensamentos que continuam circulando pela minha mente. Já que não tenho saída, eu me levanto da minha carteira e finalmente saio da sala. Caminho até o meu armário e depois pelo corredor que dá para o refeitório vagarosamente para ter que evitar encontrar com Crystal o máximo que eu puder. Já vou ter dois períodos de biologia com ela depois, então quanto mais longe eu puder ficar dela, eu ficarei.
Estou andando distraído pelo refeitório quando a baixinha de cabelos roxos me pega de surpresa ao me abraçar quando me encontra.
- David! Eu não acredito que é você mesmo! Você não sabe o quanto eu senti sua falta. – Ravena diz emocionada me abraçando ainda mais forte.
- Eu também senti muito a sua falta, dama das sombras. Fiquei preocupado com você. – eu digo abraçando-a de volta e acariciando seus cabelos.
- Não creio que você ficou preocupado comigo quando você é quem estava completamente detonado. – ela me solta do abraço e andamos até a mesa na qual Ravena costuma se esconder.
- É claro que eu fiquei. Eu não sabia como você estava.
- Ouvi uns boatos de que você ia mudar de escola e fiquei apavorada. – ela admite, e eu fico feliz que ao menos alguém aqui se importa realmente comigo.
- Eu queria ter mudado mesmo, mas um dos motivos pelos quais eu fiquei aqui foi justamente você. Acho que o principal deles, na verdade. – afirmo e nos assentamos.
- Você está falando sério? – ela se impressiona.
- Claro que estou. Por que eu mentiria para você? – arqueio uma sobrancelha. Será que ela ainda não se deu conta do quanto eu me importo com ela?
- Eu não posso acreditar que você decidiu ficar aqui por minha causa, mesmo tendo que encarar a porra da minha irmã todos os dias. – ela diz enfiando duas batatas fritas na boca.
- Não vamos falar sobre ela, está bem? – peço gentilmente.
- Claro, claro. Como você está se sentindo? Você está melhor? – ela rapidamente muda o assunto.
- Fisicamente? Sim, ou pelo menos quase isso. Emocionalmente? Nem um pouco. Eu me sinto como se todo o meu corpo tivesse sido demolido e eu não tenho forças para absolutamente nada. – respondo sinceramente, mas acho que a minha aparência acabada já denuncia isso.
- Eu imagino. Eu sinto muito por isso. Muito mesmo. – ela declara segurando a minha mão, e eu me sinto bem com seu gesto de carinho.
- Você não tem que sentir muito por mim, você não tem culpa de nada.
- Como você consegue? – ela pergunta com o olhar curioso.
- Consigo o quê? – questiono.
- Se importar com os outros quando você está completamente destruído por dentro.
