[LIVRO 1 DA TRILOGIA PHOENIX LOVE]
Crystal Müller tinha a vida perfeita. Corpo perfeito, família perfeita, namorado perfeito, beleza, popularidade e inteligência. Até que uma traição da pessoa mais inesperada a transforma em uma vadia fria, sem cora...
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
DAVID
Reviro meu quarto à busca de alguns pertences pessoais e só então me dou conta de que boa parte da mudança ainda está encaixotada. A troca de cidades e os acontecimentos dos últimos dias me deixaram meio atordoado. Desço até o andar de baixo e vou ao cômodo em que se encontram as caixas e mais alguns itens empacotados. Tem tanta coisa aqui que agradeço mentalmente a mim mesmo por ter pensado em etiquetar todas as caixas com o nome de cada um a quem elas pertencem.
Paro por um momento e olho ao meu redor observando o ambiente, e então percebo que só agora caiu a minha ficha de que não estamos mais em Boston. Boston. Eu vou sentir falta daquele lugar. Tanta coisa aconteceu lá, tantos altos e baixos, mas, no fim, os pontos positivos prevaleceram. Aquela cidade foi a que eu me senti mais próximo de chamar de "casa". Minha casa sempre vai ser São Francisco, apesar de ter gostado muito de Phoenix também. Washington D.C. foi a pior de todas. Nem gosto de me lembrar daquele lugar. Boston também me marcou profundamente. E agora estou aqui em Chicago e pretendo ir para Nova York daqui a pouco mais de um ano. Acho que já posso me considerar um nômade nessas circunstâncias.
Chicago. Não faço ideia do que essa cidade me reserva. Já vivenciei tanta coisa, já conheci tanta gente, já fiz tantas loucuras, já cometi tantos erros, já passei por tantas situações que eu sinceramente não sei o que esperar deste lugar e ainda não sei dizer se estou nervoso ou ansioso sobre isso. E a tal Crystal, que não consigo tirar a sensação de que ela vai abalar minhas estruturas e que vamos nos envolver de alguma forma.
Abro uma das caixas com o meu nome e tiro algumas coisas de lá de dentro. A cada objeto retirado, é uma memória que invade minha mente. Depois de algum tempo remexendo em toda essa bagunça, eu encontro uma foto minha com Amanda que eu nem me lembro de ter colocado aqui. Estamos ambos sorridentes nela, olhando um para o outro e eu me lembro exatamente do dia em que a tiramos.
FLASHBACK: TRÊS MESES ATRÁS
Estamos no alto da colina e o dia está lindo, realmente perfeito para o voo de asa-delta que planejei. O céu está bem azul e quase não há nuvens, e tanto o rio como o mar estão azul-esverdeados e o verde ao nosso redor está bem vivo. Há uma leve brisa e eu torço para que o vento obtenha mais velocidade para tornar a coisa toda mais interessante. Minha garota branquela e cheia de sardas está pálida, se é que isso é possível, e suas pernas estão tão bambas que ela mal consegue se manter de pé.
- David, eu não vou fazer isso! Você sabe que eu morro de medo de altura. Até hoje não me recuperei dos passeios loucos a que você me levou. Ainda estou com trauma de Orlando por causa daqueles brinquedos malucos que você me fez ir naquele parque que eu até esqueci o nome de tanto nervoso!
- Ah, as férias em Orlando foram ótimas, só eu e você, sem ninguém para nos perturbar. - digo e sorrio de forma maliciosa para ela. - E você vai sim, Amanda, não adianta discutir. Além do mais, eu já paguei por isso e o instrutor está com tudo pronto, só esperando você parar de frescura.
