Capítulo 08

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CRYSTAL

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CRYSTAL

"Não! Não! Para! Você está me machucando!

Eu estou sangrando, para com isso!

Eu... eu... não consigo respirar!

Eu não vou conseguir aguentar. Eu..."


Acordo assustada, com as mãos trêmulas e, ao tocar meu rosto, percebo que estou chorando também. É assim todas as noites e eu não consigo suportar mais. Coloco a cabeça no travesseiro, fecho os olhos e tento dormir novamente, mas simplesmente não dá, então acabo desistindo. Levanto da cama e me sento no assento da janela. Olho para a escuridão da noite e o silêncio absoluto me causa arrepios. Fico observando os galhos das árvores balançarem ao sabor do vento, porém pouco tempo depois, desvio o olhar delas, pois árvores me lembram esse dia.

Minhas costas possuem as cicatrizes até hoje, para toda vez que eu me olhar no espelho, eu me lembrar desse sofrimento, e me lembrar também que eu posso perder muitos trabalhos no meu futuro como modelo por causa disso. Também não posso mais usar tops, croppeds, blusas, vestidos ou qualquer outra peça que deixe minhas costas à mostra. Nas raras vezes em que usei esse tipo de roupa depois que isso aconteceu, Jasmine teve que me ajudar a esconder as cicatrizes passando maquiagem, protetor solar com cor ou qualquer outra coisa que pudesse escondê-las, mas sem parecer que houve um "conserto" ali. O filho da puta não só deixou sequelas no meu corpo, no meu coração e na minha alma, como também no meu maior sonho. Ele arruinou a minha vida em todos os sentidos possíveis.

Passo meus braços em torno de minhas pernas e fico encolhida ali no canto, quase em posição fetal. Enterro minha cabeça nos joelhos e mais uma vez começo a pensar: "por quê?", "por que comigo?", "por que ele fez isso?", "o que eu fiz para merecer tamanho sofrimento?", "será que um dia essa dor vai passar?", "será que um dia eu vou conseguir me recuperar?", "serei capaz de superar isso sozinha?", "vou morrer solitária numa cama por nunca mais conseguir ter um relacionamento?".

Eu brinco com os homens e os faço sofrer não só para me divertir, mas também como uma forma de fazer a minha dor ser menos dolorida ao ver o quanto eles estão morrendo por mim. Entretanto, apesar de realmente ter me tornado fria depois disso e não ser somente um fingimento, eu admito a mim mesma que ainda tenho sentimentos. Não quero passar a vida inteira sendo usada como um objeto de distração e não ter um homem ao meu lado para chamar de "meu namorado", "meu companheiro", "meu parceiro" ou qualquer outra merda do tipo. Já me sinto solitária demais agora e não quero arrastar isso comigo ao longo da minha vida.

No entanto, será que um dia alguém vai ser capaz de me amar apesar do meu jeito? Me amar apesar da minha frieza, insensibilidade, egocentrismo e arrogância? E eu? Serei capaz de retribuir esse amor? Saberei dar amor depois de tanto tempo evitando até mesmo essa palavra? Conseguirei confiar num homem novamente? Conseguirei entregar meu coração a alguém sem o medo, ou melhor dizendo, o pavor de que ele me machuque? A resposta para todas essas perguntas obviamente é "não". Sinto-me patética por perder tempo refletindo nessas bobagens. A quem estou querendo enganar? Estou iludindo a mim mesma com uma esperança que nem sequer existe. Poderia ser mais ridículo?

Burst Into Flames | CONCLUÍDO | Phoenix Love #1Où les histoires vivent. Découvrez maintenant