[LIVRO 1 DA TRILOGIA PHOENIX LOVE]
Crystal Müller tinha a vida perfeita. Corpo perfeito, família perfeita, namorado perfeito, beleza, popularidade e inteligência. Até que uma traição da pessoa mais inesperada a transforma em uma vadia fria, sem cora...
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DAVID
Novamente me encontro na posição, a qual já estou bem familiarizado, deitado na cama, olhando estático para o teto e pensando na vida, só que, desta vez, com um problema muito maior e muito mais difícil a ser lidado nas mãos. Não gosto de categorizar a gravidez de Amanda dessa forma, mas também não posso ser hipócrita e dizer que é a solução dos meus problemas ou o sonho da minha vida porque não é. É óbvio que não vou desprezar esse filho com ela, porém eu ainda não faço a menor ideia de como vou lidar com as consequências dessa situação: Crystal e eu nos separamos, meu pai vai me odiar mais do que nunca quando souber, Anneliese vai ficar decepcionada, Asher vai jogar na minha cara que eu sou um irresponsável, vou ter que enfrentar meus ex-sogros, sendo que terminei com a filha deles por telefone, ser pai aos dezessete, não exatamente, mas ao dezoito, enfim é coisa demais para a minha mente.
Eu me pergunto como minha mãe reagiria a essa notícia se ainda estivesse aqui. Sei que ela não me abandonaria, até porque ela mesma também ficou grávida aos dezessete e, justamente por isso, ela sabe o quanto é difícil e não gostaria que acontecesse o mesmo comigo – ou com nenhum de seus filhos –, mas me pergunto se ela ficaria decepcionada comigo. Provavelmente. Saber que, do céu, ou de qualquer outro lugar bom onde minha mãe está, ela está desapontada comigo, aflige a minha alma em proporções que não sou capaz de descrever, ainda mais porque prometi a ela antes de partir que a faria se orgulhar de mim, e isso é algo do qual eu definitivamente não me orgulho. Apesar de tudo, gostaria de tê-la por perto nesse momento para me ajudar, me orientar, me confortar, fazer com que eu não me sentisse tão sozinho e poder chorar e me lamentar em seu colo.
Sinto-me como se estivesse a ponto de gritar e realmente preciso me esforçar para manter o urro preso na minha garganta. Estou completamente sem saída e não tenho para quem pedir ajuda ou, ao menos, um conselho. Eu não sei o que fazer, não sei o que pensar, não sei como agir ou o que se espera que eu faça com essa bomba lançada no meu colo sem aviso prévio. Queria, pelo menos, poder ligar para a minha irmã e apenas desabafar com ela tudo que está dentro de mim, mas não quero atrapalhar a sua viagem com Liam; eles têm mais de uma semana de viagem restante e estão superfelizes, de jeito nenhum vou estragar a paz e harmonia deles, pois conhecendo bem Anneliese, sei que ela vai ficar angustiada e apreensiva por minha causa e não vai conseguir aproveitar mais nada, portanto a única opção que tenho é dar a cara a tapa e tentar enfrentar tudo isso sozinho.
