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Os Seth guiaram Yuri até um transportador que o levaria para Olimpus, do observatório da nave ele poderia ver tudo.

– Yuri – Uma unidade Seth ao seu lado falava. – Eu estou aqui com você. Aqui você está a salvo.

Yuri sabia que era Daniele, o rosto daquela unidade estranhamente tomou a forma do rosto dela, ela realmente estava ao seu lado e segurou sua mão. Ele observava daquela espaçonave a estação Ressurreição-Seth se afastava e aos poucos era engolida pelo vazio espaço, eles estavam num ponto escuro longe das outras estações, era impossível achar aquela espaçonave ou a unidade Ressurreição-Seth se não soubessem onde procurar.

Daquele ponto ele poderia visualizar as grandes naves orgânicas Borck que cercavam as espaçonaves da Aliança. A maior parte da frota estava recuando, mas os Sabres ainda voavam atacando, a Akimura lançava mais um disparo de sua perfuratriz atingindo uma das naves Borck que implodiu com o disparo, as outras três continuavam o ataque impiedosas.

Como uma oração aquele Seth recitava as palavras de Daniele Hunter.

Minh'alma é um Sabre, que corta o espaço
Alforria das amarras do destino inevitável
A navegar pelo firmamento, indomável

Minh'alma é um Sabre, sangra o inimigo
Ossos de aço, minha bravura trará justiça
Mil batalhas ferida, permaneço erguida

Minh'alma é um Sabre que oferta a paz.
Por isso em minhas orações suplico
Guie-nos, os órfãos de Olimpus

De pontos escuros do quadrante surgiram espaçonaves, dezenas, centenas, e só aumentavam seu número, varrendo o quadrante disparando contra naves Borck.

– O que são elas?

– São caças C-Seth – Falou Daniele usando a robô humanoide, ele imitava até mesmo as suas expressões faciais, até o jeito de falar gesticulando, era como se fosse realmente ela – eram usados para a defesa de Olimpus, foram ativados e guiados por mim. Aquela unidade chama-se Ressurreição pois cada nave, cada robô, cada unidade Seth é um indivíduo autônomo e ao mesmo tempo um coletivo. Sua consciência é armazenada lá, é como um gigantesco disco rígido espacial. Quando um Seth morre a sua consciência volta para a estação e é realocada em um novo corpo. Suas experiências e suas técnicas de combate são compartilhadas de volta com todas as outras unidades. As minhas técnicas de combate aéreo estão sendo usadas por aqueles pilotos C-Seth nesse momento.

– O que acontecerá com os Borck?

– É verdade o fato de que eles são mais antigos do que todas as raças conhecidas. Acredito que não será a última vez que os enfrentaremos, ainda temos que aprender muito sobre os Borck e sua influência no Braço de Órion. Nos registros mais antigos de Seth eles aparecem como seres reptilianos, mas nós os conhecemos como tritonianos, e humanos. Ainda não sei o que isso pode significar, talvez não tenhamos conhecido os Borcks de verdade ainda.

– E quanto as outras colônias humanas? Se você pode ver tudo, deve saber onde estão.

– Essa informação foi apagada até mesmo da memória de Seth, por segurança, nem mesmo eu posso saber onde estão, mas sei que elas não evoluíram ainda para a era espacial. Mas uma em especial devemos encontrar e resgatar.

– Qual?

– Os remanescentes da extinta estrela Gaya. Os exilados foram para um sistema no quadrante Peixes, um mundo semeado, assim como o nosso. Chamam de Sistema Solar, habitam o terceiro planeta, eles o chamam de Terra, orbitando uma estrela chamada Sol. É um planeta irmão do planeta Éden, com as mesmas características físicas, escondidos de todos os mapas para que nunca fosse achado por quem quer que seja.

– Você sabe onde fica essa estrela, Sol?

– Nem mesmo eu posso saber Yuri, mas sei que um dia poderemos encontrá-la.

Órfãos de Olimpus [COMPLETO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora