Parte I – Embarque
O espaço, o qual era uma zona economicamente fértil desde o início da era espacial, tornara-se um palco de guerra. Colônias reivindicavam controle de áreas de exploração, planetas desejavam independência, colonos de estações, usinas, indústrias espaciais cruzavam os braços e clamavam por direitos civis. O terrorismo na era espacial se tornou um problema cada vez mais evidente.
A Guerra das Colônias foi a última grande guerra da humanidade, os acordos de paz firmados entre os planetas, luas e colônias espaciais encerrou o conflito que durou cerca de 5 anos. A estagnação tecnológica advinda da guerra era inevitável, encerraram as operações de rotas espaciais comerciais durante o período dos conflitos, comunicação de dados era um privilégio apenas militar.
A paz finalmente se estabeleceu com o tratado de paz e a fundação da Aliança das Colônias. Tratava-se de um grupo composto por representantes, líderes políticos, dos planetas e colônias independentes. A aliança detinha o controle militar do espaço, e respondia ao Conselho da Aliança formado por estes líderes civis, eleitos pelo povo.
– O Conselho está reunido hoje para debater os rumos da expansão interestelar do espaço da Aliança. – O homem aparentava ser o mais antigo da mesa, numa placa à frente de seu assento lia-se Emanuel Bremer Presidente do planeta Raven. – Receberemos hoje um novo membro interino neste conselho, a UCC tomará assento definitivo na Aliança e terá voz ativa em todas as decisões aqui firmadas. Darei a palavra agora a conselheira representante do povo de Coronte, senhora Ortega Dias.
Todos aplaudiram.
– Senhor presidente – Assentiu a palavra a única mulher da mesa, mais nova que os outros membros do conselho – Com licença. Me chamo Ortega para os que não me conhecem, em nome da União dos Colonos de Coronte agradeço o acolhimento. – Ela sorria para todos enquanto aplaudiam sua participação – De todas as colônias, acredito que todos concordem, Coronte foi a que mais sofreu com sanções econômicas desde a Guerra. Contúdo estamos cientes que não fomos os únicos a sofrer. A estagnação tecnológica durante os conflitos era inevitável. Estamos ansiosos para nossa realocação nas rotas comerciais e voltarmos a crescer tecnologicamente junto com a Aliança.
– Muito bem, obrigado Ortega. Para a Aliança é uma honra incluir Coronte como membro interino do conselho. Faz parte do cronograma do tratado de paz, desde a fundação deste conselho, a inclusão de todas as colônias assim que essas cumpram suas sanções e deveres acordados no pós-guerra, e Coronte cumpriu bem sua parte.
O senhor folheou a pauta da reunião e abriu o primeiro tema que ilustrou os painéis da sala.
– Enfim partindo para o próximo tema, todos receberam o relatório da Missão Akimura?
Os outros membros da mesa redonda assentiram com a cabeça.
– Em resumo, a espaçonave interestelar é a terceira espaçonave capaz de realizar a viagem entre dois sistemas estelares que já construímos. As duas primeiras possuíam capacidade apenas de viagem de ida, convertendo-se em estações espaciais ao chegar, sendo a segunda a responsável por estabelecer os balizadores quânticos para o estabelecimento de redes de internet e neuronet.
O velho exibia um ar sereno, lia um relatório em uma tela enquanto nos painéis apareciam esquemas de construção da Akimura.
– Com isso fomos capazes de construir a Espaçonave Mineradora Akimura. Uma fragata para transporte interestelar sustentável, ligada a neuronet possibilitará o transporte em longos percursos enquanto os passageiros exercem atividades no ambiente virtual. Dessa vez utilizaremos três propulsores de fusão nuclear, o que proporciona até 33% da velocidade da luz. – Um ar de surpresa era notado nos membros daquele conselho – Sim, ela quebrará um novo recorde de velocidade espacial. Para efeito de comparação, a nossa primeira espaçonave a realizar essa viagem demorou 37 anos para chegar no Sistema Nexus e viajava a cerca de 7% a velocidade da luz, seu reator de fusão tinha o tamanho de uma quadra de tênis, a Akimura graças aos avanços da engenharia aeroespacial fará a mesma viagem em 9 anos. Ela é equipada com 3 propulsores cada um contendo 20 pequenos reatores de fusão nuclear modernos. O projeto foi realizado graças ao financiamento das nações que compõem essa mesa, o Conselho da Aliança, porém a vitória é de toda a humanidade.
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Órfãos de Olimpus [COMPLETO]
Science FictionApós um acidente espacial que levou a vida de seu colega de esquadrão, Daniele Hunter acreditava que sua carreira como piloto de caça estava arruinada, destruída física e psicologicamente. Após o término de uma relação conturbada, buscou exílio numa...