11.4

140 32 26
                                    


- Deve ser ali - Krisp Tocou os controles e a porta se abriu.

De dentro foram surpreendidos, ao abrir a porta vários tritonianos possuídos pelos Borck os esperavam com fuzis preparados, abriram fogo contra a tropa.

Krisp num reflexo rápido deu um grito de alerta e saltou para a lateral, mas não foi rápido o suficiente, foi atingido no braço e na perna esquerda, os seus membros voaram pelos ares, Krisp soltou um rugido de dor. Seu traje instantaneamente isolou as perfurações com uma pasta prateada um pouco antes de ele perder a consciência. Dois soldados humanos mortos um com metade do crânio ausente, outro sem o lado esquerdo do peito e o braço esquerdo sumira. Dois tritonianos igualmente mutilados. Mhatt'Ell que vinha na frente também foi atingido na perna, felizmente não foi um ferimento fatal.

Os tiros continuavam, rajadas contínuas de disparos blaster vinha pela porta entreaberta do convés de comando. Enquanto eles tentavam se proteger dos disparos sentiam a nave vibrar, escutavam explosões vindas de partes do lado posterior do complexo, lá fora os Sabres e os Falcons continuavam atacando sem parar.

Yuri, encarou Adson. Notou que ele estava horrorizado com o que estava passando. Arrastou-se até ele e o segurou pelos ombros.

- Adson, acorde garoto! - O sangue no uniforme e capacete do enfermeiro contrastava com seu cabelo muito ruivo e as paredes orgânicas da nave Borck -Precisamos de você aqui! Pegue a bolsa de primeiros socorros e faça seu trabalho! - O enfermeiro balançou a cabeça como se acordasse, se arrastou para o ferido mais próximo tentando afasta-lo do fogo cruzado.

Yuri não tinha outra alternativa, se arrastou até a beirada da porta segurando seu hurricane no peito, tocou na estrutura da nave de costas para se proteger.

- Black! Me de cobertura. Eu tenho um plano! - Yuri gritou pra Jheymison, mas não sabia se ele tinha escutado, pois o soldado estava mais preocupado em acertar alguma coisa com seu hurricane.

Com olhos cerrados, sem a interferência de luz, ele se concentrou. Respirou fundo pela boca e expirou pelo nariz, uma, duas, três expirações. Ele sentia-os saindo de seu corpo, milhares, microscópicos, sentiu rasgarem seus alvéolos pulmonares, sentiu queimar suas narinas, e o gosto de sangue na boca. Começou a expelir seus nanobots modificados.

Através de sua lente intracorneana ele via uma imagem colorimétrica, como um gráfico térmico, o que os nanobots detectavam na atmosfera da sala. Concentrou-se um pouco mais e ordenou que eles invadissem os corpos dos tritonianos possuídos que investiam contra o grupo.

- Petrificar - Sussurrou.

Como seu encantamento na neuronet o comando paralisou o sistema neuromotor dos inimigos do grupo, os tritonianos caíram como se fossem bonecos de pano soltando seus fuzis blaster.

Yuri se sentiu tonto assim que abriu os olhos e caiu de joelhos no chão. Sua narina sangrava.

- Yuri, você está bem? - Adson gritava enquanto o puxava pelos ombros.

Yuri estava com a visão turva, mas conseguia ouvir Adson gritando.

- Sim estou bem... - respondeu alguns minutos depois de cair - só um pouco tonto, mas logo vou melhorar. Onde estão os outros, o que aconteceu?

- Você desmaiou por 5 minutos, os inimigos estão sob custódia. Algo os fez cair de joelhos, talvez a mesma coisa tenha afetado você, mas não sabemos o que foi.

- Não se preocupe comigo. - Ele olhou pela porta e viu Mhatt'Ell olhando a guerra acontecer pelo convés de comando. - Não tem Borcks controlando essa nave?

- Nem mesmo existem comandos, essa sala é orgânica como o resto da nave. Esse deve ser o coração. - Mhatt'Ell falou apontando para o centro da sala onde uma estrutura viva, que deveria pesar uma ou duas toneladas, avermelhada, pulsava rítmica e repetidas vezes.

- Não encontramos os Borck a bordo da espaçonave porque estamos dentro dele. - Concluiu Nairo Kaezar - A espaçonave é o Borck.

- Temos que informar a Akimura, se a nave inteira é um ser vivo, um tiro nesse local e a mataria.

Nairo pressionou um comando no seu capacete olhando pelo vidro do convés de controle podia visualizar a Akimura longe, protegida da batalha que acontecia ali.

- Akimura aqui é Maia 01.

- Prossiga Maia 01.

- Solicito a Oficial de Navegação, Cameron Lima, que marque minha posição.

- Confirmo Maia 01, sua posição foi identificada.

- Energizem a perfuratriz, esse é o ponto fraco. Estamos evacuando a nave Borck em 10 minutos.

- Entendido Maia 01, bom trabalho.

Ele podia ver a Akimura iniciar a abertura dos braços e aumentar a sua velocidade de rotação, posicionando-se em sua direção.

Próximo a nave Borck o sangue dela se espalhava e flutuava dificultando a visão daquela área. Ela se regenerava rápido nos pontos em que era atingida, parecia impossível derrota-la.

A abertura por onde entraram avia se regenerado, Nairo mirou o local exato onde via-se uma cicatriz na parede do Borck.

- V-Blade! - Cravou a lâmina vermelha que emergiu de seu braço na carne viva da nave. Utilizando um movimento rápido refez o corte na parede do animal espacial, sangue vôou pelo espaço e ele podia ver o transportador aguardando próximo ao Borck.

Os fuzileiros voaram até o transportador e embarcaram. Dali podiam ver o espetáculo de camarote.

- Fuego! - Gritou o Reinaldo José.

O disparo blaster contínuo do raio perfuratriz atingiu o convés de comando da nave Borck. O poder de fogo era tamanho que não sofreu nenhum atraso para vencer os escudos magnéticos da nave, atingindo através de estilhaços do painel translúcido da cabine e explodindo o local exato do coração. A nave Borck se contorceu pela última vez e parou imóvel à deriva no espaço, sua coloração se tornou mais pálida, seu sangue flutuava ao seu redor e banhava as laminas dos caça Sabre. Estava morta.

Órfãos de Olimpus [COMPLETO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora