13.1 - Efeito colateral

139 31 56
                                    

– Iniciamos aproximação com o alvo. Fuzileiros, saltar em 10 segundos! – Gritou Nairo Kaezar.

O transportador sobrevoou a estação de pesquisa tritoniana, parou sobre o acesso manual do convés de vácuo. O grupo de 5 fuzileiros saltou utilizando os jatos das armaduras de combate navegaram até a comporta. Nairo Kaezar iria na frente, segurou no punho de segurança lateral da comporta manual, os outros militares se seguraram ao lado, aguardando a abertura. Nairo iluminou a parte interna com a lanterna, procurando por algum sinal de movimento.

– Equipe de resgate, visual com um civil tritoniano a deriva, parece morto. – Falou Nairo na fonia.

Empunhou o Hurricane com a lanterna ligada e abriu a comporta. Entrou no convés primeiro, procurando por movimento. Segurou o corpo do tritoniano que flutuava no espaço, ele tinha marcas de mordidas, sangue flutuava junto com o corpo, seu rosto sem vida com olhos abertos tinha expressão de terror.

O Enfermeiro de campo Adson Johnson adiantou-se na fileira, analisou o militar.

– Essas mordidas parecem de uma arcada dentária humana, devem ter sido possuídos e atacaram uns aos outros.

– Vamos continuar. Fiquem atentos, podem haver humanos hostis.

Avançaram para a próxima porta, ao abrir ela dava acesso ao pátio onde estava a grande nave Borck ancorada com cabos de aço na estrutura da estação espacial. Mais corpos flutuavam no grande compartimento desprovido de gravidade. As luzes piscavam em curto circuito e iluminavam brevemente os corpos humanos e corpos tritonianos, todos com a mesma expressão de terror nas faces, arranhões, mordidas pelos corpos. Sangue flutuava pelo local.

O grupo mirava seus Hurricanes em todas as direções, a câmara estava despressurizada por mal funcionamento dos sistemas e isso dificultava a detecção de movimento pois o som não se propagava no vácuo.

– Esse foi completamente devorado. – Adson Analisava um corpo humano com partes dos ossos exposta como se um animal furioso tivesse devorado sua carne crua. – Ele deve ter morrido pelo sangramento dessa mordida no pescoço e serviu de alimento para alguém.

– Fazem apenas 12 horas que a nave perdeu contato, quem seria tão selvagem para devorar esses corpos assim? – Falou Jheymisson Black que avançava com o fuzil em punho.

– Quem atacou não estava caçando para alimentar-se, estava caçando apenas para matar, esses indivíduos foram assassinados. – Falou Adson. – Eles apresentam mordidas na região do pescoço e rosto apenas. Não foram devorados.

Jheymisson num salto flutuou até acima da nave Borck e iluminou o outro lado com o seu fuzil, a luz foi diretamente para um homem negro que parecia agachado sobre o corpo de um tritoniano. O homem tinha sangue sobre sua bata e não utilizava trajes espaciais.

Quando o homem notou a luz que o iluminava ele olhou para trás de imediato. Tinha pedaços de corpos de tritonianos entre os dentes e sangue em seu rosto, a esclera dos seus olhos estava completamente vermelha em sangue, o rosto com uma expressão de ódio selvagem.

O homem saltou em direção a Jheymisson que hesitou em atirar com o seu fuzil, mas num movimento rápido flexionou o pulso direito libertando a lâmina escondida no braço de sua armadura, com um soco cravou a V-Blade no crânio do possuído.

– Puta merda! Acho que matei um. – Falou na fonia enquanto retirava a lâmina de dentro do crânio do homem, ou animal, ou o que quer que fosse aquilo.

Adson saltou em direção a Jheymisson e analisou o cadáver.

– Ele tem arranhões, mas não foi mordido, deve ter se transformado primeiro e atacado os outros.

Órfãos de Olimpus [COMPLETO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora