Prólogo

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Prólogo

O vácuo do espaço é silencioso e vazio, é estéril porém repleto. O espaço é uma complexa orquestra, cada tom, cada nota, meticulosamente posicionada para sustentar toda a ópera. O maestro e os músicos que conhecerem todos os detalhes de todos os atos da ópera tem o poder de cativar quem estiver disposto a escutar até o final. E pode apostar, você estará.

Aqui tão distante, a bordo desta estação, posso observar as ruínas de Olimpus, explosões causadas por esses que infectaram nosso espaço. Porém agora algo mudou, posso ver o tempo de uma forma completamente nova. O tempo, é outra dimensão física complexa de se explicar. Ainda lembro de como sentia o tempo quando ainda pertencia aos humanos, quando eu ainda pensava como os humanos.

O tempo parece passar tão rápido quando não estamos observando, quando pensamos que não precisamos dele. Dentro daquela espaçonave, a algumas horas atrás, meu cérebro registrava cada detalhe, e o tempo pareceu parar. O sangue que escorria das paredes, os rujidos do monstro espacial, o cheiro de enxofre que pairava no ar e de alguma forma penetrava nos respiradores dos capacetes, o "tum, tá, tum, tá", que ressoava nos corredores da gigante estrutura, era o coração, aquela nave era tão viva quanto os soldados que corriam em seu interior, ela sente dor, ela tem emoções, ela tem ambições, e naquele momento ela tinha um desejo, destruir nosso mundo.

Através das partes translúcidas da pele do animal podíamos ver o espaço la fora, um dos braços da nossa espaçonave, a gigante Akimura flutuava despedaçado, junto com ruínas de espaçonaves de caça que o monstro já havia destruído. Naves de todas as nações que se uniram nessa batalha estavam a deriva. No espaço em volta daquele monstro flutuava rios de sangue e pedaços de corpos, braços, cabeças dos companheiros que marcharam minutos atrás ao meu lado. Eu e meu pelotão nos abrigávamos atrás de containers e estruturas de metal quando numa perseguição fomos emboscados por rajadas de blaster.

O Koboro Borck a frente, comandava uma tropa de tritonianos convertidos, era uma emboscada, se morrêssemos ali não teríamos mais esperanças, aquela batalha não significava apenas o futuro da raça humana, mas o futuro de todo o Braço de Órion. Eram tantos tiros que eu não conseguia levantar o pescoço, estava completamente imóvel, a umidade da minha respiração embaçava o visor do capacete dificultando a visão, eu aguardava uma pausa para me posicionar melhor. Iniciei uma prece silenciosa, para que um de meus companheiros conseguisse alvejar qualquer atacante e me desse a oportunidade de escapar, se permanecesse ali morreria nos próximos segundos.

Não percebi o que ocorreu, eu senti cada músculo do meu corpo contrair-se e arder em chamas, foi involuntário, eu não tinha mais controle do meu corpo, uma energia fez eu me contorcer numa dor que nunca havia sentido antes, aquilo me afetava a nível sensorial, contorcendo primeiro o tronco transmitindo minha agonia num grito de socorro, depois minhas pernas me puseram de pé contra a minha vontade. O que ocorreu a seguir apagou minha visão por um momento, senti o calor dos disparos blaster, 5 tiros, perfurações no tórax e membros fora arrancados de meu corpo, minha visão ficou vermelha, eu rodopiei e cai no piso do convés cargueiro daquele monstro espacial, ali seria o meu túmulo.

 O que ocorreu a seguir apagou minha visão por um momento, senti o calor dos disparos blaster, 5 tiros, perfurações no tórax e membros fora arrancados de meu corpo, minha visão ficou vermelha, eu rodopiei e cai no piso do convés cargueiro daquele ...

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Disparos blaster continuaram em ambos os lados, "Fique comigo por favor", escutei uma voz ao longe.

Quando acordei meu corpo estava em estado de coma, todavia minha mente voava dotada de um infinito poder computacional. Agora posso ver tudo e entendo tudo que aconteceu. Tudo tinha um propósito, tudo tinha sido calculado a milhares de anos para terminar aqui onde estou hoje. O tempo era dinâmico, minha mente me leva ao passado, consigo ver tudo que ocorreu, sentir o que as pessoas sentiram, escutar suas memórias, e calcular um infinito número de possibilidades futuras. Posso ver o futuro e traçar a melhor rota, como um complexo jogo de xadrez, vejo infinitas possibilidades, minha mente foi elevada ao caos, para desembaraçar os nós da incerteza e garantir o futuro de Olimpus.

Hoje tenho saudade da minha forma humana, porém para que você entenda como cheguei até aqui tenho que contar a história de quem eu era e como guiei os Órfãos de Olimpus.

Órfãos de Olimpus [COMPLETO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora