Órfãos de Olimpus [COMPLETO]

19.4

Voltaram à Spacestorm, Willian estava preocupado com o rumo que as coisas estavam tomando, uma mudança de comando nesse ponto da missão, estavam tão próximos de Olimpus e agora tudo vai mudar, não é o melhor momento para desestabilizar a tripulação da Akimura. Willian ficou pensativo o trajeto de volta, mal percebeu os pequenos detalhes naturais que a lua Leia, mesmo depois da sua total urbanização ainda conservava. O céu era lindo, azul, com grossas nuvens que cobriam a maior parte da luz que entrava da gigante prateada Sirius. Com uma vista de camarote do planeta gasoso que ela orbitava.

– Seth o que me diz sobre o planeta Solo?

"O planeta Solo é um gigante gasoso, mas seu núcleo metálico é fonte da maior parte das riquezas minerais, toda a energia de Leia é produzida em Solo, todo o minério é obtido no núcleo do planeta, gigantescas bases mineradoras e industrias perigosas operam nele. A maior parte da operação das indústrias é autônoma pois a atmosfera do planeta pode prejudicar organismos de espécies alienígenas".

- Você fala como se alguma espécie pudesse sobreviver ali.

"E de fato pode. O planeta abriga vida não inteligente. Espécies de algas flutuam nas densas nuvens gasosas e são totalmente adaptadas para aquele ambiente, bactérias e organismos microscópicos existem em abundância".

A humanidade não poderia estar mais errada em acreditar ser dona da via láctea quando a vida pode surgir em ambientes completamente inóspitos.

– A vida é uma praga que se dissemina pelo espaço, uma vez que surge é praticamente impossível extingui-la – Lembrou Honoldo das palavras que tinha dito quando estava em Atlas.

Ao desembarcar de volta na Akimura, Willian ativou o comunicador. Os monitores da nave travaram ao seu comando.

"Atenção Akimura: Comandante falando"

– Saudações Akimura, quem vos fala é Willian Honoldo. Sou o comandante interino da Espaçonave Mineradora Akimura. Para os que não foram notificados do assunto ainda, o Comandante Shitiro Umada foi afastado do cargo por crime de assassinato qualificado, envolvimento com organização criminosa e sequestro de espaçonave da Aliança. Ainda é suspeito dos crimes de traição e espionagem. Encontra-se foragido, seu destino é conhecido, está a caminho da Estrela Antares, um grupo de interceptação será montado numa operação conjunta com os Tritonianos. Traremos justiça perante a morte de nossos militares.

Depois daquele pequeno pronunciamento passaram-se dias de preparo para o próximo salto, a última batalha deixara marcas, principalmente nos Falcons e Sabres que enfrentaram a nave Borck. Honoldo não planejava chegar em Pegasi sem o devido preparo.

A presença Borck estava cada vez mais evidente, a descoberta de uma estação espacial inimiga em Antares e que Umada era seu contato direto abalou a confiança da alta cúpula do Conselho da Aliança. Aquela era a prova de que os Borck estavam infiltrados na sua sociedade e não podiam determinar a quanto tempo.

A confiança entre as colônias da Aliança foi abalada, segredos militares passaram a ser melhor guardados, cada colônia previa uma ruptura iminente do sistema político humano. Até mesmo os Tritonianos determinaram barreiras para a imigração alienígena entre os sistemas.

O clima não era diferente na Akimura. Após o próprio comandante, a personalidade de maior confiança da espaçonave mineradora, ser desmascarado, qualquer um poderia ser um espião Borck.

Yuri preparou medidas sanitárias para inspenção de saúde obrigatória decretada por Honoldo, no inuito de descobrir qualquer alteração de saúde mental que pudesse por em risco a segurança da missão. Testes toxicológicos foram realizados em todos a bordo quando descobriram os vestígios de drogas ilícitas nos aposentos de Shitiro. Um total de 5 militares foram detidos em celas dentro da espaçonave por porte ilegal de substâncias alucinógenas e drogas altamente controladas, o que demonstrou a fragilidade que existia no sistema de inteligência interna do encouraçado.