Epílogo

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- Lidia, o que está acontecendo com ela? - perguntou Anne, uma expressão de preocupação em seu rosto - ela não está com fome e nem precisa ser trocada, mas não para de chorar.
- Espere só um minuto - gritei enquanto me afastava e corria até a cozinha para mexer as panelas no fogão.
- Ai meu Senhor, Lídia - minha amiga gritou - sua filha está engolindo o fôlego.
Anne apareceu na porta com uma Samanta quase roxa em seus braços, chorando terrivelmente alto. Larguei tudo ali e peguei minha filha em meus braços, aninhando em meu peito e respirei aliviada quando ela parou de puxar o ar para dentro e simplesmente o soltou, mas o choro era incessante. Mais um ano havia se passado e uma linda menina ruiva foi dada de presente para mim e o homem que eu tanto amava; foi uma gravidez turbulenta, eu sempre estava me irritando facilmente e com desejos esquisitos. Arthur sempre esteve ali para mim, aguentando meus acessos de ira, saindo de madrugada para procurar algo que eu desejasse, mas eu sabia que em algumas vezes ele queria apenas pular pela janela e fugir como um condenado.
- Ela é do sexo feminino e é minha filha - falei para Anne, que havia tomado meu lugar perto do fogão - o que acha que ela quer? - questionei.
- Eu absolutamente não sei, mas faz aproximadamente meia hora que ela está assim.
- Olá, garotas - uma voz masculina veio atrás de mim na porta, seguido por um beijo no meu pescoço. Me virei e encontrei os belos olhos azuis do meu marido me encarando.
- Tome que a filha é sua - estendi a criança em meus braços em sua direção. Quando Arthur enroscou seus braços ao redor de Sam, a aconchegou em seu peito e esfregou o nariz na pequena bochecha rosada, a menina calou-se com em um passe de mágica.
- Está vendo? - resmungo para minha amiga que estava olhando a cena embasbacada - eu carrego nossa filha durante nove meses em meu ventre, sofro todas as dores do parto, para depois ela preferir o pai.
- O que posso fazer se eu tenho essa coisa irresistível sobre mim? - perguntou, presunçoso e selou nossos lábios.
- Me passe essa gracinha aqui - disse Nick enquanto se juntava a nós; ele mal havia tirado Sam dos braços do pai quando ela começou a chorar loucamente novamente - tudo bem, tudo bem, volte para esse scheisskerl.
- Nada de palavrões perto da minha filha - resmunguei.
- Qual é, Lidy - disse Nick, aproximando-se de sua esposa e passando um braço por sua cintura - nessa idade ela nem ouve direito.
- E você sabe o que significa isso? - perguntou Arthur.
- Não, mas eu sei quando é um tom de xingamento - falei - e Nick com certeza tinha o tom em sua voz.
Eles riram e eu não consegui não me juntar. Eu havia aprendido várias palavras e expressões em alemão, mas eles me deixavam no escuro em relação aos palavrões e mesmo que eu quisesse procurar o significado, eu não sabia como escrever. Talvez eu devesse apenas escrever xingamentos em alemão no google e ver o que aparece.
- Ela está com cólica ou algo assim novamente? - perguntou Brend, entrando na cozinha.
- Não, ela está bem - respondi e o abracei pelo pescoço.
- Pai, você é um salvador - disse o garoto - ela pode não estar com cólica, mas eu provavelmente estou com os tímpanos estourados.
Todos nós rimos e eu me inclinei, beijando-lhe o rosto. Foi uma tarde agradável, fizemos um almoço em família; durante esse tempo que passou, minha mãe havia voltado para suas viagens, nenhum ex-namorado atrapalhou as nossas vidas e tudo estava indo de vento em polpa.
Quando a noite caiu, eu estava deitada na cama e esperava enquanto Arthur colocava nossa filha recém adormecida em seu berço; alguns minutos depois ele entrou pela porta e rastejou até mim, balançando como um gato selvagem. Como eu amava esse homem.
- Olá, querida esposa - ele murmurou e tocou seus lábios sobre os meus levemente.
- Olá, querido marido - sussurrei e o puxei para mim.
- Enfim sós - ele disse e me beijou apaixonadamente.
- Você está louco por mim - brinquei e ri quando seu nariz fez cócegas no meu pescoço.
- Você me conquistou desde o momento em que me olhou pela primeira vez.
Eu tinha ficado aborrecida e aterrorizada quando esse homem surgiu na minha vida novamente, apenas aparecendo no meu local de trabalho e fazendo suas brincadeiras como se anos não tivessem passado. Porém, agora, eu não poderia estar mais feliz que ele foi colocado no meu caminho; sorri para mim mesma enquanto o abraçava, sua cabeça descansando em meu peito e sorri em triunfo, eu havia conseguido o que me dispus a fazer, eu conquistei o meu garoto Sullivan.

Conquistando Um SullivanWhere stories live. Discover now