Conquistando Um Sullivan

Capítulo 58-"A atmosfera tranquila e calma entre mim e Arthur se instaurou."

Paramos em uma linda praça perto do centro da cidade e era um encanto. As árvores espalhadas pelo lugar proporcionavam deliciosas sombras, a grama estava baixa e macia, pássaros gorjeavam, cantarolando suas canções costumeiras e molhando seus bicos nas fontes ou bebedouros; crianças corriam enquanto empinavam pipas ou corriam de seus cachorros, em um canto uma mulher lia distraidamente sentada em um banco, ignorando o olhar efusivo que um homem de cabelos avermelhados lançavam em sua direção, furtiva e discretamente. Arthur andava ao meu lado, também reparando tudo o que havia ao redor, as mãos enfiadas nos bolsos da frente de sua calça jeans.
Um loira, de cabelos curtos e grandes olhos verdes, caminhava em nossa direção empurrando um carrinho de bebê; Arthur sorriu, fazendo a mulher parar, dando-lhe a oportunidade de brincar com a criança. A pequena garotinha toda vestida de rosa soltava altas gargalhadas enquanto Arthur sorria e a tocava gentilmente nas bochechas redondas, mostrando seu lindo sorriso banguelo. Vê-lo assim com um bebê fez meu coração apertar e pensar que eu era a pior pessoa do mundo por tê-lo perder fases tão importante de Brendon. Distraído, Arthur não percebia os olhos da mãe da criança fixos nele, olhando-o quase que com adoração e luxúria, como se ela pudesse devorá-lo a qualquer momento, sem problemas; entretanto, eu notei e uma onda de ciúmes se apossou de mim.
- Você gosta de crianças, não é? - perguntei quando retomamos nossa caminhada.
- Sim, eu as adoro - disse com um sorriso enviesado - são criaturas puras e inocentes.
- São quase anjos - falei.
- Já Lucas diz que são praticamente cachorros - diz ele - crianças mordem, fazem xixi nas coisas.
Nós dois rimos e fiquei feliz pela atmosfera estar tão tranquila, o clima tenso entre nós deixado para trás como se nunca tivesse existido. Tento não deixar minha mente flutuar para a questão crucial que me atormenta: e quando essa viagem terminar? E quando o peso da realidade cair sobre nós? Há um garoto nos esperando na Alemanha e muita água vai rolar sob essa ponte ainda. Balancei a cabeça para nublar esses pensamentos, deixando os problemas para depois.