Cap. 138-"Eu sinto muito."

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- Mudou por quê?
- Por quê? Que droga de pergunta é essa?
- Porra, Lídia - ele finalmente se afastou e passou os dedos pelos seus cabelos loiros, uma corrente de palavras em alemão escapando de sua boca.
- Você tinha uma namorada de quatro anos e nunca me disse nada - reclamei, sentando-me na cama - uma namorada famosa, bonita, rica e...
- Por que diabos você está mexendo nessa história? Isso está no passado.
- Será, Arthur? Não sentiu nada quanto a viu no casamento? - gritei. O espetacular homem na minha frente se esticou, pegou em meus tornozelos e me puxou até que eu estava deitada na beirada da cama, seu corpo entre minhas pernas e sua boca na minha. O beijo era exigente e ele forçava sua entrada, mas mantive meus lábios selados, não deixando sua língua entrar; apesar da saudade de seu beijo estar me matando, eu não ia ceder.
- Eu não senti nada - ele rosnou, seus olhos azuis pegando fogo - será que não entende que a única mulher que eu quero é você? Foi com você que eu me casei.
- Não importa, você se casou por obrigação.
- Foda-se - mais palavras em alemão - eu não faço nada que eu não queira. Você colocou nessa sua cabeça que eu me casei por causa de Brendon, que eu amo outra mulher e não há nada que eu diga vai fazê-la mudar de ideia. Droga, Lídia, você é minha esposa, eu não quero mais ninguém, me procure quando isso penetrar em sua mente - ele caminhou até a porta, mas parou - e não adianta trancar-se no outro quarto, ou nesse mesmo, eu irei entrar de qualquer jeito.
E então, ele se virou e meu fôlego escapou, assim como Arthur passou pela porta. Ele me ama. Arthur podia até não se permitir dizer as palavras, mas estava ali, estampado em seus olhos azuis, eles estavam quase gritando para que eu finalmente entendesse. Meu marido me ama. "Será que não entende que a única mulher que eu quero é você?", finalmente suas palavras entraram na minha cabeça e eu queria gritar. Eu amava esse homem e eu faria de tudo para ouvir as palavras saírem da sua boca. Pulei da cama, abri a porta e desci as escadas, meus pés descalços não anunciando minha chegada. Arthur estava sentado no sofá, a televisão estava ligada mas o som estava no mudo e seus olhos pareciam perdidos; quando me aproximei, ele virou o rosto na minha direção e ficou observando enquanto eu me aproximava e parava na sua frente. Notei a quietude do lugar e percebi que minha mãe já havia ido dormir; olhei em seus olhos cor de topázio, subi em cima dele devagar, escarranchando em seu colo e escovei seus cabelos loiros para trás.
- Eu sinto muito - murmurei e tomei sua boca na minha, saboreando-o com saudade.

Conquistando Um SullivanWhere stories live. Discover now