Capítulo 73-"Ah meu Deus, que vergonha!"

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E senti como se todo sangue que circulava no meu corpo foi parar no meu rosto. Nunca havia sentido tanta vergonha em toda minha existência, porque os grandes olhos masculinos que me encaravam como se eu fosse uma aparição não eram no mais lindo tom de azul que eu já havia visto. A porta se abriu atrás de mim e a secretária loira surgiu, mordiscando o lábio inferior e fingindo que não estava vendo a movimentação dentro da sala.
- Esse não é o escritório do senhor Sullivan - ela murmurou e eu fiz um esforço enorme para não revirar os olhos. Rá, descobrimento do ano! Eu percebi isso sozinha, muito obrigada.
- O que está acontecendo aqui? - perguntou o homem, agora recomposto com seu terno e cabelo o mais ajeitado possível - e quem diabos é você? - perguntou olhando para mim e não parecia muito feliz. Bem, quem estaria feliz com uma interrupção dessas? Sei que eu não.
- Oh, sinto muito - falei, sentindo meu rosto queimar ainda mais e tateei atrás de mim para alcançar a porta; entretanto, a loira com diversão brilhando em seus olhos ainda estava parada ali e eu queria atropelá-la como uma jamanta apenas para sair dali.
- Essa é a senhora Sullivan - a mulher respondeu por mim - esposa do senhor Arthur.
Os olhos do homem ficaram tão grandes que eu pensei que iriam sair das órbitas a qualquer momento e teríamos que correr atrás deles para pegá-los, o que eu não estava muito afim. Eu só queria sair de dentro daquele escrito, seria possível senhorita oxigenada? Eu queria gritar. Olhei para a mulher que já estava arrumada também e a expressão em seu rosto não era muito diferente do amante. Um silêncio constrangedor pairou no ar e eu queria começar a cantarolar para quebrar o clima.
- Com licença - murmurei e passei pela secretária (finalmente), caminhando sem olhar para trás.
- Senhora - ouvi a voz masculina atrás de mim assim que estava alcançando o elevador - senhora.
O trepador de escritórios estava ao meu lado, sua face e pescoço rubros se aproximaram de mim e não hesitei em entrar quando as portas metálicas se abriram; para meu desespero, o cara entrou junto.
- Por favor, senhora Sullivan, não conte o que viu para seu marido - ele parecia desesperado - por favor, não conte, ele não vai gostar nada.

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