Capítulo 15 -"Por quê depois da rejeição eu não conseguia agir normalmente?"

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- Ei, vai tirar a mãe da forca? - perguntou em tom de brincadeira.
- Por quê? - questionei, enfiando a última garfada na boca.
- Está comendo igual pato, só colocando na boca e engolindo.
- Não estou não - retruquei e ele arqueou uma sobrancelha - eu preciso voltar ao trabalho - me levantei, peguei meu prato e estiquei o braço para pegar o dele; tentei ser rápida ao fazer isso, mas Arthur conseguiu segurar meu pulso.
- Está fugindo de mim? - perguntou com seu sorriso enviesado, porém, seus olhos estavam mais sérios do que nunca.
- Por que eu estaria? - mandei de volta, não querendo responder aquilo.
- Ah, respondendo com outra pergunta, isso nunca é um bom sinal - ele me soltou e eu me endireitei - podemos nos ver depois?
- Eu não posso fazer isso - murmurei e sai de perto dele como se estivesse sendo perseguida. Levei os pratos para a cozinha, corri para o banheiro e me tranquei lá dentro. Eu queria chorar. Por que depois de sua rejeição eu não o odiava? Ou por que eu não conseguia agir naturalmente como ele, como se o que tivemos não houvesse significado nada para mim? Como eu ia apresentá-lo para Brendon? A única coisa a se fazer era dizer para o menino que eu não o tinha encontrado, que ele provavelmente havia partido e o que eu torcia para que fizesse.
Voltei para o trabalho momentos depois e o homem não estava mais ali. O resto do dia passou rapidamente e quando o relógio badalou marcando as 18:00 p.m. eu fui dispensada e a mulher do turno da noite chegou.
Contei tudo para Anne assim que cheguei em casa, enquanto tomava uma xícara de chá para acalmar os nervos que ficaram à flor da pele apenas com a lembrança.
- Diga à ele, Lidy - Anne falou - você achou que nunca mais o veria e agora ele está aqui, quais as chances disso acontecer? Nada acontece à toa.
- Tenho medo da reação dele - falei, mordendo o lábio.

Conquistando Um SullivanWhere stories live. Discover now