Cap. 175-"Isso não ia prestar."

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LÍDIA
Fazia quase um mês que Arthur havia saído de casa e eu sentia sua falta terrivelmente. Ele via Brendon todo dia, saía do trabalho mais cedo apenas para buscá-lo na escola; às vezes saíam juntos e ele o deixava na porta. Eu sabia que ele estava me evitando e eu não o culpava. Eu havia voltado a conversar com Anne e Nick normalmente, havia pedido desculpas por ter surtado mas eles entenderam que eu tinha um motivo. Eu não sabia onde meu marido estava morando, minha amiga e seu marido sabiam, porém não me contavam. E se ele estivesse com sua ex? Não deixe sua mente ir até lá, Lídia. Apenas imagina-lo nos braços de Beatriz, em sua cama, me deixava doente.
Estava no trabalho, em um momento de descanso e uma das meninas que trabalhava comigo se sentou ao meu lado.
- Você está bem? Parece um pouco abatida.
- Sim, estou bem - respondi e forcei um sorriso.
- Pare de sorrir assim, está me assustando - ela disse e eu consegui sorrir de verdade.
- Sinto muito - murmurei e logo voltamos ao trabalho.
Encontrei Cal quando saí e dei-lhe um abraço. Eu havia ligado para ele, precisava de alguém neutro nessa bagunça que havia se tornado minha vida. Caminhamos até nosso café habitual e nos sentamos em uma mesa do lado de fora.
- O que está acontecendo? - ele perguntou. Contei sobre a minha doença e sobre a briga com Arthur, mas não disse que ele havia sido o motivo - por que não me disse sobre a doença? Sabe que eu me importo com você, somos amigos.
- Eu sei, apenas... - suspirei.
- Tudo bem, não precisa dizer nada - falou e segurou minha mão - e sobre seu marido, brigas acontecem, vocês vão se resolver.
- Você está de bem com sua esposa? - questionei ao me lembrar que há algum tempo as coisas não pareciam muito bem entre Cal e sua esposa.
- Sim, nós nos entendemos - ele sorriu - eu a amo, mas às vezes ela me tira do sério.
- Sei como é, Cal - sorri. Meu sorriso sumiu quando olhei por cima do ombro de Cal e vi um homem parado um pouco distante; sua expressão era sombria e ele caminhou em nossa direção em passos largos. Merda, isso não ia prestar.
- Boa noite - ele disse com uma voz tensa e se inclinou, segurando nas costas da cadeira de Cal. Meu amigo se virou e Arthur empalideceu, seus olhos crescendo de tal forma que pensei que saltariam para fora - mas que merda - ele falou e xingou em alemão.

Conquistando Um SullivanWhere stories live. Discover now