Capítulo 1-"Desde que engravidei de Arthur, dei uma virada em minha vida."

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Oito anos depois...
Estava sentada no banco da praça no centro da cidade, esperando Brendon sair da escola, que ficava logo em frente. Eu olhava ao redor, observando as pessoas que passavam e se divertiam como se não houvesse nenhuma preocupação em suas vidas; meus pés se mexiam como se possuíssem vida própria por conta da minha inquietação. Nunca fui uma pessoa de muita paciência e esperar era algo que me deixava extremamente irritada; os ponteiros do relógio demoravam para mudar suas posições. Mas apesar da irritação, estava me sentindo animada por saber que minha melhor amiga, Anne, viria me fazer uma visita nessa semana.
Há oito anos, eu fui embora da grande Nova Iorque e me mudei para uma pequena cidade de Wisconsin. Eu estava grávida na época e decidi que era hora de um novo começo; então, eu apenas juntei minhas coisas e parti sem olhar para trás. Agora estava trabalhando em um restaurante, e essa profissão é do tipo que você tem que falar mansamente e com um sorriso que mostre até os molares, tenho um lindo filho de sete anos que é a cara do pai, com seus cabelos claros e olhos azuis, e estava feliz sozinha. Eu conseguia fazer o papel de mãe e pai, não precisava de ninguém para puxar o tapete sob meus pés ou me abandonar quando as coisas estivessem ficando sérias demais.
As crianças do outro lado da rua começaram a sair correndo da escola, tirando-me dos meus devaneios. Me levantei, atravessei a rua abarrotada de carros e sorri quando encontrei Brendon saindo pela porta, seus olhinhos brilhando e um sorriso faltando um dos dentes da frente, cheio de inocência.
- Mamãe - ele gritou e veio correndo, se jogando em meus braços.
- Olá meu amor - eu o abracei forte e peguei em sua mão quando nos afastamos - como foi a aula?
Brendon tagarelava alegremente sobre o desenho que havia feito e como a tinta que fora utilizada demorou para sair dos dedos. O garoto tinha a energia, o carisma e o bom humor do pai, o que fazia meu coração apertar dentro do peito. Eu não havia visto Arthur desde que me mudei e torcia para que isso não acontecesse, eu sabia que junto com ele viria todas as recordações. Ele costumava me perguntar várias vezes porquê os amigos tinha um pai e ele não, mas com o passar do tempo, ele pareceu se conformar um pouco mais e as perguntas se tornaram raras; apesar disso, eu tinha quase certeza que era o que ele pedia em cada aniversário.

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