Capítulo 50 - Pains of the past

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[sem revisão]

Boa leitura! XoXo

Anne's POV

Ter meu marido de volta já não era mais por querer, era questão de honra.

Ir para cama com ele era apenas deitar e dormir. Tom, às vezes, pega no notebook e põe seu óculos — que eu particularmente acho atraente, e se concentra no trabalho. Um vício para ele... E sim, depois da gravidez voltei a dormir no mesmo quarto que ele, mas isso não mudou nada.

Afinal, que gravidez? Eu não consegui uma noite com ele para realmente engravidar, o que me frusta muito. Se ele não me ama, quer o divórcio, por que dividir a mesma cama? E cada dia que passa tenho medo de Tom descobrir que é tudo mentira. Ele anda querendo participar de tudo, inclusive as idas ao médico. Ele quer ver o rostinho do bebê, ouvir o coração. Estou privando ele disso tudo, até porque não tem um bebê aqui.

Sinceramente, meu sonho não é ser mãe. Já foi. Muito menos prioridade no momento. Nunca pensei em ser. Se quer passou na minha cabeça. Talvez pensei. Talvez um só. E se passar de um? Ou dois? Mil vezes não...

Toda noite me arrependo de ter me posto nesse caminho por um homem. Meu sonho mesmo era casar de branco com um vestido escandoloso, com um véu enorme e com o noivo dos sonhos. E foi isso que aconteceu!

Eu e Thomas dividimos esse pensamento, filhos não é prioridade, mas se acontecer, vamos aceitá-los. Eu não estou preparada para ser mãe e com medo de realmente engravidar, mas não vou deixar de tentar fazer um. Agora já fui longe demais. Comecei, terei de terminar.

Minha psicóloga, recomendada pela minha irmã, diz que eu deveria realmente me divorciar. O que ela não sabe é da gravidez falsa, mas sabe do meu desejo de fazer um filho para ter meu marido de volta de verdade. Ela disse em exatas palavras: "Fazer um filho para ganhar um homem de volta a fará infeliz, assim como o marido e o filho. Há aqueles homens que nem por filhos voltam com a mulher, ou se quer o assume". Eu particularmente não gostei da frase. O Tom voltou, não voltou?

E foi em uma tarde com pensamentos turbulentos batendo insistidamente uma caneta no bloco de notas, enquanto meus pés insistiam em ir contra o piso freneticamente, me veio Amanda, uma amiga de infância e mulher de um médico excelente da cidade.

Peguei meu celular e disquei seu número.

Eu não posso aceitar uma coisa dessas, Anne. Olha o que você está me pedindo! -respondeu-me Amanda, pelo telefone, com um tom não muito feliz e talvez preocupada.

— É muito arriscado para o emprego do seu marido, eu sei, mas eu preciso disso.

Você arrisca o emprego do meu marido para beneficiar o seu?

— É por um bem maior. Me encontre daqui uma hora naquele restaurante que a gente sempre vai. Te conto a história toda!

Ok, Anne. Ok! Mas não vou prometer nada.

Pus-me a sair de casa correndo, quase me esqueci de pôr a barriga falsa que comprei. É arriscado sair sem ela. É arriscado manter até mesmo em casa quando não se tem ninguém e a ponho na pressa. Thomas não faz ideia do cofre escondido no meu escritório, apenas no nosso quarto. E é lá que guardo, junto de outras coisinhas.

Encontrei minha amiga no horário combinado, no restaurante que costumávamos ir para fofocar e respirar longe da nossa rotina.

Nos cumprimentamos assim que nos vimos e fomos levadas até nossa mesa, onde pedimos nossas bebidas e entradas. Não fui direto ao assunto, e Amanda também não. Eu, pelo menos, estava esperando nossos pratos chegarem.

Obra inesperada do destino [PAUSADA]Where stories live. Discover now