Capítulo 36 - Hospital

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Boa leitura! XoXo

Todos os dias Anne estava no hospital, o que é totalmente compreensível. Agora, o que não é, é que toda vez que venho ela não me deixa ver Tom. Sempre está arrumando uma desculpa, o que vem me irritando muito.

A imprensa toda já sabe, como a empresa também. Helena e Raquel estão comandando a empresa, o que já fazem diariamente, já que uma é a presidente e outra CEO, o que não entra muito na minha cabeça o porquê Tom continua lá já que os maiores cargos já têm donos, ou melhor, donas.

Hoje, uma semana após o acidente, cheguei fora do horário de visitas por uma porta de acesso não muito comum por mim e por Anne nesses dias. Não avistei ela, e fui direto falar com o médico. Expliquei meu cargo e o quanto era importante eu visitá-lo justo naquele horário, entre outras coisas para convencê-lo, o que não foi fácil, mas aceito.

Caminhei até sua sala e abri a porta devagar. O mesmo estava lendo um livro.

— Oi, posso entrar? -disse atrás da porta fechada. Assim que me viu, abriu um sorriso enorme.

Tom tinha ferimentos pelo seu rosto todo, o que me deu calafrios de nervoso e dó. Seu braço enfaixado, e o dedão tinha um oximetro ligado com fios. Também estava tomando soro, e cheio de fios passando por si. Eu estava triste por vê-lo naquele situação.

— Demorou para vir me ver. Anne não deixou, acertei? -ri junto com ele.

— Em cheio! -eu sorria. Mudei minha expressão rápido. — Eu vinha aqui todos os dias, desde o dia do acidente. Até a roupa que está usando foi eu que escolhi, mas sua esposa não deixava por nada eu vir. Tive que convencer o médico de deixar eu entrar fora do horário de visitas.

— Ainda bem, se não fosse por esse livro eu estava morto de tédio. -ele jogou a cabeça para trás brincando e eu ri.

— Não adianta nem eu perguntar como está, se está bem. Você está horrível!

— Obrigado! -ele riu debochando.

— Me desculpa! -pus as mãos na boca. — Mas que bom que está vivo. Era para eu estar lá com você, era para eu estar assim, mal, ruim, ferida, e não intacta, como a safada da Rebeca. É culpa minha, me desculpa. Eu deixei de fazer meu trabalho, eu...

Tom me interrompeu fazendo um barulho de silêncio enquanto colocava a mão com o oximetro no meu rosto, fazendo carinho.

— O que aconteceu jamais será sua culpa. Nunca mais repita isso, ouviu? Não precisar chorar, eu estou aqui, sempre estarei.

— Mas, eu não estava ali. -não me aguentei e comecei a chorar. — Eu te vi pela televisão, e não entendi o porquê eu não estava lá.

— Ei, ei, ei. Shi, shi. Calma! -ele chegou para o lado com cuidado. — Deita aqui, vem cá.

Deixei minhas coisas de lado e deitei no maior cuidado no mundo ao seu lado. O olhei e ele limpou minhas lágrimas.

— Assim que eu sair daqui, vamos ter todo o tempo do mundo para conversar sobre isso. Agora deixa eu aproveitar que você tá aqui, e não vou aceitar você se culpando e chorando. -Tom disse bem baixinho e eu apenas assenti, quieta.

Dei um beijinho no seu rosto, onde estava sem machucados. Ele sorriu com o ato.

— Um beijinho aqui não faz mal. -ele apontou para a boca e eu gargalhei.

— Meu anjo, sua boca está cortada. Vai arder.

— Vai não. Seu beijo gostoso não vai deixar.

Eu não conseguia parar de rir, e agora provavelmente devo estar parecendo um pimentão.

Obra inesperada do destino [PAUSADA]Where stories live. Discover now