{85} A Marca Negra

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    Eu tinha um enorme sorriso no rosto, estava tão feliz de uma forma que só queria pular ou gritar. Me virei para dar uma última olhada em Draco, eu queria lhe dar um abraço, mas com os pais deles ali e meu pai aqui, fica meio difícil. Percebendo que eu o olhava ele sorriu e assentiu enquanto pelo canto da boca sussurrava um “Te vejo em Hogwarts”. E assim saiu junto de seus pais.

— Não conte à sua mãe que andou apostando. — Implorou papai a Fred e George, quando juntos desciamos, lentamente, as escadas forradas com carpete púrpura

— Não se preocupe, papai. — Disse Fred feliz — Temos grandes planos para esse dinheiro, não queremos que ele seja confiscado.

   Por um instante, pareceu que papai ia perguntar que grandes planos eram aqueles, mas em seguida, pensando melhor, decidiu que não queria saber.
  
   Logo fomos engolfados pela multidão que saía do estádio e regressava aos acampamentos. O ar da noite trazia aos nossos ouvidos cantorias desafinadas quando retomavamos o caminho iluminado por lanternas, os leprechauns continuavam a sobrevoar a área em alta velocidade, rindo, tagarelando, sacudindo as lanternas. Quando chegamos finalmente às barracas,   ninguém estava com vontade de dormir e, dado o nível da barulheira, a toda volta, papai concordou que podíamos tomar, juntos, uma última xícara de chocolate, antes de se deitar.

   Logo estávamos discutindo prazerosamente a partida; papai se deixou envolver por Charlie em uma polêmica sobre jogo bruto. Fred e George cantarolavam enquanto giravam com as bandeiras verde da Irlanda. Então, de repente Rony subiu em cima da mesinha.

— Não existe ninguém como Krum... — Começou teatralmente

— Krum, o bobão? — Brincou Fred e então ele e George começaram a girar em torno de Rony cantarolando o nome de Krum

— Ele parece um pássaro cortando o vento. — Continuou Rony olhando para o teto com uma cara encantada — Ele é mais do que um atleta, ele é um artista.

— Acho que está apaixonado, Rony. — Brincou Ginny rindo-se da cara dele

— Ah, não enche! — Murmurou ele descendo de cima da mesa

— Eu casaria de boas com o Krum, lindo e atleta, também acho que seja um artista. — Comentei em tom brincalhão

— Vitor eu te amo. — Fred começou a cantarolar sendo acompanhado por George e Harry — Vitor eu te amo sim.

— Quando estamos distantes... Meu coração bate só por você. — Entrei na onda me levantando e começando a cantar também

   E somente alguns minutos depois quando Ginny caiu no sono em cima da mesinha e derramou chocolate quente pelo chão que papai deu um basta nas retrospectivas verbais e insistiu que todos fôssemos se deitar. Vestimos ambos nossos pijamas e nos deitamos nas beliches. Do outro lado do acampamento ainda ouviamos muita cantoria e uma batida que ecoava estranhamente.

— Ah, fico feliz de não estar de serviço. — Papai murmurou cheio de sono — Eu não iria gostar nem um pouco de ter que dizer aos irlandeses que eles precisam parar de comemorar.

   Eu, que ocupava a cama superior do beliche de Rony, fiquei olhando para o teto de lona da barraca, observando o brilho ocasional das lanternas dos leprechauns que sobrevoavam o acampamento e visualizando alguns dos lances mais espetaculares de Krum. Pude me imaginar usando vestes de quadribol com meu nome nas costas e imaginei a sensação de ouvir uma multidão de cem mil pessoas berrando, enquanto a voz de Ludo Bagman ecoava pelo estádio “Com vocês... WEASLEY!”. Seria uma sensação tão boa e assim eu fui adormecendo aos poucos, nunca cheguei a saber o que sonhei aquela noite, só que de repente ouvi papai gritar.

𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐄𝐀𝐒𝐋𝐄𝐘, draco malfoy [1]Where stories live. Discover now