{84} A Copa Mundial de Quadribol Pt. 2

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   Formação de ataque de Hawkshead – li enquanto assistia a três artilheiros irlandeses voarem juntos, Troy no meio, um pouco à frente de Mullet e Moran, e investirem contra os búlgaros. Manobra de Ploy, li em seguida, quando Troy fingiu que ia subir com a goles, atraindo a artilheira búlgara Ivanova, e deixou cair a bola para Moran. Um dos batedores búlgaros, Volkov rebateu violentamente, com o seu pequeno bastão, um balaço que passava, derrubando-o no caminho de Moran; Moran se abaixou para evitar o balaço e soltou a goles; e Levski, que voava mais abaixo, apanhou-a...

  “GOL DE TROY!”, berrou Bagman, e o estádio estremeceu com o rugido dos aplausos e vivas. “Dez a zero para a Irlanda?”

— Quê? — Berrei nervosa, observando o campo com o onióculo — Mas Levski é que está com a goles!

— Rox, se você não observar em velocidade normal, vai perder todos os lances! — Gritou Hermione, que dançava aos pulos, agitando os braços no ar, enquanto Troy dava uma volta no campo para comemorar o gol. Espiei depressa por cima do onióculo e vi que os leprechauns, que assistiam ao jogo na extremidade do campo, tinham novamente levantado voo e formavam o grande trevo refulgente. Na outra extremidade, as veelas assistiram a essa exibição em silêncio.

— Que droga! — Murmurei

   Furiosa comigo mesma, girei o botão de volta à velocidade normal quando o jogo recomeçou. Eu entendia o suficiente de quadribol para saber que os artilheiros irlandeses eram fantásticos. Deslocavam-se em harmonia, parecendo ler o que ia nas mentes uns dos outros, pela maneira com que se posicionavam, e a roseta no meu peito não parava de guinchar o nome deles: “Troy – Mullet – Moran!” Em dez minutos a Irlanda marcou mais duas vezes, elevando sua vantagem para trinta a zero e provocando uma onda de gritos e aplausos dos torcedores de verde.

   A partida se tornou ainda mais rápida, porém mais brutal. Volkov e Vulchanov, os batedores búlgaros, atiravam os balaços com bastonadas fortíssimas nos artilheiros irlandeses e estavam começando a impedi-los de executar alguns dos seus melhores movimentos; duas vezes eles foram obrigados a dispersar e então, finalmente, Ivanova conseguiu passar por eles, driblar o goleiro Ryan, e marcar o primeiro gol da Bulgária.

— Dedos nos ouvidos! — Berrou papai, quando as veelas começaram a dançar comemorando o lance. Eu não tive que me dar ao trabalho de fazer isso, já que o canto só afetava os meninos. Logo as veelas haviam parado de dançar e a Bulgária recuperara a posse da goles.

  “Dimitrov! Levski! Dimitrov! Ivanova... ah, essa não!”, berrou Bagman.

  Cem mil bruxos e bruxas prenderam a respiração quando os dois apanhadores, Krum e Lynch, mergulharam no meio dos artilheiros, tão velozes que pareciam ter pulado sem paraquedas de um avião. Acompanhei a descida deles com o onióculo, apurando a vista para procurar o pomo...

— Eles vão colidir! — Berrou Hermione ao lado de Harry

  Hermione estava parcialmente certa – no último segundo, Vítor Krum se recuperou do mergulho e se afastou em círculos. Lynch, no entanto, bateu no chão com um baque surdo que pôde ser ouvido em todo o estádio. Um enorme gemido subiu dos lugares ocupados pelos irlandeses.

— Idiota! — Lamentou papai — Era uma finta de Krum!

  “Tempo!”, berrou Bagman. “Os medibruxos vão entrar em campo para examinar Aidan Lynch!”

— Ele está bem, só levou um encontrão! — Disse Charlie tranquilizando Ginny, que estava pendurada por cima da lateral do camarote, horrorizada. Eu apenas revirei os olhos para eles dois — E isso era, naturalmente, o que Krum pretendera...

— O Krum é perfeito... mas eu tô torcendo pra Irlanda obviamente. — Falei um pouco sem fôlego cruzando os braços

   Logo apertei depressa os botões de “repetição” e de “lance por lance” no onióculo, girei o botão de velocidade e tornei a levar o onióculo aos olhos. Assisti a Krum e Lynch mergulharem outra vez em câmara lenta. Finta de Wronski – uma manobra perigosa dos apanhadores, li na legenda púrpura que passou pelas lentes. Depois vi o rosto de Krum se contorcer, concentrando-se, quando o apanhador se recuperou do mergulho no último instante, ao mesmo tempo que Lynch se estatelava e concluí o que eu já tinha imaginado – Krum não vira pomo algum, estava só obrigando Lynch a imitá-lo. Eu jamais vira alguém voar daquele jeito; Krum nem parecia estar usando uma vassoura; deslocava-se com tanta facilidade pelos ares que parecia solto, sem peso. Tornei a ajustar o onióculo na posição normal e focalizei Krum. O jogador voava em círculos bem acima de Lynch, que agora estava sendo reanimado pelos medibruxos com xícaras de poção. Focalizei o rosto de Krum ainda mais de perto e vi seus olhos negros correndo para cá e para lá por todo o campo, trinta metros abaixo, que rosto lindo, eu poderia dizer. Usava o tempo em que Lynch era reanimado para procurar o pomo sem interferência.

𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐄𝐀𝐒𝐋𝐄𝐘, draco malfoy [1]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora