{43} Aragogue

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  Harry parou, tentando ver aonde as aranhas estavam indo, mas tudo fora do seu pequeno círculo de luz estava escuríssimo. Eu e Rony estávamos de mãos dadas, ambos medrosos e sempre olhando ao redor a qualquer barulho que ouvissemos.

   Alguma coisa úmida encostou na minha mão e eu dei um pulo para trás, esmagando o pé de Rony, mas era apenas o nariz de Canino, que tinha nos acompanhado.

— O que vocês acham? — Perguntou Harry para nós — Vamos mais a frente?

— Já chegamos até aqui, né? — Resmungou Ron

    Então acompanhamos as sombras velozes das aranhas entrando pelo meio das árvores. Não podíamos mais andar muito depressa; havia raízes e tocos de árvores no caminho, pouco visíveis na escuridão quase total. Caminhamos pelo que pareceu pelo menos meia hora, as vestes agarrando nos galhos baixos e espinheiros. Passado algum tempo, reparamos que o chão parecia estar descendo, embora o arvoredo estivesse mais denso que nunca. Então Canino soltou de repente um latido que ecoou por todos os lados, nos fazendo dar um pulo de fazer a alma se soltar do corpo.

— O que foi!? — Perguntei alto, olhando a escuridão à volta e segurando o braço de Ron com força

— Tem alguma coisa se mexendo ali adiante... — Sussurrou Harry — Escute... parece uma coisa grande...

   Parei tentando concentrar minha audição naquilo e pude ouvir. A uma certa distância para a direita, a coisa grande estava partindo galhos à medida que abria caminho por entre as árvores.

— Ah, não! — Exclamou Rony — Ah, não, ah, não, ah...

— Merlim! — Gritei agarrando o braço do meu irmão com mais força — Não...

— Calem a boca. — Mandou Harry muito nervoso. — A coisa vai ouvir vocês.

— Nos ouvir?! — Exclamou Rony numa voz estranhamente aguda — Ela já ouviu o Canino!

— Ron, se a gente morrer, eu quero que você saiba que por mais que você seja chato, babaca e muitas vezes idiota, eu amo você tá. — Falei depressa, meio acanhada e com medo

— Também amo você irmã.

   A escuridão parecia estar empurrando para dentro as órbitas dos nossos olhos enquanto aguardavamos aterrorizados. Ouvimos um ronco esquisito e em seguida o silêncio.

— O que acham que ela está fazendo? — Harry perguntou

— Provavelmente está se preparando para atacar.  — Ron respondeu

    Esperamos tremendo, mal nos atrevemos a se mexer, mas nada aconteceu. Harry parecia agora olhar ao redor à procura de sinais de aranhas no chão iluminado, mas todas fugiram.
   
— Perdemos a pista. Vem, vamos tentar encontrá-las.

   Andei um pouco na direção de Harry, mas vi que Rony ficou calado. Nem se mexeu. Tinha os olhos fixos em um ponto fixo bem atrás de mim e Harry. Seu rosto estava lívido de terror. E eu tremi só de pensar no que poderia ser.

   Nem tive tempo de pensar em me virar, ouvi um som estalado e alto e de repente senti uma coisa comprida e peluda me agarrar pela cintura e me erguer do chão, deixando-me de cara para baixo. Comecei a me debater horrorizada enquanto gritava e tentava segurar a minha saia, mas por sorte eu estava de meia calça e short por baixo, odiava ser obrigada a usar saia.

— ROX! — Gritou Rony

   O mesmo som se repetiu e vi as pernas de Ron e Harry abandonarem o chão, também, e Canino choramingar e uivar – no instante seguinte, estavamos sendo arrebatados para o meio das árvores escuras.

𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐄𝐀𝐒𝐋𝐄𝐘, draco malfoy [1]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora