{40} Cartão Cantado

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   A ideia que Lockhart fazia de uma injeção no moral tornou-se clara no café da manhã de catorze de fevereiro. Acordei um pouco tarde por não ter ido dormir tão cedo, considerando um livro que estava lendo, assim que levantei, me arrumei e corri para o Salão Principal, para não perder ao menos o café. Assim que entrei, pensei por um momento, que tivesse entrado na porta errada.

   As paredes estavam cobertas com grandes flores rosa berrante. E pior ainda, de um teto lindo e azul-celeste caía confete em formato de coração. Me dirigi à mesa da Gryffinfor onde Harry e Rony estavam sentados com cara de enjoo, e Mione parecia não conseguir parar de rir.
  
— O que é que está acontecendo? — Perguntei a eles com uma sobrancelha arqueada enquanto me sentava e limpava o confete que tinha caído no bacon — Isso aqui virou uma escola de princesas, por acaso?

   Ron apontou para a mesa dos professores, aparentemente nauseado demais para falar. Tinha que ser Lockhart, ele estava usando vestes rosa berrante, para combinar com a decoração, gesticulava pedindo silêncio. Os professores, de cada lado dele, estavam impassíveis. De onde eu me sentei, podia ver um músculo tremendo na bochecha da Professora McGonagall. Snape parecia que tinha acabado de tomar um grande copo de Esquelesce.

— Feliz Dia dos Namorados! — Exclamou Lockhart — E será que posso agradecer às quarenta e seis pessoas que me mandaram cartões até o momento? Claro, tomei a liberdade de fazer esta surpresinha para vocês, e ela não acaba aqui!

   Lockhart bateu palmas e, pela porta que abria para o saguão de entrada, entraram onze anões de cara amarrada. Mas não eram uns anões quaisquer. Lockhart mandara-os usar asas douradas e trazer harpas. Tive que me segurar pra não começar a rir.

— Os meus cupidos, entregadores de cartões! — Sorriu Lockhart — Eles vão circular pela escola durante o dia de hoje entregando os cartões dos namorados. E a brincadeira não termina aí! Tenho certeza de que os meus colegas vão querer entrar no espírito festivo da data! Por que não pedir ao Professor Snape para lhes ensinar a preparar uma Poção do Amor! E por falar nisso, o Professor Flitwick conhece mais Feitiços de Fascinação do que qualquer outro mago que eu conheça, o santinho!

  O Professor Flitwick escondeu o rosto nas mãos. Snape fez cara de que obrigaria a beber veneno o primeiro aluno que lhe pedisse uma Poção do Amor.

— Isso vai ser engraçado. — Falei segurando a risada

— Por favor, Mione, me diga que você não foi uma das quarenta e seis. — Disse Rony assim que deixamos o Salão Principal para assistir à primeira aula

    A garota de repente ficou muito interessada em procurar na mochila o seu horário e não respondeu.

— Foi sim... — Sussurrei para meu irmão tentando não rir

   O dia inteiro, os anões não pararam de invadir as salas de aula e entregar cartões, para irritação dos professores e, no fim daquela tarde, quando íamos subindo para a aula de Feitiços, um dos anões alcançou Harry.

— Hey, você! “Arry” Potter! — Gritou um anão particularmente mal-encarado, que abria caminho às cotoveladas para chegar até Harry

   Eu já não estava conseguindo me manter séria, Harry tinha mesmo recebido um cartão, o garoto não parecia ter gostado nada disso porque começou a tentar escapar, ainda mais pelo fato de estarmos na frente de uma fileira de alunos do primeiro ano. O anão, porém, meteu-se por entre a garotada chutando as canelas de todos e o alcançou antes que o garoto pudesse se afastar dois passos.

— Tenho um cartão musical para entregar a “Arry” Potter em pessoa. — Disse, empunhando a harpa de um jeito meio assustador

— Isso vai ser divertido. — Comentei tentando não rir

𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐄𝐀𝐒𝐋𝐄𝐘, draco malfoy [1]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora