{57} A fuga da Mulher Gorda

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— Segura aí! — Exclamou Rony — Compramos o máximo que podíamos carregar.

   Uma chuva de doces intensamente coloridos caiu no colo de Harry.
  
— Obrigado. — Disse Harry, pegando um pacote de minúsculos Diabinhos de Pimenta. — Como é que é Hogsmeade? Aonde é que vocês foram?

    E então começamos a falar e pelo que diziamos parecia que tínhamos ido a todos os lugares, mas meio que tinhamos mesmo. Dervixes & Bangues, a loja de equipamento de bruxaria, Zonko’s – Logros e Brincadeiras, no Três Vassouras para tomar canecas espumantes de cerveja quente amanteigada, e outros tantos lugares.

— Correio, Harry! Umas duzentas corujas, todas pousadas em prateleiras, todas com código de cores dependendo da urgência com que você quer que a carta chegue! — Exclamou Ron empolgado

— A Dedosdemel tem um novo tipo de fudge; estavam distribuindo amostras grátis, olha aí um pedacinho, olha... — Falei também empolgada

— Achamos que vimos um ogro, juro, tem gente de todo o tipo no Três Vassouras... — Retrucou ele de novo

— Gostaria que a gente pudesse ter trazido cerveja amanteigada para você, esquenta para valer...

— Que foi que você ficou fazendo? — Perguntou Hermione, com ar preocupado — Terminou algum dever?

— Não. — Respondeu Harry — Lupin preparou uma xícara de chá para mim na sala dele. Então Snape entrou... Ele levou um cálice, uma espécie de poção para o professor.

   Rony ficou boquiaberto.

— E Lupin bebeu? Ele é maluco?

— É melhor descermos, sabe, a festa vai começar dentro de cinco minutos... — Hermione falou depois de consultar o relógio em seu pulso

   Ambos atravessamos depressa o buraco do retrato e nos misturamos à aglomeração de alunos, ainda discutindo Snape.

— Mas se ele... sabe... — Hermione baixou a voz, olhando, nervosa, para os lados — Se ele estivesse tentando... envenenar Lupin... não teria feito isso na frente de Harry.

— É, talvez. — Disse Harry quando chegamos ao saguão de entrada e o atravessamos para entrar no Salão Principal

   Ele havia sido decorado com centenas de abóboras iluminadas por dentro com velas, uma nuvem de morcegos, muitas serpentinas laranja vivo que esvoaçavam lentamente pelo teto tempestuoso como parecendo luzidias cobras de água.

   A comida estava deliciosa; até eu que já tinha me empanturrado de doces da Dedosdemel, arranjei lugar para repetir. Notei que Harry olhava constantemente para a mesa dos professores. O Prof. Lupin parecia alegre e o mais saudável possível; conversava animadamente com o miúdo Flitwick. A festa terminou com um espetáculo apresentado pelos fantasmas de Hogwarts. Eles saltavam de repente das paredes e dos tampos das mesas e voavam em formação; Nick Quase Sem Cabeça fez grande sucesso com uma encenação de sua própria
decapitação incompleta.

   Foi uma noite tão agradável que o bom humor de Harry sequer foi afetado quando Malfoy gritou no meio dos colegas, quando deixavamos o salão:

— Os dementadores mandaram lembranças, Potter!

— Sempre tão maduro. — Falei de volta pra ele no mesmo tom e rindo

   Eu, Rony, Harry e Hermione acompanhamos os outros colegas da Gryffindor pelo caminho habitual para a Torre, mas quando chegamos ao corredor que terminava no retrato da Mulher Gorda, encontramos ele engarrafado pelos alunos.

— Por que ninguém está entrando? — Perguntou Harry, curioso

  Fiquei na pontinha dos pés e me inclinei um pouco tentando ver por cima das cabeças à minha frente. O que não foi de grande ajuda, pois não consegui ver nada.

— Será que o Neville esqueceu a senha de novo? — Disse Rony

— Hey. — Resmungou Neville que estava bem atrás da gente

— Ah, você está aqui. — Se admirou Rony
 
— Me deixem passar. — Ouviu-se a voz de Percy, que passou cheio de importância e eficiência pelo  ajuntamento — Qual é o motivo da retenção aqui? Não é possível que todos tenham esquecido a senha, com licença, sou o monitor-chefe...

   E então foi baixando um silêncio sobre os alunos a começar pelos que estavam na frente, dando a impressão de que uma friagem se espalhava pelo corredor. Ouvimos logo mais Percy numa voz repentinamente alta e esganiçada:

— Alguém vai chamar o Professor Dumbledore. Depressa.

   As cabeças de todos alunos se viraram; os que estavam atrás se esticaram nas pontas dos pés, inclusive eu.

— Por Merlim. — Exclamei irritada
  
— Que é que está acontecendo? —Perguntou Ginny, que acabara de chegar

   Só notei quando Lavender juntamente com Parvati e Amélia vieram correndo em minha direção.

— Vocês sabem o que aconteceu? — Perguntei, mas elas negaram

   Instantes depois, o Professor Dumbledore chegou deslizando, imponente, em direção ao retrato; os alunos da Gryffindor se comprimiram para deixá-lo passar, eu, Rony, Harry e Hermione se aproximamos para ver qual era o problema.

— Essa, não... — Hermione disse agarrando o braço de Harry

   Só então eu vi, a Mulher Gorda desaparecera do retrato, que fora cortado com tanta violência que as tiras de tela se amontoavam no chão; grandes pedaços do retrato haviam sido completamente arrancados. Dumbledore deu uma olhada rápida no retrato destruído, virou-se, o olhar sombrio, e viu os professores McGonagall, Lupin e Snape que vinham, apressados, ao seu encontro.

— Precisamos encontrá-la. — Disse Dumbledore. — Profa McGonagall, por favor localize o Sr. Filch imediatamente e diga-lhe que procure a Mulher Gorda em todos os quadros do castelo.

— Vai precisar de muita sorte! — Disse uma voz gargalhante

   Era Pirraça, o poltergeist, sobrevoando professores e alunos, encantado, como sempre, à vista de desastres e preocupações.

— Que é que você quer dizer com isso, Pirraça? — Perguntou Dumbledore calmamente e o sorriso do poltergeist empalideceu um pouco

    Ele não se atrevia a atormentar o diretor. Em vez disso, adotou uma voz untuosa que não era nada melhor do que a sua gargalhada escandalosa.

— Vergonha, Sr. Diretor. Não quer ser vista. Está horrorosa. Eu a vi correndo por uma paisagem no quarto andar, Sr. Diretor, se escondendo entre as árvores. Chorando de cortar o coração —Informou ele, satisfeito — Coitada — Acrescentou em tom pouco convincente.

— Ela disse quem foi que fez isso? — Perguntou Dumbledore em voz baixa

— Ah, disse, Sr. Diretor. — Respondeu Pirraça com ar de quem carrega uma grande bomba nos braços — Ele ficou furioso porque ela não quis deixá-lo entrar, entende. — Pirraça deu uma cambalhota no ar e sorriu para Dumbledore entre as próprias pernas — Tem um gênio danado, esse tal de Sirius Black.

𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐄𝐀𝐒𝐋𝐄𝐘, draco malfoy [1]Where stories live. Discover now