{39} Diário e banheiro inundado

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— É o Filch. — Murmurou Harry

    Subimos depressa a escada e paramos, escondidos, apurando os ouvidos.

— Será que mais alguém foi atacado? — Perguntei já tensa só de pensar

   Ambos ficamos quietos, as cabeças inclinadas na direção da voz de Filch, que parecia um tanto histérica.

— ... Sempre mais trabalho para mim! Enxugando o chão a noite inteira, como se já não tivesse o suficiente para fazer! Não, isto é a última gota, vou procurar o Dumbledore...

   Os passos dele cessaram e ouvimos uma porta bater a distância.
  
    Esticamos as cabeças para espiar mais além do canto. Filch, pelo que víamos, estivera em seu posto de vigia habitual, estávamos mais uma vez no local em que Madame Nora fora atacada. Logo vimos imediatamente a razão dos gritos de Filch. Uma grande inundação se espalhava por metade do corredor e aparentemente a água ainda não parara de correr por baixo da porta do banheiro da Myrtle Que Geme. Quando Filch parou de gritar, pudemos ouvir os lamentos da Myrtle ecoando pelas paredes do banheiro.

— Agora o que será que ela tem?! — Exclamou Rony

— Não sei se você sabe, mas eu não sou vidente. — Falei com ironia

— Vamos até lá ver. — Disse Harry

  Atravessamos aquela agueira até a porta com o letreiro INTERDITADO, não demos atenção, como sempre, e entramos. Myrtle chorava, se é que isso era possível, cada vez mais alto e com mais vontade do que nunca. Parecia ter-se escondido no seu boxe habitual. Estava escuro no banheiro porque as velas haviam se apagado com a grande inundação que deixara as paredes e
o piso encharcados.

— O que foi, Myrtle? — Perguntou Harry

— Quem é? — Engrolou Myrtle, infeliz — Vêm jogar mais alguma coisa em mim?

— Por que eu iria jogar alguma coisa em você?

— É a mim que você pergunta! — Gritou, surgindo em meio a mais uma onda líquida, que se espalhou pelo chão já molhado — Estou aqui cuidando da minha vida e alguém acha que é engraçado jogar um livro em mim...

— Mas, acredito que não deve machucar se alguém joga um livro em você. — Tentei argumentar — Quero dizer, ele te atravessa, não é mesmo?

   Estava tentando falar algo bom, mas parece que eu disse a coisa errada. Myrtle se estufou e gritou com voz aguda.
  
— Vamos todos jogar livros na Myryle, porque ela não é capaz de sentir! Dez pontos se você fizer o livro atravessar a barriga dela! Muito bem, ha, ha, ha! Que ótimo jogo, eu não acho!

— Mas afinal quem jogou o livro em você? — Perguntou Harry

— Eu não sei... eu estava sentada na curva do corredor, pensando na morte, e o livro atravessou a minha cabeça. — Disse Myrtle olhando feio para nós — Está lá, foi levado pela água...

   Espiamos embaixo da pia para onde Myrtle apontava. Havia um livro pequeno e fino caído ali. Tinha uma capa preta e gasta e estava molhado como tudo o mais naquele banheiro. Harry adiantou-se para apanhá-lo, mas Rony esticou o braço para impedi-lo.

— Que foi?

— Está maluco? Pode ser perigoso!

— Perigoso? — Perguntou Harry rindo — Deixe disso, de que jeito poderia ser perigoso?

— Você ficaria surpreso, Harryzinho. — Falei olhando apreensiva para o livro — Os livros que o Ministério da Magia tem confiscado, papai nos contou, tinha um que queimava os olhos da pessoa.

𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐄𝐀𝐒𝐋𝐄𝐘, draco malfoy [1]Where stories live. Discover now