{02} O Chapéu seletor

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— Devem fazer uma espécie de teste, acho. Foi o que Charlie me disse. — Respondi — Mas ele nunca especificou como era.

— O Fred disse que dói à beça, mas acho que estava brincando. — Suspirou Rony

   O meu coração deu um leve salto enquanto em mente eu implorava que Fred estivesse brincando sobre o teste. Olhei à volta, ansiosa, e vi que os outros também pareciam apavorados. Ninguém falava muito a não ser Hermione, que cochichava muito depressa todos os feitiços que aprendera, sem saber o que precisaria mostrar. Fiz força para não escutar o que ela dizia. Nunca me senti tão nervosa, nunca, nem mesmo quando acidentalmente quebrei a janela de casa jogando quadribol ou fiz um livro de Ginny pegar fogo, acidentalmente também. Mantive os olhos grudados na porta. A qualquer segundo agora a Profa. Minerva voltaria e me conduziria para o desconhecido.

— Olha só. — Falou Rony de repente — Com certeza Malfoy vai pra Slytherin, olhem pra ele. Eu não iria querer ir pra lá se fosse você, Harry.

— Muito menos eu, todos os bruxos que se tornaram mal foram da Slytherin. — Completei a fala do meu irmão

— Talvez nem todos. — Disse uma voz chata e mandona — Os queridos gêmeos cabelo de fogo estão sabendo que Merlim pertenceu à Slytherin, não é?

— NÃO FOI NÃO! — Berramos eu e Rony juntos, ambos compartilhando irritação por Hermione Granger

   Antes mesmo que a garota irritante pudesse responder aconteceu uma coisa que me fez pular bem uns trinta centímetros no ar – várias pessoas atrás de mim gritaram.

— Que di...

   Harry ofegou. E as pessoas à nossa volta também, incluindo eu. Uns vinte fantasmas passaram pela parede dos fundos. Brancos-pérola e ligeiramente transparentes, eles deslizaram pela sala conversando entre si, mal vendo os alunos do primeiro ano. Pareciam estar discutindo. O que lembrava um fradinho gorducho ia dizendo:

— Perdoar e esquecer, eu diria, vamos dar a ele uma segunda chance...

— Meu caro frei, já não demos a Pirraça todas as chances que ele merecia? Ele mancha a nossa reputação e, você sabe, ele nem ao menos é um fantasma. Nossa, o que é que essa garotada está fazendo aqui?

   Um fantasma, que usava uma gola de rufos engomados e meiões, de repente reparou no alunos do primeiro ano.
  
   Ninguém respondeu.
  
— Alunos novos! — Disse o frei Gorducho, sorrindo — Estão esperando para ser selecionados, imagino?

   Alguns garotos confirmaram com a cabeça, mudos.
  
— Espero ver vocês na Huflepuff! — Falou o frei — A minha casa antiga, sabe?

— Vamos andando agora. — Disse uma voz enérgica — A Cerimônia de Seleção vai começar.

   A Profa. Minerva voltara. Um a um os fantasmas saíram voando pela parede oposta.

— Agora façam fila e me sigam.

    Sentindo-me pouco à vontade como se minhas pernas tivessem virado chumbo, entrei na fila atrás de Harry, que estava atrás de um garoto de cabelos cor de palha e fiquei na frente de Rony, e assim todos saímos da sala, tornamos a atravessar o saguão e as portas duplas que levavam ao Grande Salão.

   Jamais imaginei um lugar tão diferente e esplêndido. Era iluminado por milhares de velas que flutuavam no ar sobre quatro mesas compridas, onde os demais estudantes já se encontravam sentados. As mesas estavam postas com pratos e taças douradas. No outro extremo do salão havia mais uma mesa comprida em que se sentavam os professores. A Profa. Minerva levou os alunos de primeiro ano até ali, de modo que paramos enfileirados diante dos outros, tendo os professores às nossas costas. As centenas de rostos que nos contemplavam pareciam lanternas fracas à luz trêmula das velas. Misturados aqui e ali aos estudantes, os fantasmas brilhavam como prata envolta em névoa. Principalmente para evitar os olhares fixos nele, olhei para cima e vi um teto aveludado e negro salpicado de estrelas. Ouvi Hermione cochichar:

𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐄𝐀𝐒𝐋𝐄𝐘, draco malfoy [1]Where stories live. Discover now