Autora narrando
Enquanto Layla, ou melhor, Lilian saia do quarto, viu várias pessoas desmaiadas pelo corredor, com certeza as coisas haviam mudado, em outros tempos apenas as crianças se livraram de suas chamas, parecia que toda aquela paz tinha feito eles se esquecerem dos tempos de guerra e assim... Eles apenas não tinham mais sentimentos como o ódio.
As roupas que Lilian estava usando, estavam todas rasgadas e ela estava basicamente com alguns trapos, ela sabia que não poderia chegar assim na casa das garotas, até porque... Ela se passaria por Layla, assim, nenhum dos 12 selos desconfiaria e ela poderia ter sua vingança mais facilmente.
Ela foi até um corredor onde haviam alguns armários, abriu de um por um, até encontrar uma roupa que a agradasse, uma calça jeans escuro e uma blusa preta com mangas, demorou um pouco para se vestir, até porque aquelas roupas eram meio complicadas de se colocar, ela acabou colocando a cabeça no lugar errado várias vezes, sem falar que foi um problema vestir a calça, acabou vestindo ela do avesso na primeira vez.
Quando enfim colocou tudo certo, ela saiu do hospital, saiu meio que escondida, pois já haviam pessoas na frente do hospital e logo os bombeiros chegariam ali, andando em meio a grama e os arbustos ao lado do hospital, ela viu um garoto sentado em um banco e teve a impressão de conhecê-lo.
Mesmo sabendo que era impossível, já que a mesma apenas conhecia a alcatéia, a família de Jason, alguns colegas de escola e as meninas com quem estava morando. O garoto pareceu tê-la visto e sorriu para ela.
A mesma não demonstrou emoção nenhuma, mesmo tendo cada vez mais certeza que o conhecia de algum lugar, a mesma continou a andar, precisava chegar em sua casa antes que amanhecesse, a essas horas Tília já devia ter voltado e Kate deveria estar nervosa a sua espera.
Ela passou reto pelo garoto, mas o mesmo foi atrás dela e começou a seguí-la, ela poderia até dizer que ele era um dos 12 selos, porém não sentia nenhum poder vindo dele e também não detectou nenhum tipo de maldade em seu coração, ou seja, ele era um humano normal que estava seguindo-a.
Lilian não era um poço de paciência, então não aguentou ouvir os passos do garoto através de si por muito tempo, ela se virou rapidamente e em um segundo já tinha a mão no pescoço do garoto, assim sufocando-o.
Lilian-Quem é você?
-Wow, C-Calma...
Ela largou o garoto e ele caiu no chão, Lilian estava parada na frente dele o olhando seriamente, mesmo sabendo que ele não era uma ameaça, ela queria saber por que ele estava a seguindo.
Lilian-Se não quiser se machucar, pare de andar atrás de mim.
Os olhos dela brilharam num vermelho intenso para ele, como se fosse um aviso, mesmo assim o garoto pareceu nem ligar, se levantou rapidamente e limpou suas roupas.
-Eu me chamo Tyler e eu vi você saindo do hospital após aquela explosão, eu sei que você não é... Bem... Normal.
Lilian narrando
Eu-Você sabe demais, eu deveria apagar suas memórias.
Cheguei perto dele e ele recuou um passo, mesmo assim ele não parecia ter medo de mim. Ele realmente era um humano, mas sabia sobre mim? Bom, talvez ele ache que eu seja como Nicolas, Layla ou Kate, apenas um ser sobrenatural.
Tyler-Não, obrigado. Eu prezo muito pelas minhas memórias, de qualquer forma, você não deveria andar assim pela rua, vão achar que você é uma louca, eu não sei se você percebeu, mas você está cheia de marcas vermelhas pelo corpo, seu cabelo está todo bagunçado, você sequer tem um sapato e você não pode sair mostrando seus olhos por aí.
Eu-Eu simplesmente apago a memória deles depois.
Um humano qualquer como ele não vai me dizer o que fazer, eu nunca fui muito paciente e nunca tive muitas conversas prolongadas com alguém, até porque ou ele acabava morto ou sem memórias, também tem a parte em que eu estou, basicamente, dormindo profundamente dentro de alguém, então, eu realmente não tive uma conversa de verdade.
Eu comecei a andar e o garoto começou a me seguir novamente, eu já estava a ponto de mandá-lo para o quinto dos infernos, mas eu não podia machucar humanos e eu sinto que apagar as suas memória não será uma boa ideia.
Tyler-Eu não sei o que aconteceu dentro daquele hospital, mas sei que quem causou isso foi você, eu ouvi o grito das pessoas pedindo socorro e--
Eu-O que você quer perguntar? Pergunte de uma vez, antes que eu perca o pouco de paciência que eu tenho.
Nem me virei para encará-lo, até porque eu sentiria novamente que eu o conhecia e sim, eu tinha certeza que já tinha visto ele antes, mas não saberia dizer se foi nas vidas passadas ou foi Layla que o viu alguma vez. Bom, nem em todo momento eu estava consciente dentro de Layla.
E nem poderia perguntar para ela, até porque ela está... Dormindo agora e provavelmente não vai acordar tão cedo, dependendo do tanto de coisas que ela tem para digerir e perdoar.
Tyler-Eu quero apenas ajudar.
Eu não tinha o encarado em nenhum momento e nem ouvi as batidas de seu coração acelerarem, mesmo assim eu sabia que ele estava mentindo. Afinal, eu vivi por séculos nesse mundo e sei as maneiras que as pessoas encontram para contar uma mentira.
Eu-Você tem segundas intenções e está mentindo sobre querer ajudar, por que não fala logo de uma vez o que quer? Talvez eu possa fazer algo por você, desde que me deixe em paz.
Tyler-Ok, já que você quer que eu vá direto ao ponto... Bom, eu sei que você tem poderes e tal, então eu queria que você... Me transformasse.
Ivy-Opaaaaa, um humano querendo ser transformado? Isso não se vê todo dia.
Eu-Por que você acha que um humano iria querer... Virar alguém como vocês?
Ivy-Você é igual a gente também, então não fale como se estivesse nos menosprezando.
Eu-Na realidade, eu posso ter a ver com vocês, mas eu não sou uma de vocês, afinal, eu sou alenas um espírito que ganha poderes através de emoções fortes e negativas.
Lyra-Então, você é um espírito...? Como você conseguiu ficar no corpo de Layla todo esse tempo? Nenhuma de nós sequer percebeu que você estava aqui.
Eu-Talvez seja por eu estar adormecida e assim, meus poderes não puderam ser detectados... Nem eu.
Ivy-Ok, ok, estamos desviando do assunto, não sei se você percebeu, mas tem um garoto te chamando.
Voltei para a realidade e olhei para o garoto que agora estava na minha frente.
Eu-Se for por isso, você vai ter que procurar outra pessoa, eu não quero e nem vou te transformar.
Claro que eu nunca faria isso, até porquê eu não posso transformar ninguém e aliás, por que eu sequer pensaria em transformar alguém? Ainda mais um humano como ele, ele sequer sabe que coisas podem acontecer com ele se ele for transformado.
Tyler-Mas, você é a primeira pessoa que eu tenho certeza que é forte... Se você me transformar, eu posso te ajudar.
Eu-Como se eu quisesse sua ajuda.
Tyler-Olha, não te custa nada, eu não vou mais te pertubar depois disso.
Eu-Não me importo com isso.
Tyler-É sério... Eu posso te dar algo que você queira...
Eu-O que eu poderia querer de você?
Tyler-Eu sei onde você pode encontrar os 12 selos.
Como ele sabia dos 12 selos? E por que diabos ele sabia onde eles estavam? Eu não tenho certeza, mas esse humano parece estar metido em certas coisas que não era nem para ele saber, bom, vários humanos poderiam querer se transformar apenas por querer, mas ele parecia diferente.
Por que eu ainda estou dando ouvidos a ele? Em outra época eu apenas apagaria da memória dele que um dia nos encontramos. Eu já vivi milhares de anos, mas nunca vi um humano que parecia tão... Estranho...?
Sem falar na sensação de conhecer ele e apesar de eu não conseguir detectar qualquer tipo de maldads em seu coração, eu percebi que ele possuía um dos sentimentos dos quais eu me alimentava. Em outra época, era o melhor para se pegar.
Bom, era a dor.
Eu poderia simplesmente me alimentar desse sentimento, mas... Eu percebi que era o mesmo tipo de sentimento que Layla sentia e depois de passar 16 anos no corpo de Layla, parece que eu acabei percebendo que essas emoções, tinham uma causa, muito mais forte do que o ódio ou mesmo o amor.
Eu-Quando eu tiver uma resposta, eu te acordo.
Tyler-O que?
Eu me aproximei dele e apenas foi preciso um toque em sua testa, para que ele caísse, bom, por ter tantos sentimentos negativos, apenas por tocar em um pessoa boa- digamos assim -, ela acabava ficando desacordada, esses sentimentos são como um tipo de veneno que demora algum tempo para sair do organismo, até lá eu terei uma opinião formada.
Peguei o garoto e o coloquei no meu ombro, enquanto eu andava até a casa, pensaria aonde deixar o garoto, bom, eu poderia mesmo simplesmente deixá-lo desacordado por aí, mas... Algo me dizia que ele seria útil, não apenas por saber a localização dos 12 selos.
Bom, sobre eles, apesar de eu fingir ser Layla, é lógico que eles perceberam que o que aconteceu no hospital, foi eu quem provoquei e eles devem ter sentido o tamanho do meu poder, eles provavelmente se asseguraram de fazer uma barreira para que eu não possa achá-los, se o garoto souber mesmo onde estão, mas rápido eu terminarei o que tenho que fazer.
Quando Layla acordar, eu perguntarei a ela se o conhece, eu não sei porquê, esse garoto partes ter alguma coisa a ver com Jason... Eu só espero que não seja mais um filho daquele velho. Layla já tem problemas demais e se ela tiver um irmão como esse, apenas se meterá em mais confusões.
Agora é esperar e ver o que acontece...