Uma das melhores consequências da segunda tarefa foi que todo mundo ficou muito interessado em saber os detalhes do que acontecera no fundo do lago, o que significou que, uma vez na vida, eu estava conseguindo dividir as luzes da ribalta com Harry. Não que eu me interessasse em chamar a atenção. Mas obviamente meu irmão e Harry devem ter reparado que a minha versão sobre os acontecimentos mudava sutilmente cada vez que eu os contava. A princípio, eu narrei o que parecia ter sido a verdade; pelo menos batia com a história de Hermione – Dumbledore havia mergulhado os reféns em um sono encantado na sala da Profa. McGonagall, depois de garantir a todos que estariam seguros e que despertariam quando voltassem à superfície da água. Uma semana mais tarde, no entanto, decidi aumentar as coisas e já estava contando uma história emocionante de sequestro, em que eu lutara sozinha contra cinquenta sereianos armados até os dentes que precisaram me dominar a pancada antes de me amarrar.
Os mais próximos sabiam que isso era um absurdo, já que eu nem ao menos sei nadar.
— Mas eu levei a minha varinha escondida na manga. — Tranquilizei Colin, Dênis e Nigel que escutavam minha história com os olhos brilhantes e bastantes atenciosos — Eu poderia ter enfrentado aqueles sereidiotas a qualquer hora que quisesse.
— Que é que você ia fazer, atacar os caras a roncos? — Perguntou Hermione me alfinetando
Tínhamos caçoado tanto dela por ser a coisa de que Vítor Krum mais sentiria falta que ela andava meio mal-humorada.
— E você nem sequer sabe nadar. — Revidou Rony com um revirar de olhos
— Silêncio os dois. — Cruzei os braços com as minhas orelhas ficando vermelhas e dali em diante eu reverti à versão do sono encantado mesmo, já que era a história original
Quando março começou, o tempo ficou mais seco, mas ventos cortantes esfolavam o rosto e as mãos todas as vezes que as pessoas saíam aos jardins. Havia atrasos no correio porque o vento não parava de tirar as corujas da rota. Mas o que realmente começou a me assombrar na manhã de segunda no dia primeiro de março de mil novecentos e noventa e cinco foi a preocupação das pessoas com algo que eu nem ao menos me importava.
Fui surpreendida por uma Lavender que me acordou animada e eufórica. Afastou as cortinas da minha cama fazendo o sol da janela bater em cheio no meu rosto, e eu me remexer na cama.
— Bommm diaaa. — Cantarolou ela. Eu a olhei bocejando e séria, sem ligar pro meu rosto ela se lançou ao meu pescoço e me abraçou — Feliz aniversário, Rox.
— Quê? — Reclamei esfregando meus olhos quando ela se afastou de mim
— Feliz aniversário, ué. — Ela riu
— Como diabretes você sabe o dia do meu aniversário? Mas, que droga, foi o Rony?
— Não, eu só sei. — Explicou rindo — Você não sabe o meu?
— Vinte e dois de outubro. — Falei dando de ombros
— Então... levanta vai, o dia hoje vai ser ótimo.
A olhei com a cara amarrada e me levantei da cama sonolenta indo direto para o banheiro, não deixei de notar que o quarto já estava vazio, somente Lavender estava lá, já com o seu uniforme.
Se tinha uma coisa que eu odiava, não necessariamente odiava, mas não suportava, era esse dia. Meu aniversário.
Aniversário nunca foi algo que eu me importasse muito, nem Rony. Um dos motivos que eu usava para justificar era porque desde 1991 passamos ele longe de nossos pais, mas na verdade tinha muito mais coisa nisso. Eu só queria que nesse ano, esse dia fosse perfeitamente normal como nos anos anteriores.
Assim que vesti o meu uniforme, prendi meu cabelo em uma trança de lado, e desci juntamente com Lav para tomar café, ela estava ainda mais eufórica que nunca, e eu praticamente desconfortável com isso.
— Não se faz quinze anos todo dia, sabia? A Lia disse que é a data mais especial para as garotas trouxas. — Exclamou ela
— Em primeiro lugar, nenhuma idade se faz todo dia, e em segundo eu não sou trouxa, Lav. Sou uma bruxa. Para, é só mais um dia normal. — Resmunguei
Assim que adentramos o Salão Principal eu vi Rony, ao lado de Harry e a frente de Hermione, ele estava entretido em seu café da manhã. Não hesitei em correr até ele e o abraçar por trás, logo o dando um beijo na bochecha e me sentando ao lado dele – eu conseguia ser bem grudenta às vezes, e ninguém podia negar. Acontece que o fato de eu não gostar do meu aniversário não me fazia me tornar chata para meu irmão, também era o dia dele afinal.
— Rox. — Ele resmungou brincalhão. Lavender se aproximou e sentou ao meu lado
— Feliz aniversário, maninho. Amo você idiota. — Sussurrei com um sorriso logo mostrando a língua para ele
— Também amo você, chata. Feliz aniversário, maninha. — Ele sussurrou de volta sorrindo e também mostrando a língua. Então ao mesmo tempo levantamos nossas mãos e entrelaçamos nosso dedo mínimo como fazíamos todo ano, coisa de gêmeos
Harry ficou nos olhando perdido, mas logo riu, assim como Mione, e eles me parabenizaram formalmente. Obviamente como todos os anos não fazíamos questão de que a escola inteira soubesse, eles respeitavam isso.
— Ah, Rony. — Lav chamou a atenção dele — Feliz aniversário.
Rony de repente ficou vermelho como um pimentão. Eu a olhei em sinal de repreensão suplicando pra ela falar baixo, ninguém tinha que saber que dia era hoje.
— Obrigado. — Rony falou sem jeito
Hermione apenas revirou os olhos se concentrando em sua comida.
— Aniversário de vocês? — Seamus perguntou rindo e eu bati com a mão no rosto
— Não, Seamus. Da minha madrinha. — Revirei os olhos — Mione, a primeira aula é do quê?
— Transfiguração. — Falou ela dando de ombros
Me concentrei em comer o meu mingau enquanto eu ansiava que o dia passasse o mais depressa possível.
— Bom dia aniversariantes lindos. — Vega chegou saltitante quando saíamos do Salão Principal e abraçou a mim e a Rony ao mesmo tempo quase nos enforcando
— Pelo amor de Deus, fala baixo. — A repreendi ficando vermelha
— Obrigado, Vega. Obrigado. — Rony revirou os olhos impaciente, mas forçou um sorriso
— Qual o problema de vocês com esse dia, hem? Todo ano essa frescura. — Implicou Mione
— Como nossos amigos vocês deveriam respeitar nossa opinião de não gostar do aniversário, sabiam? — Rosnei me virando, mas no mesmo instante me senti paralisada
Lee vinha na minha direção com uma caixa de presente enorme, um embrulho vermelho com laços pretos, e ele tinha um sorriso vívido no rosto. Na outra mão continha um buquê de flores amarelo-canário. Eu praticamente fiquei boquiaberta e sem reação.
Senti meu corpo tremer, e foi como se por segundos eu estivesse em outro lugar, não mais na escola, visualizei claramente um jardim, tinha muito mato, embora algumas flores fossem visíveis entre o verde, tinham cores variadas, mas entre elas, um lindo amarelo vibrante. Então eu vi uma garotinha correr pelo jardim, seus cabelos ruivos brilhavam em contraste com sol.
Ela ria abertamente enquanto brincava com as flores e cantarolava alegremente uma canção:
— Lá vem a margarida bela. Tem branquinha e amarela. Roda, roda, assim. E solta um beijinho pra mim. — Era uma voz mimada e alegre, de alguém que não tinha preocupação com nada, só queria brincar, a menina girava e girava enquanto cantava com as flores
Mas então, como em um reflexo, eu voltei, não estava mais naquele jardim olhando aquela criança ruiva, estava de volta ao castelo, observando Lee se aproximar.
— Bom dia, Honey. Feliz aniversário, estrelinha. — Ele riu já me abraçando, eu fiquei tão sem reação que mal consegui o abraçar de volta
— O... obrigada, Lee. — Falei tentando mostrar o meu melhor sorriso
— Feliz aniversário pra você também, Rony. — Ele se virou para Rony
— Valeu... — Meu irmão respondeu intrigado
— Tenho que correr que tenho aula de poções agora, Snape, sabe como é né? Nos vemos depois linda. — Ele falou depressa, deu um beijo na minha bochecha, colocou os presentes em meus braços e correu
Fiquei analisando-o sair, ainda boquiaberta.
— Ahh, ele foi bem fofo, vai. — Comentou Hermione — Essas flores são lindas.
— Lindas pra quem é garotinha mimada como você, Mione. Parece até que não conhece a Rox. Credo, e ainda são amarelas. Arrumou hem mana. — Rony analisou tentando fingir um sorriso
— Qual o problema das flores amarelas? — Harry perguntou olhando pra Ron
— Ela não gosta de flores, nem da cor amarela. — Lav respondeu prontamente
Suspirei fundo sem responder nenhum deles, e no exato momento, como se fosse para me salvar, passou realmente quem eu queria ver. A garotinha de cabelos castanhos e olhos claros, primeiranista da Gryffindor, Natália McDonald, vinha passando no mesmo instante com alguns livros amontoados no braço.
— Hey, Natty. — Chamei depressa e a menina se virou pra mim
— Oi, senhorita Rox. — Ela sorriu abertamente correndo até onde eu estava
— Tem aula de quê agora? Você tá com um tempinho?
— Feitiços com o Prof. Flitwick. — Ela riu — Não estou ocupada não, por quê?
— Sétimo andar, ótimo. Sabe qual é o meu dormitório, não é? Quero que leve essas coisas pra lá e coloque na minha cama, é a segunda, próxima a porta. — Falei entregando a caixa para a menina e colocando o buquê por cima da caixa
— Ah, claro que posso, senhorita Rox. — A pequena cambaleou um pouco com o peso — Ah, hoje é o seu aniversário não é? O Nigel me contou. Feliz aniversário senhorita Rox. — Acrescentou e saiu em direção as escadas antes que eu pudesse responder
— Como o Nigel sabe que hoje é meu aniversário? — Perguntei intrigada observando a menina se afastar, mas quando me virei percebi que Rony, Mione, Harry e Lavender me olhavam perplexos — Que foi?
— Quatro? Você escravizou quatro alunos, Rox? — Exclamou Mione
— Ué, não escravizei ninguém não. — Dei de ombros
— Ah não? Os irmãos Creevey, Nigel Wolpert e agora a Natália McDonald.
— Precisava de uma garota né? Quem iria arrumar minha cama e pegar algo lá quando eu precisasse? Colin, Dênis e Nigel não podem entrar lá. — Resmunguei andando em direção as escadas — Vocês vem ou não? Implicação com meus elfos, eles gostam de me ajudar, ok?
A minha mente martelava e martelava, flores amarelas, primeiro de março, era tão torturante pensar nisso, tentei agir o máximo como se as coisas estivessem normais, como se tudo estivesse bem, por que Lee fez isso? Por que? Só queria que mais ninguém mencionasse meu aniversário, ninguém...
— Feliz aniversário! — Cantarolavam Pati e Lia enquanto corriam para me abraçar já no primeiro lance de escadas. Tentei forçar um sorriso para ambas
— Quinze anos, meu Deus, a melhor idade, como você tá? — Lia exclamou contente
— Agora você já é quase adulta. — Pati riu
— É, né... — Falei sem animação
— Ah, feliz aniversário, Rony. — As duas se viraram para o meu irmão sorrindo
— Obrigado, meninas. — Ele riu sem jeito
Quando entramos na Sala de Transfiguração, a Profa. Minerva já estava lá; eu estava começando a me sentir extremamente mal, todos os anos haviam sido normais, por que os quinze anos eram tão importantes ao ponto das pessoas agirem assim? Presentes, abraços, felicitações...
O pior é que não acabou por aí, outras pessoas acabaram sabendo também, e eu estava começando a me irritar com isso, na altura da tarde, eu já estava devastada e tudo que eu queria era desaparecer para o meu quarto, ninguém conseguia entender minha cara amarrada, além de Rony.
— Você sabe que eu te entendo, não sabe? — Ele falou baixo para mim pegando a minha mão ao sairmos da aula de História da Magia
— Quem você acha que saiu espalhando isso? Acha que os gêmeos que contaram ao Lee? Rony, quinze anos não é especial, não é. — Suspirei fundo quase gritando
— Eu sei... eu sei... calma. — Ele me abraçou de lado
Naquele momento eu tive outro flashback, outra memória, de repente eu não estava mais em Hogwarts, e sim, fui transportada para uma casa. Vi novamente a menina ruiva, agora ela chorava, em sua mão estava uma das flores amarelas, agora quebrada e com as pétalas a cair, e havia um garoto branquinho, com olhos azuis e cabelos tão flamejantes quanto os dela, ele era do seu mesmo tamanho, e a abraçava fortemente.
— Vamos jantar? — Rony falou me trazendo de volta a realidade
Tentei afastar meus pensamentos pra parar de ficar tendo esses flashbacks. O jantar foi normal na medida do possível, eu mal comi, apenas ansiava poder subir direto para o meu dormitório o mais rápido possível, mas parece que o destino estava mesmo querendo nos pregar peças.
— Esperem aqui vocês dois. — Advertiu Parvati segurando a mim e Rony do lado de fora do Salão Comunal
— Qual é, Pati? Eu quero dormir. — Cruzei os braços
— Tenho é medo do que vem pela frente. — Disse Rony sussurrando para mim. Olhamos para Harry e Mione, mas eles apenas deram de ombros
Parvati murmurou a senha para Mulher Gorda e colocou a cabeça para dentro do Salão Comunal, virou-se para mim e Rony e disse que podíamos entrar, já nos puxando para dentro.
Foi como um flash rápido, Pati nos puxou e em instantes percebemos a sala comunal da Gryffindor explodir de vivas e gritos.
— SURPRESAAAAAA!
Eu fiquei perplexa analisando a Sala. Havia montanhas de bolos e garrafões de suco de abóbora e cerveja amanteigada em cima de cada móvel; Alguém havia soltado alguns Fogos Fabulosos do Dr. Filibusteiro Sem Fumaça Nem Calor, por isso o ar estava denso de estrelas e faíscas; e com certeza Dean Thomas ou talvez Amélia, que eram muito bons em desenhos, tinham feito algumas artes, entre elas, tinha algumas bandeirolas onde se lia “Parabéns, Rony e Rox”.
Me virei para Rony que tinha um sorriso se formando no rosto, eu o conhecia bem pra saber o quanto aquilo significava pra ele, ele se sentiu especial. Mas então seu sorriso murchou e ele olhou para mim apertando minha mão. Eu estava devastada, querendo caçar um buraco e correr dali, essa era a vasta diferença de mim e Rony em relação a aniversários.
— Aeee, feliz aniversário, gêmeos. — Várias pessoas começaram a gritar animadas e me senti ser abraçada por várias mãos, assim como meu irmão
— Eu falei que quinze anos é especial. — Amélia exclamou abraçando a mim e Rony — Não dava pra vocês não ter uma festa, né?
— Quinze anos, festa, princesa. — Murmurei as palavras em um sussurro quase inaudível
— Quê?
— Nada, Lia. — E tentei forçar um sorriso — Obrigada.
— Olha só se não é os aniversariantes. — Fred e George riram e vieram até nós
— Foram vocês? — Os olhei com uma cara séria
Eu estava prestes a falar um monte de coisa pra eles, mas fui surpreendida quando o pessoal começou a cantar “Parabéns pra você” e vi Lee e Lav se aproximarem cada qual com um bolo com velas em cima, Vega subiu em uma mesa e apontou a varinha para o bolo acendendo as velinhas.
Os dois continuaram a se aproximar de mim e meu irmão, tive vontade de me virar e ir embora, mas Ron segurou a minha mão como se dissesse que estava tudo bem, e eu apenas respirei fundo e voltei a observar os dois chegarem até nós.
— Parabéns, estrelinha. — Disse Jordan quando chegou ao meu lado. Eu abaixei a cabeça e observei o bolo com glacê cor de rosa em que se lia “Feliz aniversário, Rox”. O bolo de Rony era da mesma forma, sendo azul e com o nome dele
— Isso foi assustador. — Sussurrei para mim mesma
— Vamos, assoprem as velas. — Seamus gritou quando Lav também parou com o bolo na frente de Rony
Eu e Ron nos entreolhamos e sopramos as velas, todos gritavam animados, de repente algo começou a tocar uma música e todos começaram a festejar, eu que era a louca por festas, só desejava sumir dali.
Mas então, mais um flash. Eu estava naquela casa de novo, as duas crianças ruivas sentadas a mesa, tinha um enorme bolo na frente delas com velinhas, a mãe deles cantava parabéns com um sorriso enorme, e as crianças riam animadas batendo palmas junto com a mãe, o pai, e os irmãos.
— Honey, quer uma cerveja? Que você tem? — Lee me trouxe de volta a tona, logo percebi que estava mais uma vez no Salão Comunal e tentei forçar um sorriso
— Ah, sim, amor, pode ser.
A coisa mais difícil do mundo era fingir estar feliz, contente, fingir estar bem, mas eu não havia pedido nada disso, eu não queria aquilo, não. Só estava ansiando poder fugir, ir para meu dormitório o mais rápido possível, acordar e saber que já é dois de março, sem nada de aniversário.
Eu não pude deixar de notar o jeito que Ginny me olhava durante a festa, um olhar frio e sério, ao mesmo tempo que ela tinha uma risada cínica no rosto, ela sabia que eu estava desconfortável, parecia querer dizer com um olhar o quanto eu era idiota por me atormentar por algo que havia acontecido há nove anos, mas era fácil pra ela falar, não foi ela quem passou afinal.
Somente na altura das onze horas da noite foi que eu consegui me livrar de tudo aquilo e subir para o dormitório, na verdade eu fugi, enquanto suplicava em pensamento que Rony desse uma desculpa para eles sobre o fato de que eu simplesmente sumi.
O dormitório estava vazio ainda, já que as meninas continuavam abaixo no Salão Comunal, a primeira coisa que observei quando entrei foi o presente em cima da minha cama; fui até ela com mil e um pensamentos e me sentei, suspirei fundo trazendo o presente até mim, abri e me surpreendi com o que eu vi. Havia dois livros, um era Astronomia: Uma análise das estrelas, o outro era sobre Quadribol, também havia alguns chocolates e um moletom da Chudley Cannons, ele realmente havia sido muito atencioso, embora não fosse a melhor data para mim.
Fui até o banheiro do dormitório e tomei um banho relaxante e demorado, molhei meu cabelo e deixei a água lavar as coisas ruins. Vesti então meu pijama e coloquei o moletom da Chudley por cima dele, logo me sentando na cama. Arrastei meu malão até mim e o abri, embaixo de algumas roupas lá estava ele. O leão de pelúcia que Charlie me dera há tantos anos.
— Oi, Méri. — Sussurrei agarrando a pelúcia e a abraçando enquanto deitava minha cabeça no travesseiro e sentia levemente algumas lágrimas cair dos meus olhos — Sim, eu tô bem...
≪━─━─━─━─◈─━─━─━─━≫
‘ᴺᵃʳʳᵃᵈᵒʳ ᴼⁿⁱˢᶜⁱᵉⁿᵗᵉ’
Rony se sentou em uma das poltronas perto da lareira enquanto observava sua irmã subir em direção ao dormitório das meninas. Ele estava dividido, um lado do ruivo estava contente, se sentindo especial, especial por ter ganhado uma festa surpresa, especial por se sentir importante para alguém. Mas outro lado dele não estava nada bem, ele não pôde evitar ficar mal por Rox, ele a conhecia como ninguém e entendia perfeitamente o fato dela não gostar do próprio aniversário, ele próprio se sentia devastado por coisas que o tempo causou na sua irmãzinha, no tanto que ela mudou com passar dos anos. O tanto que ela ficou dura consigo mesmo.
— Oi, Rony... — Foi aquela voz suave que o trouxe de volta a tona, se sentiu interditado dos seus pensamentos quando notou a loira se sentando ao seu lado
— Ah, oi Lav. — Respondeu o menino com um sorriso
— Tudo bem?
Rony suspirou. Sim ele estava bem, mas sua irmã não estava, sua irmã gêmea. Observou então que quase todos já estavam subindo para seus dormitórios, embora alguns procurassem por Rox. Hermione lançou um olhar a Rony e Lavender antes de subir rapidamente as escadas.
— Tô sim. Valeu por tudo isso. — Finalmente respondeu
— De nada. Eu... queria te perguntar uma coisa, Rony. — Disse a loura desviando o olhar do menino e esfregando as mãos — É sobre a Rox. Não pude deixar de reparar no quanto ele ficou estranha o dia todo, e ficou bem desconfortável com tudo isso, sabe? Também sei que você sabe o motivo. Me diz, por favor. O que ela tem?
Rony de repente se remexeu na cadeira, pensando se devia falar, passou seu olhar pelo Salão Comunal novamente enquanto pensava, mas depois de suspirar fundo, resolveu que deveria contar.
— É uma longa história na verdade, eu só sei parte dela, aliás faz um bom tempo já. — Começou ele — Mas se eu não me engano, tudo tem haver com algo que ocorreu em março de 1986, a Rox era bem diferente naquele tempo sabe? A personalidade dela...
Lav o olhava atentamente escutando o menino contar a história, Rony por outro lado conseguia claramente visualizar aquele ano, e se sentiu transportado para a história, de modo que pudesse narrar tudo o que via.
Hello bruxinhos!
Que está acontecendo com vocês??? A maioria dos capítulos mal tá tendo coments ( '-_-)
Bom, essa é a primeira parte do segredo da Rox. O capítulo de segunda-feira vai ser totalmente o Flashback de 1986, ok? Vou primeiro contar algo. Não é uma coisa MUITO grave ou DE OUTRO MUNDO. Lembrando que a Rox tinha seis anos quando aconteceu e ela meio que ficou tão incomodada e traumatizada que até hoje não superou, mas não é em si um assunto seríssimo. Mas tem bastante haver com o porquê dela gostar tanto do Charlie, e ser tão afastada da Ginny, entenderam?
Estou amando as coisas que estou escrevendo para os novos capítulos da história, mas por favor comentem e votem que isso significa MUITO, MUITOOOO pra mim. Tem capítulo que dá muito trabalho, pois eu não coloco nenhum acontecimento aleatório, tem sempre muita pesquisa e dedicação, cada personagem tem seu significado e nada aqui é em vão. Eu criei uma árvore genealógica pra poder colocar o Matt Burke na história, ( Sim o idiota que aparece na cena do Bônus do Baile. Ele volta a atacar no quinto ano tá? kkkk ) e poder ligar eles com os Burke que a J.K tinha criado. Então sim é muita dedicação que eu tenho por essa história.
Em alguns dias eu vou estar ocupada por causa da faculdade. Sério, eu saio de casa cinco da madrugada e chego duas da tarde, é muitooooo cansativo, mas mesmo assim arrumo um tempinho pra vocês...
Então me dêem cookies. Tô carenteeeee. E não vou comprar um hamster não kkkkkkkk.
Vos amo.
– Bjos da tia Nick.