𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐄𝐀𝐒𝐋𝐄𝐘, draco...

由 nick_weasleymalfoy

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𝐀 𝐖𝐄𝐀𝐒𝐋𝐄𝐘 | ❝É difícil ser especial quando só se é mais uma dentre oito, e essa sou eu, só mais uma... 更多

𝐓𝐡𝐞 𝐖𝐞𝐚𝐬𝐥𝐞𝐲
{01} O embarque na plataforma 9¾
{02} O Chapéu seletor
{03} O Mestre das Poções
{04} O Lembrol de Neville
{05} O Cérbero do 3° Andar
{06} O Caso Gringotes
{07} Dia das bruxas
{08} Jogo de Quadribol
{09} Quem é Nicolau Flamel?
{10} O Natal e os Desejos Profundos
{11} Norberto, o dragão Norueguês
{12} Floresta Proibida
{13} Estranho encapuzado
{14} No alçapão
{15} O Jogo Vivo
{16} Taça das casas
{17} Fim de ano
{18} Carro enfeitiçado
{19} A toca
{20} Floreios e Borrões
{21} De volta à plataforma 9¾
{22} O berrador
{23} Mandrágoras e discussões
{24} Gilderoy Lockhart
{25} O novo apanhador da Slytherin
{26} Sangue ruim
{27} A dança no salão
{28} Detenção
{29} Aniversário de morte
{30} A mensagem na parede
{31} História da Magia
{32} Poções Muy Potentes
{33} O balaço errante
{34} Enfermaria e Amuletos protetores
{35} O Clube dos Duelos
{36} Ofidioglota
{37} A Poção Polissuco
{38} Beijo de Natal
{39} Diário e banheiro inundado
{40} Cartão Cantado
{41} Diário roubado
{42} Na Cabana de Hagrid
{43} Aragogue
{44} Câmara Secreta Pt. 1
{45} Câmara Secreta Pt. 2
{46} Caso Solucionado
{47} Fim de Ano
{48} Férias
{49} Dementador
{50} Terceiro ano
{51} Folhas de chá
Leiam aqui!
{52} Bicuço
Bônus de Aniversário | Draco Malfoy
{53} Amigos
Aviso!!
{54} Riddikulus!
{55} Não é real
{56} Noite das garotas
{57} A fuga da Mulher Gorda
{58} Garota Mistério
{59} Segredos
{60} Amarga derrota
{61} O Mapa do Maroto
{62} Hogsmeade
{63} Presentes de Natal
{64} O sumiço de Perebas
{65} Gryffindor versus Ravenclaw
{66} A 2° invasão de Sirius Black
{67} O Ressentimento de Snape
{68} A final do Campeonato de Quadribol
{69} Exames finais
{70} O assassinato do Hipogrifo
{71} Gato, Rato e Cão
{72} Sirius Black
{73} Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas
{74} O Segredo de Vega Misttigan
{75} O Servo do Lorde das Trevas
{76} O beijo do dementador
{77} Enfermaria
{78} Malfeito feito
{79} Fim de Ano
{80} Férias
{81} A Chave de Portal
Bônus 30K | Vega Misttigan
{83} A Copa Mundial de Quadribol
{84} A Copa Mundial de Quadribol Pt. 2
{85} A Marca Negra
{86} Caos no Ministério
{87} A bordo do Expresso de Hogwarts
{88} O Torneio Tribuxo
{89} Olho-Tonto Moody
{90} Falsas Predições
{91} Beauxbatons e Durmstrang
{92} O Cálice de Fogo
{93} Os Quatro Campeões
{94} Amigos Improváveis
{95} Doninha Albina
{96} O Juiz Imparcial
{97} Amizade quebrada
{98} Primeira Tarefa
{99} O Convite de Rita Skeeter
{100} A Frente de Liberação dos Elfos Domésticos
{101} Aula de Dança
║ 𝐆𝐫𝐮𝐩𝐨 𝐓𝐖
{102} Convites
Bônus 40/50K | Lavender Brown
{103} Nos Preparativos
{104} O Baile de Inverno
Bônus 60K: O baile, by: Draco
{105} Coração em Pedaços
{106} O Furo Jornalístico de Rita Skeeter
{107} O Improvável
{108} A Segunda Tarefa
{109} Um dia nem tão especial
{110} 01/03/1986
Bônus 70K: Charlie Weasley
{111} A Volta de Almofadinhas
𝐏𝐚𝐭𝐫𝐨𝐧𝐮𝐬
{112} Eu Odeio Rita Skeeter!
{113} A Loucura do Sr. Crouch
{114} Azarações e a Cicatriz
Bônus de Aniversário | Hermione Granger
{115} Mais uma Manchete
Bônus: Namoro de Mentirinha
{116} A Terceira Tarefa
Bônus 80K: Ginny Weasley
{117} Cruciatus!
{118} A Terceira Tarefa Pt. final
{119} Declínio
Bônus 90K: Rony Weasley
{120} O Começo
{121} Fim de Ano
Bônus 100K: Sol Lestrange
║ 𝐄𝐬𝐩𝐞𝐜𝐢𝐚𝐥 𝐐&𝐀
║ 𝐄𝐬𝐩𝐞𝐜𝐢𝐚𝐥 𝐝𝐞 𝐇𝐚𝐥𝐥𝐨𝐰𝐞𝐞𝐧
║ 𝐆𝐚𝐥𝐥𝐞𝐫𝐲
║ 𝐁𝐨𝐨𝐤 𝟐

{82} Bagman e Crouch

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由 nick_weasleymalfoy

    Me desvencilhei de Rony e me levantei. Tínhamos chegado, pelo que parecia, a um trecho deserto de uma charneca imersa em névoa. Diante de nós havia dois bruxos cansados, com cara de rabugentos, um dos quais segurava um grande relógio de ouro, e o outro, um grosso rolo de pergaminho e uma pena. Ambos estavam vestidos como trouxas, embora sem muita habilidade; o homem do relógio usava um terno de tweed com botas de borracha até as coxas; o colega, um saiote escocês e um poncho.

— Bom-dia, Basílio. — Cumprimentou o papai, apanhando a bota que nos transportara e entregando-a ao bruxo de saiote, que a atirou em uma grande caixa de chaves de portal usadas, a um lado; logo vi, entre elas, um jornal velho, latas de bebidas vazias e uma bola furada.

— Olá, Arthur. — Disse Basílio em tom entediado — Não está de serviço, não é? Tem gente que se dá bem... estivemos aqui a noite toda... é melhor você desimpedir o caminho, temos um grupo grande chegando da Floresta Negra às cinco e quinze. Espere um pouco, me deixe ver onde é que você vai ficar... Weasley... Weasley... — Ele consultou a lista no pergaminho — A uns quatrocentos metros para aquele lado, primeiro acampamento que você encontrar. O gerente é o Sr. Roberts. Diggory... segundo acampamento... pergunte pelo Sr. Payne.

— Obrigado, Basílio. — Disse papai e fez sinal para que o acompanhassemos

   Saímos pela charneca deserta, incapazes de distinguir muita coisa através da névoa. Passados uns vinte minutos, avistamos uma casinha de pedra ao lado de um portão. Mais além, pude distinguir mal e mal as formas fantasmagóricas de centenas de barracas, montadas na ondulação suave de um grande campo, no rumo de uma floresta escura no horizonte. Nos despedimos dos Diggory e nos aproximamos da casa.

  Havia um homem parado à porta, coantemplando as barracas. Parecia ser realmente um trouxa, era o tal Sr. Roberts que Basílio havia mencionado, ele apenas informou onde ficaria nossas barracas e papai o pagou em dinheiro de trouxa, o que foi meio engraçado porque ele não entendia bem aquelas notas estranhas, confesso que nem eu entenderia. Quando o Sr. Roberts pareceu intrigado, não só com isso, mas com a forma de que muitos estavam vestidos e começou a falar do que já tinha visto até aquela hora, um bruxo de bermudão largo materializou-se do nada ao lado da porta da casa e lançou-lhe um feitiço modificando sua memória. Então o Sr. Roberts entregou o mapa do acampamento para o meu pai e o bruxo de bermudão nos acompanhou em direção ao portão do acampamento. Parecia exausto; a barba por fazer azulava seu queixo e havia olheiras roxas sob seus olhos. Uma vez longe do raio de audição do gerente, ele murmurou para papai:

— Estou tendo um bocado de problemas com ele. Precisa de um Feitiço da Memória dez vezes por dia para ficar feliz. E Ludo Bagman não está ajudando. Anda por aí falando em balaços e goles a plenos pulmões, sem a menor preocupação com a segurança antitrouxa. Pombas, vou gostar quando isso terminar. Vejo você mais tarde, Arthur.

  E desaparatou.

— Pensei que o Sr. Bagman fosse chefe de Jogos e Esportes Mágicos. — Falei surpresa — Devia ter mais juízo e parar de falar de balaços perto de trouxas, não devia?

— Devia. — Concordou o papai, sorrindo e passando conosco pelo portão do acampamento — Mas Ludo sempre foi um pouco... bem... displicente com a segurança. Mas não se poderia desejar um chefe mais entusiasta para o Departamento de Esportes. Ele jogou quadribol pela Inglaterra, sabem. E foi o melhor batedor do Wimbourne Wasps que o time já teve.

  Avançamos lentamente pelo campo entre longas fileiras de barracas. A maioria parecia quase normal; os donos tinham visivelmente tentado o possível para fazê-las parecer equipamento de trouxas, embora tivessem cometido alguns deslizes ao acrescentarem chaminés ou cordões de sinetas ou cata-ventos. Porém, aqui e ali, havia uma barraca tão obviamente mágica que eu não me surpreendi que o Sr. Roberts estivesse desconfiado. Lá para o meio do campo, havia uma extravagante produção de seda listrada como um palácio em miniatura, com vários pavões vivos amarrados à entrada. Um pouco adiante, passamos por uma barraca que tinha três andares e várias torrinhas; e, mais além, havia uma outra com um jardim anexo, completo, com banho para passarinhos, relógio de sol e fonte.

— Sempre os mesmos. — Comentou papai, sorrindo — Não conseguimos deixar de nos exibir quando nos reunimos. Ah, lá está, olhem, aquela é a nossa.

  Tínhamos alcançado a orla da floresta no alto do campo, e ali havia uma área livre com um pequeno letreiro enfiado no chão em que se lia “Weezly”.

— Não podíamos ter ganhado um lugar melhor! — Exclamou papai feliz — O campo preparado para as partidas é logo do outro lado da floresta, estamos o mais perto que poderíamos estar. — Ele descarregou a mochila dos ombros — Certo — Disse excitado — Rigorosamente falando, nada de mágicas, não quando estamos no mundo dos trouxas em tão grande número. Vamos armar estas barracas à mão! Não deve ser muito difícil... Os trouxas fazem isso o tempo todo... tome, Harry, por onde você acha que devo começar?

   Então Harry e Mione se aproximarem e começaram a mexer, logo descobrindo como distribuir os paus e as estacas, e embora papai atrapalhasse mais do que ajudasse, porque ficara excitadíssimo quando precisaram usar o martelo, eles finalmente conseguiram erguer uma barraca modesta, que aparentemente parecia caber apenas uma pessoa. Todos nos afastamos para admirar a habilidade manual deles.

— Vamos ficar meio apertados. — Comentou papai ao se abaixar e entrar na pequena barraca — Mas acho que vai dar para nos espremermos. Venham dar uma olhada.

   Eu me abaixei e passei por baixo da aba de entrada logo depois de Harry e Hermione. Por dentro nossa barraca mais parecia um apartamento antigo de quatro quartos, completo, com banheiro e cozinha. Mobiliada capas de crochê nas poltronas sem par e um forte cheiro de gatos.

— Bom, não é para muito tempo. — Disse papai, secando a careca com um lenço e espiando as seis camas-beliches que havia nos quartos — Pedi a barraca emprestada ao Perkins, lá do escritório. Ele não acampa muito atualmente, coitado, está com lumbago.

   Papai apanhou uma chaleira empoeirada e espiou dentro.
  
— Vamos precisar de água...

— Tem uma torneira assinalada no mapa que o trouxa nos deu. — Disse Rony — Fica do outro lado do campo.

— Bom, então por que você, Rox, Harry e Hermione não vão apanhar um pouco de água... — Falou nos entregando a chaleira e duas caçarolas — ... e nós vamos apanhar lenha para fazer uma fogueira?

— Mas temos um forno. — O lembrei —Por que não podemos...?

— Rox, segurança antitrouxa! — Disse papai, o rosto brilhando de expectativa — Quando os trouxas de verdade acampam, eles cozinham em fogueiras ao ar livre, já os vi fazendo isso!

— Qual a graça de fazer uma fogueira? Vamos acabar botando fogo no acampamento, isso sim. — Resmunguei ao sair com os meninos da barraca

   Logo atravessamos o acampamento levando as vasilhas. Agora, com o sol de fora e a névoa se dissipando, pudemos ver a cidade de lona que se estendia para todas as direções. Caminhamos lentamente entre as fileiras de barracas, espiando tudo com interesse. Tinha muita gente dormindo ainda, os que acordavam primeiro era os que tinham crianças pequenas. Passamos por um bruxinho de uns dois anos que apertava uma varinha sobre um caramujo e acabou levando broncas da mãe. Mais a frente duas bruxinhas que deveriam ter a mesma idade do menino e brincavam em vassouras de brinquedos que sobrevoava apenas alguns centímetros. Um bruxo do Ministério já as vira; quando passou correndo por mim, Rony, Harry e Hermione, murmurava agitado:

— Em plena luz do dia! Os pais devem estar cochilando, suponho..

  Aqui e ali bruxos e bruxas adultos saíam das barracas e começavam a preparar o café da manhã. Alguns, lançando olhares furtivos para os lados, conjuravam fogueiras com as varinhas; outros acendiam fósforos com ar de dúvida, como se tivessem certeza de que aquilo não ia funcionar. Três bruxos africanos conversavam sentados, trajando longas vestes brancas, enquanto assavam uma carne que parecia coelho sobre uma fogueira púrpura berrante; um grupo de bruxas americanas de meia-idade fofocava alegremente sob a bandeira estrelada que elas haviam estendido entre as barracas, na qual se lia Instituto das Bruxas de Salém. Eu captava fragmentos de conversas em línguas estranhas que saíam das barracas pelas quais passavamos, e embora não conseguisse entender uma única palavra, o tom das vozes era de excitação.

— Hum... são os meus olhos ou tudo ficou verde? — Perguntou Rony

   Não eram os olhos de Rony. Tínhamos entrado em uma área em que as barracas estavam cobertas por uma camada de trevos, dando a impressão de que morrotes de formas estranhas haviam brotado da terra. Víamos rostos sorridentes nas barracas com a aba da entrada erguida. Então, às nossas costas, ouvimos alguém gritar nossos nomes.

— Harry! Rox! Rony! Hermione!

   Era Seamus Finnegan. Estava sentado diante de uma barraca coberta de trevos, em companhia de uma mulher de cabelos louro-claros que só podia ser sua mãe e com Dean Thomas.

— Gostaram da decoração? — Perguntou Seamus sorrindo, quando nos aproximamos para cumprimentá-los —  O Ministério não está nada feliz.

— E por que não deveríamos mostrar nossas cores? — Perguntou a Sra. Finnegan — Vocês deviam ver o que os búlgaros penduraram nas barracas deles. Vocês vão torcer pela Irlanda, naturalmente? — Acrescentou ela nos fixando com insistência

   Depois de termos tranquilizado a senhora de que realmente íamos torcer pela Irlanda, seguimos nosso caminho, embora Rony tivesse comentado:
  
— Como se a gente fosse dizer que não ia, com aquela turma em volta da gente.

— Eu realmente vou. — Comentei

— Que será que os búlgaros penduraram nas barracas? — Indagou Hermione

— Vamos dar uma olhada. — Disse Harry, apontando para uma grande área de barracas mais adiante, onde a bandeira da Bulgária, vermelha, verde e branca, tremulava à brisa.

   As barracas não estavam enfeitadas com plantas, mas cada uma exibia o mesmo pôster, um pôster com um rosto muito carrancudo com grossas sobrancelhas negras. A foto, é claro, se mexia, mas apenas para piscar os olhos e franzir a testa.

— Krum. — Disse Rony em voz baixa

— Quê? — Perguntou Hermione

— Krum! — Reforcei a fala do meu irmão — Vítor Krum, o apanhador búlgaro!

— Ele parece bem rabugento. — Comentou Hermione, olhando para os muitos Krums que piscavam e franziam a testa para nós

— Bem rabugento? — Rony olhou para o céu — Quem se importa com a cara dele? Ele é incrível! E é bem moço, também. Tem uns dezoito anos, por aí. É um gênio, espere até ver hoje à noite.

— Mesmo que eu vá torcer pela Irlanda, não posso negar que ele é incrível. — Argumentei

   Quando finalmente retornarmos a barraca. Hermione ajudou papai a acender a fogueira, já que ele sempre se entusiasmava com essas coisas de trouxas, no entanto ainda tivemos que esperar uns hora até a fogueira esquentar o suficiente para podermos preparar salsichas com ovos. Somente quando a comida já estava basicamente pronta, foi que Bill, Charlie e Percy saíram caminhando da floresta para se reunir à nós.
  
— Acabei de aparatar, papai. — Disse Percy em voz alta, como se ninguém tivesse visto — Ah, que excelente almoço!

   Já haviamosm comido metade das salsichas com ovos quando papai se levantou de um salto, acenando e sorrindo para um homem que vinha em nossa direção.
  
—Ah-ah! — Exclamou ele — O homem do momento! Ludo!

   Ludo Bagman era, sem favor algum, o homem mais chamativo que eu já havia visto, até mesmo incluindo nessa conta o velho Arquibaldo com sua camisola florida ( Que vimos quando fomos buscar água ). Usava longas vestes de quadribol com grandes listras horizontais amarelas e pretas. Uma enorme estampa de uma vespa tomava todo o seu peito. Tinha a aparência de um homem corpulento que parara de se exercitar; suas vestes estavam muito esticadas por cima da enorme barriga, que certamente não existia na época em que ele jogava quadribol pela Inglaterra. Seu nariz era achatado (provavelmente quebrado por algum balaço errante, pensei), mas os redondos olhos azuis, os cabelos louros curtos e a pele rosada o faziam parecer um menino de escola que crescera demais.

— Olá, pessoal! — Exclamou Bagman alegremente. Andava como se tivesse molas nas solas dos pés, era visível que estava num estado de extrema excitação. — Arthur, meu velho. — Ofegou ele, ao chegar à fogueira — Que dia, hein? Será que podíamos ter desejado um tempo mais perfeito? Uma noite sem nuvens... e quase nenhum problema na programação... quase nada para eu fazer!

   Por trás dele, um grupo de bruxos do Ministério, de cara exausta, passou apressado, apontando para a evidência distante de algum tipo de fogueira mágica que disparava faíscas violetas a seis metros de altura.
  
   Percy adiantou-se rapidamente com a mão estendida. Pelo jeito o fato de desaprovar o modo de Ludo Bagman dirigir o departamento, não o impedia de querer causar boa impressão.
  
— Ah... sim. — Disse o papai, sorrindo — Este é o meu filho, Percy, começou a trabalhar no Ministério agora, e este é Fred, não, George, desculpe, esse é o Fred... Bill, Charlie, os outros gêmeos Rox e Rony... minha filha, Ginny... e os amigos de Rony e Rox, Hermione Granger e Harry Potter.

   De maneira discretíssima, Bagman olhou uma segunda vez ao ouvir o nome de Harry, e seus olhos deram a conhecida espiada na cicatriz na testa do garoto.

— Pessoal. — Continuou papai — Este é Ludo Bagman, vocês sabem quem ele é, e é graças a ele que temos entradas tão boas...

  Bagman abriu um sorriso de lado a lado do rosto e fez um gesto com a mão significando que não fora nada.

— Quer arriscar uma apostinha no jogo, Arthur? — Perguntou ele ansioso, sacudindo, ao que parecia, um bocado de ouro nos bolsos das vestes amarelas e pretas — Já aceitei a aposta de Roddy Pontner de que a Bulgária vai marcar primeiro, ofereci a ele uma boa vantagem, levando em conta que os três jogadores avançados da Irlanda são os mais fortes que já vi em anos, e a pequena Ágata Timms apostou meia cota da fazenda de enguias de que a partida vai durar uma semana.

— Ah... vá lá, então. — Disse papai — Vejamos... um galeão na vitória da Irlanda?

— Um galeão? — Ludo Bagman pareceu ligeiramente desapontado, mas se recuperou — Muito bem, muito bem... mais alguma aposta?

— Eles são um pouco jovens demais para andar jogando. — Disse papai — Molly não gostaria...

— Nós apostamos trinta e sete galeões, quinze sicles e três nuques. — Disse Fred, ao mesmo tempo em que ele e George juntavam rapidamente todo o dinheiro que tinham — Que a Irlanda  ganha, mas Vítor Krum captura o pomo. Ah, e damos uma varinha falsa de lambujem.

— Vocês não vão querer mostrar ao Sr. Bagman esse lixo. — Sibilou Percy, mas o bruxo não pareceu achar que a varinha era lixo; muito ao contrário, seu rosto de colegial iluminou-se de excitação ao recebê-la das mãos de Fred e, quando a varinha deu um cacarejo e se transformou em uma galinha de borracha, Bagman caiu na gargalhada.

— Excelente! Não vejo uma varinha tão convincente há anos! Eu pagaria cinco galeões por uma dessas!

   Percy ficou paralisado, numa atitude de indignada desaprovação.
  
— Meninos. — Disse Papai entre dentes — Não quero vocês jogando... isto é tudo que economizaram... sua mãe...

— Não seja estraga prazeres, Arthur! — Trovejou Ludo Bagman excitado, sacudindo as moedas nos bolsos — Eles já são bem grandinhos para saber o que querem! Vocês acham que a Irlanda vai vencer, mas Krum vai capturar o pomo? Nem por milagre, moleques, nem por milagre... Vou dar uma excelente vantagem nessa... e acrescentar mais cinco galeões por essa varinha marota, concordam...

   Papai ficou olhando sem ação enquanto Ludo Bagman puxava um caderninho e uma pena e começava a anotar os nomes dos gêmeos. Eu fiquei boquiaberta, vitória da Irlanda, mas Krum capturar o pomo? Bom, eles tem um bom ponto.

— Tchau. — Disse George, apanhando o pedaço de pergaminho que Bagman lhe estendia e guardando-o no peito das vestes

   Bagman virou-se animadíssimo para papai.
  
— Daria para me fazer um chá, suponho? Estou de olho para ver se localizo Crouch. O meu contraparte búlgaro está criando dificuldades e não consigo entender uma palavra do que ele diz. Bartô poderia resolver o problema, fala umas cento e cinquenta línguas.

— O Sr. Crouch? — Disse Percy, abandonando subitamente o seu ar de impassível desaprovação e quase se contorcendo de óbvia excitação — Ele fala mais de duzentas! Serêiaco, grugulês, trasgueano...

— Qualquer um sabe falar trasgueano. —Disse Fred fazendo pouco caso — É só a gente apontar e grunhir.

   Percy lançou a Fred um olhar feíssimo e atiçou os gravetos da fogueira vigorosamente para fazer a chaleira ferver.

— Ah... é falar no demônio! Bartô!

  Um bruxo acabara de aparatar junto à fogueira, e não poderia oferecer um contraste maior a Ludo Bagman, estirado na grama com as vestes velhas do Wasp. Bartô era um homem mais velho, formal, empertigado, vestido com um terno e uma gravata impecáveis. A risca nos seus cabelos grisalhos e curtos era quase absurdamente reta e o bigode fino de escovinha parecia ter sido aparado com uma régua. Seus sapatos eram exageradamente lustrosos. Percebi na hora por que Percy o idolatrava. Percy acreditava fielmente em obedecer às regras sem fazer concessões, e o Sr. Crouch obedecera à regra de se vestir como trouxa tão rigorosamente que era difícil acreditar que realmente era um bruxo.

— Estrague um pouco a grama, Bartô. — Dissse Ludo animadamente, batendo no chão

— Não, muito obrigado. — Respondeu Crouch, e havia um vestígio de impaciência em sua voz — Estive procurando-o por toda parte. Os búlgaros insistem que coloquemos mais doze cadeiras no camarote de honra.

— Ah, é isso que eles querem? —Exclamou Bagman — Achei que o sujeito estava pedindo uma pinça emprestada. Sotaque forte o dele.

— Sr. Crouch! — Disse Percy sem fôlego, curvando-se numa espécie de meia reverência que o fez parecer corcunda — O senhor aceita uma xícara de chá?

— Ah. — Exclamou o bruxo, olhando surpreso para Percy — Claro... obrigado, Weatherby.

   Fred e George se engasgaram dentro das xícaras de que bebiam e eu por pouco também não ri. Percy, as orelhas muito rosadas, ocupou-se com a chaleira.
  
— Então, muito ocupado, Bartô? — Perguntou Bagman despreocupadamente

— Bastante. — Respondeu o outro seco, aceitando a xícara de Percy — Organizar chaves de portal em cinco continentes não é uma tarefa qualquer, Ludo.

— Imagino que os dois vão ficar contentes quando o evento acabar. — Comentou papai

   Ludo Bagman pareceu chocado.
  
— Contente! Não me lembro de ter me divertido tanto... ainda assim, não é que não haja mais trabalho pela frente, hein, Bartô? Hein? Muita coisa ainda para organizar, hein?

   O Sr. Crouch ergueu as sobrancelhas para Bagman.
  
— Combinamos não anunciar nada até todos os detalhes...

— Ah, os detalhes! — Exclamou Bagman, afastando a palavra como se fosse uma nuvem de mosquitos — Eles já assinaram, então Concordaram? Aposto o que você quiser como esses garotos vão saber logo. Quero dizer, vai acontecer em Hogwarts...

— Ludo, precisamos receber os búlgaros, sabe. — Disse o Sr. Crouch bruscamente, cortando os comentários de Bagman — Obrigado pelo chá, Weatherby.

   Ele devolveu a Percy a xícara de chá intocada e esperou Ludo se levantar; Bagman se pôs em pé com dificuldade, virando o restinho de chá, o ouro em seus bolsos tilintando alegremente.

— Vejo vocês todos mais tarde! — Disse ele — Vão ficar no camarote de honra comigo, vou comentar o jogo! — Ele acenou, Bartô Crouch fez um movimento rápido com a cabeça e os dois desaparataram.

— Que é que vai acontecer em Hogwarts, papai? — Perguntou Fred na mesma hora — Do que eles estavam falando?

— Você vai descobrir logo. — Disse papai sorrindo

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