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16. Taça das Casas
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Sim, senhores, Slytherin está de parabéns. No entanto, temos de levar em conta alguns recentes acontecimentos.
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Antes que pudéssemos apanhar as vassouras na câmara das chaves aladas, passar por Fofo e subir para o corujal, Hermione veio correndo em nossa direção.
— Como está, Rox? — Perguntou depressa
— Estou bem. Minha cabeça só dói um pouco.
— Achei que já tivessem subido. Vamos, temos que ir logo. — Assim ela subiu em uma vassoura mais que depressa
— O que aconteceu? Cadê Harry? — Perguntou Ron também subindo em uma das vassouras
— Não pude passar com ele. Temos que avisar a Dumbledore, depressa vamos.
Também subi rapidamente em uma das vassouras e os três levantamos vôo saindo daquele lugar. Deixamos as vassouras jogadas na porta do terceiro andar e corremos para o corujal, mas encontramos com Dumbledore no saguão da entrada.
— Harry foi atrás dele, não foi? — Perguntou, mas antes que pudessemos responder, ele saiu desabalado em direção ao terceiro andar
Nos entreolhamos sem entender nada, mas era bom saber que Dumbledore estava de volta.
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Eram três dias que se passaram desde o acontecimento, Harry estava na enfermaria desde estão. Eu, Hermione e Ron estávamos bastante preocupados e desesperados, já que ele ainda não tinha acordado. Toda a escola sabia do que aconteceu e Harry tinha voltado a ser o garoto mais popular de Hogwarts, mesmo que isso incomodasse bastante Malfoy. Não passava das duas da tarde daquele dia quando felizmente a Madame Pomfrey, encarregada da ala hospitalar nos permitiu entrar para ver Harry que finalmente tinha acordado.
— Harry!
Hermione estava prestes a abraçá-lo, mas logo se conteu, imagino que ele agradeceu mentalmente, pois parecia estar com dor. Ao seu lado tinha vários doces e presentes mandados de quase todos os alunos em homenagem pelo ato heróico de Harry.
— E aí, salvador da pátria, como está? — Perguntei com um sorriso olhando para ele
— Ah, Harry, nós estávamos certos que você ia... Dumbledore estava tão preocupado... — Granger falava
— A escola inteira não fala em outra coisa — Ron logo também falou algo — Mas, no duro, conta aí, o que foi que aconteceu?
Era uma das raras ocasiões em que a história verdadeira é ainda mais estranha e excitante do que os boatos fantásticos. Harry nos contou tudo, detalhe por detalhe. Na verdade nunca tinha sido Snape e sim Quirrell, no jogo de quadribol, quem tentava lançar um feitiço em Harry era o Professor Quirrell, Snape apenas estava tentando reverter o feitiço e ele sempre estava na cola de Quirrel por desconfiar dele, na verdade o ano todo, Snape tentou proteger Harry. Ele também nos contou sobre a pedra filosofal e como ela só aparecia para quem o queria achar, sem usar. Eu, Rony e Hermione éramos ótimos ouvintes, escutamos tudo atentamente sem dizer uma só palavra, mas quando Harry nos contou o que havia sob o turbante de Quirrell, Hermione soltou um grito.
— Era mesmo o rosto de Você-Sabe-Quem? — Perguntei assustada
— Sim. Quirrel deixou o turbante cair no chão e virou de costas, aí eu vi claramente, no lugar onde devia ser a parte de trás de sua cabeça, era muito estranho e aterrorizante. — Harry explicou
— Puxa...
Harry também nos contou que a Pedra Filosofal estava destruída, o que nos levava a uma breve conclusão.
— Então a Pedra acabou? — Ron perguntou — Flamel simplesmente vai morrer?
— Foi o que perguntei, mas Dumbledore acha que... Como foi mesmo que ele falou?... Ah sim, que para a mente bem estruturada a morte é apenas uma grande aventura seguinte.
— Eu sempre disse que ele era biruta. — Falei gargalhando um pouco
Não podia negar que estava impressionada com a grande aventura que Harry tinha passado, aquilo era tudo uma loucura, era difícil acreditar que realmente tinha acontecido.
— Então, e o que aconteceu com vocês três? — Perguntou Harry
— Bom, eu voltei sem problemas. – Explicou Hermione — Encontrei com os gêmeos já na câmara das chaves aladas, estávamos correndo para o corujal para nos comunicar com o Prof. Dumbledore quando o encontramos no saguão de entrada, ele já sabia de tudo, apenas disse algo e saiu correndo para o terceiro andar.
— Você acha que ele queria que você fizesse aquilo? — Perguntei — Porque, tipo, ele mandou a capa do seu pai e tudo o mais?
— Será? — Ron parecia pensar sobre aquilo
— Bom! — Hermione parecia irritada — Se ele fez isso... Quero dizer... Isso é horrível... Você podia ter sido morto. Nós podíamos ter morrido.
— Não, não é horrível. — Harry falou pensativo — Ele é um homem engraçado, o Dumbledore. Acho que meio que queria me dar uma chance. Acho que sabe mais ou menos tudo o que acontece por aqui, sabe? Imagino que tivesse uma boa ideia do que íamos tentar fazer e em lugar de nos impedir, ele simplesmente ensinou o suficiente para nos ajudar. Não acho que tenha sido por acaso que me deixou descobrir como o espelho funcionava. Era quase como se pensasse que eu tinha o direito de enfrentar Voldemort se pudesse...
— É, a marca de Dumbledore, com certeza. — Ron falou, orgulhoso
— Olhe, trate de ficar bem logo viu. — Comecei a falar — Você precisa estar bom para a festa de fim de ano, amanhã. Os pontos já foram todos computados e como esperado, Slytherin ganhou, é claro.
— Sem você no último jogo de quadribol, fomos estraçalhados pela Ravenclaw. Mas pelo menos a comida vai ser legal. — Ron completou
— Eu acho irônico. Os alunos da Ravenclaw são considerados Gênios, se são super inteligentes, não deveriam ser bom em esportes. — Gargalhei um pouco
— E chamam os Gryffindor de corajosos, mas veja só o Neville, ele é super medroso. — Ron completou também rindo
Hermione apenas revirou os olhos para nós.
— Gêmeos. — Ironizou ela
No mesmo instante, Madame Pomfrey entrou no quarto, nos interrompendo.
— Vocês já estão aí há quinze minutos, agora FORA! — Falou com firmeza.
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Era chegado o dia tão esperado, claro que não estávamos tão animados porque Gryffindor tinha perdido o campeonato das casas, mas eu tentei pensar só na comida, apenas pra me animar. Desci para o Salão Principal e vi que estava decorado com as cores de Slytherin, verde e prata, para comemorar sua conquista do campeonato das casas pelo sétimo ano consecutivo. Uma enorme bandeira com a serpente da Slytherin cobria a parede atrás da mesa principal.
Me sentei ao lado de Hermione e Percy na mesa da Gryffindor, Rony ficou bem à minha frente ao lado de Fred e George. Demorou um pouco e Harry entrou, houve um silêncio momentâneo e em seguida todos começaram a falar alto e ao mesmo tempo. Ele se sentou discretamente numa cadeira entre eu e Percy e tentou fingir que não via as pessoas se levantarem para espiá-lo.
Felizmente, Dumbledore chegou instantes depois e a algazarra foi serenando.
— Mais um ano que passou! — O Professor Dumbledore falava alegremente — E preciso incomodar vocês com a falação asmática de um velho antes de cairmos de boca nesse delicioso banquete. E que ano tivemos! Espero que as suas cabeças estejam um pouquinho menos ocas do que antes... Vocês têm o verão inteiro para esvaziá-las muito bem, antes do próximo ano letivo. Agora, pelo que entendi, a taça das casas deve ser entregue e a contagem de pontos é a seguinte: Em quarto lugar Gryffindor com duzentos e sessenta e dois pontos; Em terceiro, Hufflepuff com trezentos e cinquenta e dois pontos; Ravenclaw, com quatrocentos e vinte e seis; e Slytherin com quatrocentos e setenta e dois pontos.
Com isso uma tempestade de pés e mãos batendo irrompeu da mesa da Slytherin. Era uma cena nauseante.
— Sim, senhores, Slytherin está de parabéns. No entanto, temos de levar em conta alguns recentes acontecimentos.
A sala mergulhou em profundo silêncio, assim que Dumbledore tornou a falar.
— Tenho alguns pontos de última hora para conferir. Vejamos. Sim... Primeiro: Aos Gêmeos Weasley, os mais novos. Senhor Ronald Weasley e Senhorita Roxanne Weasley.
O meu rosto e o de Rony se coloriu de vermelho-vivo; nos entreolhamos meio intrigados e pareciamos um rabanete que apanhara sol demais na praia.
— ... Pelo melhor jogo de xadrez presenciado por Hogwarts em muitos anos, eu confiro à cada um cinquenta pontos. Ou seja, cem pontos para Gryffindor.
Os vivas da Gryffindor quase levantaram o teto encantado; as estrelas lá no alto pareceram estremecer. Conseguimos ouvir Percy entusiasmado dizer aos outros monitores: “São meus irmãos, sabiam? Meus irmãozinhos! Eles venceram uma partida no jogo vivo de xadrez de McGonagall!”
Eu mal conseguia acreditar, eu e Ron nos entreolhamos sorridentes. Mas todos voltaram a fazer silêncio. E Dumbledore prosseguiu.
— Segundo: à Senhorita Hermione Granger... Pelo uso de lógica inabalável diante do fogo, concedo à Gryffindor mais cinquenta pontos.
Hermione escondeu o rosto nos braços; Eu tenho a forte suspeita de que ela tinha caído no choro de emoção. Os alunos da Gryffindor por toda a mesa não cabiam em si de contentes – tínhamos subido cento e cinquenta pontos.
— Terceiro: Ao Senhor Harry Potter. — A sala ficou mortalmente silenciosa — Pela frieza e excepcional coragem, concedo à Gryffindor sessenta pontos.
A balbúrdia foi ensurdecedora. Os que conseguiam somar enquanto berravam de ficar roucos sabiam que Gryffindor agora chegara a quatrocentos e setenta e dois pontos, ou seja, exatamente o mesmo que Slytherin. Precisariam sortear a taça das casas – se ao menos
Dumbledore tivesse dado a Harry um pontinho a mais.
Ele logo ergueu a mão. A sala gradualmente se aquietou.
— Existe todo tipo de coragem. — Dumbledore falava sorrindo — É preciso muita coragem para enfrentarmos os nossos inimigos e ainda mais coragem para enfrentar os nossos amigos. Portanto, concedo dez pontos ao Senhor Neville Longbottom.
Alguém que estivesse do lado de fora do Salão Principal poderia ter pensado que ocorrera uma explosão, de tão alta foi a barulheira que irrompeu na mesa da Gryffindor. Eu, Harry, Ron e Hermione nos levantamos para gritar e dar vivas enquanto Neville, branco de susto, desaparecia debaixo de uma montanha de gente que o abraçava. Jamais ganhara um único ponto para Gryffindor antes.
A alegria era contagiante, ainda gritando, pude notar Hermione me cutucar e apontar Malfoy, ele não poderia ter feito uma cara mais perplexa e horrorizada, ainda se tivesse acabado de ser encantado com o Feitiço do Corpo Preso.
Ele não conseguia acreditar no que estava acontecendo, eu senti um pouco de pena ao ver seu rosto, mas não ia deixar aquilo afetar tanto meu humor, aliás, duzentos dos pontos que perdemos, era culpa dele, na verdade, bem mais do que isso, se contar os cinquenta do começo do ano.
— O que significa... — Continuou Dumbledore procurando se sobrepor à tempestade de aplausos, até Ravenclaw e Hufflepuff estavam comemorando a derrota de Slytherin — ... Que precisamos fazer uma pequena mudança na decoração.
E, dizendo isto, bateu palmas. Num instante, os panos verdes se tornaram vermelhos e, os prateados, dourados; A grande serpente da Slytherin desapareceu e o imponente leão da
Gryffindor tomou o seu lugar. Snape apertou a mão da Professora Minerva, com um horrível sorriso amarelo.
Fora uma das melhores noites da minha vida, o banquete estava delicioso. E toda a mesa da Gryffindor estavam contentes, finalmente pareciam ter perdoado a gente pelos duzentos pontos que perdemos.
— Eles podem já ter feito tudo... — Ron começou a falar para mim, se referindo a nossos irmãos — Tudinho... Mas tenho certeza que nunca ganharam cem pontos de uma vez.
— Somos demais né, irmão?
— Claro irmã!
E então levantamos as mãos e fizemos um bate, com um sorriso largo. Fred e George começaram a repetir que éramos exibidos, mas também estavam bem contentes.
Eu quase me esqueci que os resultados dos exames ainda estavam por vir. Porém pra minha grande surpresa, tanto eu, quanto Ron e Harry passamos com boas notas; Hermione, é claro, foi a melhor do ano. Até Neville passou raspando, sua boa nota em Herbologia compensou a péssima nota em Poções. Tínhamos esperança de que Goyle, que era quase tão burro quanto era mau, fosse expulso, mas ele também acabou passando de ano. Foi uma pena, mas, como disse Rony, não se podia ter tudo na vida.