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09. Quem é Nicolau
Flamel?
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Esqueçam aquele cachorro e esqueçam o que ele está guardando, isto é coisa do Professor Dumbledore com o Nicolau Flamel...
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Logo depois do jogo, ou algum tempo depois, já que tive que fazer uma coisa primeiro, fomos os quatro para a casa de Hagrid, ele preparava uma xícara de chá forte, e fazia alguns biscoitos para nós.
— Foi Snape — Explicou Rony — Nós vimos. Ele estava azarando a sua vassoura, Harry, murmurando algo, não despregava os olhos de você.
Eles afirmavam que viram Snape azarando a vassoura de Harry, coisa que eu acabei não notando, pois estava discutindo com Malfoy.
— Bobagens. — Hagrid nos falou — Por que Snape faria uma coisa dessas?
Nos entreolhamos rapidamente, imaginando o que lhe contar. Mas Harry pareceu decidir contar a verdade.
— Acontece que descobrimos uma coisa. — Ele começou a falar — O Snape tentou passar pelo cachorro de três cabeças no Dia das Bruxas. Levou uma mordida. Achamos que estava tentando roubar o que o cachorro está guardando.
— Cérbero. — Corrigi, mas fui ignorada
Hagrid deixou cair o bule de chá, assim que ouviu as palavras de Harry.
— Como é que vocês sabem da existência do Fofo?
— Fofo? — Ron perguntou intrigado
— Como é? Aquela coisa tem nome? — Perguntei também intrigada
— É... é meu... comprei-o de um grego que conheci num bar no ano passado. Emprestei-o a Dumbledore para guardar o...
— O quê? — Perguntou Harry, ansioso
— Não me perguntem mais nada — Retrucou Hagrid com impaciência — É segredo.
— Mas Snape está tentando roubá-lo. — Cruzei os braços para ele
— Bobagens. — Repetiu — Snape é professor de Hogwarts, não faria uma coisa dessas. Agora, escutem bem, os quatro: Vocês estão se metendo em coisas que não são de sua conta, e isso é perigoso. Esqueçam aquele cachorro e esqueçam o que ele está guardando, isto é coisa do Professor Dumbledore com o Nicolau Flamel...
— Ah-ah! — Exclamou Harry. — Então tem alguém chamado Nicolau Flamel metido na jogada, é?
Hagrid parecia furioso consigo mesmo, eu amava isso dele, não conseguia guardar segredo, agora estávamos bem mais perto de descobrir o que o Cérbero, por nome de Fofo guardava.
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O Natal se aproximava. Em uma certa manhã em meados de dezembro, Hogwarts acordou coberta com mais de um metro de neve. O lago estava congelado, e mesmo assim, Fred e George conseguiram ser castigados por mais uma de suas pegadinhas. As poucas corujas que conseguiam se orientar no céu tempestuoso para entregar correspondência tinham de ser tratadas por Hagrid para recuperar a saúde antes de voltarem a voar.
Todos mal aguentavam esperar as férias de Natal. E embora a Sala Comunal da Gryffindor e o Salão Principal tivessem grandes fogos nas lareiras, os corredores varridos por correntes de ar tinham se tornado gélidos e um vento cortante sacudia as janelas das salas de aulas. As piores aulas, com certeza, era as do Professor Snape nas masmorras, onde a nossa respiração virava uma névoa diante de nós e procurávamos ficar o mais próximo possível dos nossos caldeirões. Mesmo com tudo isso, Malfoy conseguia ser irritante.
— Tenho tanta pena — Disse ele, em uma das aulas de Poções — Dessas pessoas que têm que passar o Natal em Hogwarts porque a família não as quer em casa.
Olhou diretamente para Harry, eu e Ron ao dizer isso. Crabbe e Goyle riram.
— Não se cansa de ser idiota, Malfoy? — Lhe disse impaciente
Harry, que estava medindo pó de espinha de peixe-leão, não lhes deu atenção. Malfoy andava muito mais desagradável do que de costume desde a partida de quadribol. Estava aborrecido porque a Slytherin tinha perdido e também por causa da vasta inveja que sentia de Harry.
Acontece que Harry não voltaria para casa no Natal. A Professora Minerva tinha passado a semana anterior fazendo uma lista dos alunos que iam ficar em Hogwarts no Natal, e Harry assinou seu nome na mesma hora. Eu, Ron e nossos irmãos também íamos passar o natal aqui já que papai e mamãe iam viajar à Romênia para visitar Charlie. Eu queria ir junto, estava morrendo de saudades do Chay, mas era bom ficar e fazer companhia a Harry.
Quando saímos das masmorras ao final da aula de Poções, encontramos um grande tronco de pinheiro bloqueando o corredor à frente. Dois pés enormes que apareciam por baixo do tronco e alguém bufando alto denunciou a todos que Hagrid estava por trás dele.
— Oi, Rúbeo, quer ajuda? — Ron perguntou metendo a cabeça por entre os ramos
— Não, estou bem, obrigado, Rony.
— Vocês se importariam de sair do caminho? — Ouvimos uma voz arrastada e seca, era Draco bem atrás de nós — Está tentando ganhar uns trocadinhos, Weasley? Vai ver quer virar guarda-caça quando terminar Hogwarts. A cabana de Rúbeo deve parecer um palácio comparada ao que sua família está acostumada.
Aquele garoto já estava testando meus limites, então avancei pra cima dele junto de Ron, mas foi justamente na hora em que Snape subia as escadas.
— WEASLEY!
Eu e Ron apenas ajeitamos nossas posturas soltando as vestes de Draco.
— Eles foram provocados, Professor Snape — Explicou Hagrid, deixando aparecer por trás da árvore a cara peluda — Draco ofendeu a família deles.
— Seja por que for, brigar é contra o regulamento de Hogwarts, Hagrid. — Disse Snape, insinuante —Principalmente, se for dois contra um. Cinco pontos a menos para Gryffindor, Weasley, e dêem graças a Deus por não ser mais. Agora, vamos andando, todos.
Draco, Crabbe e Goyle passaram pela árvore com brutalidade, espalhando folhas para todo lado com sorrisos nos rostos.
— Eu pego ele! — Prometi rilhando os dentes às costas de Draco — Um dia desses, eu juro que pego ele!
— Odeio os dois. — Disse Harry
— Mas eram quatro, Snape, Draco, Crabbe e Goyle. — Ron falou enquanto contava nos dedos pra ver se não tinha esquecido de alguém
— Estou falando de Draco e Snape.
— Vamos, ânimo queridos, o natal está chegando. — Hagrid disse tentando nos animar — Venham comigo, vou lhes mostrar o que vamos fazer. O Salão Principal está lindo.
Então, os quatro, acompanhamos à Hagrid que puxava sua árvore até o Salão Principal, onde a Professora Minerva e o Professor Flitwick estavam trabalhando na decoração para o Natal.
— Ah, Hagrid, a última árvore... Ponha naquele canto ali, por favor.
O salão estava simplesmente espetacular. Festões de azevinho e visco pendurados a toda a volta das paredes e nada menos que doze enormes árvores de Natal estavam dispostas pelo salão, umas cintilando com cristais de neve, outras iluminadas por centenas de velas.
— Quantos dias até as férias? — Perguntou Hagrid
— Um. — Respondi
— Ah, isso me lembra uma coisa. — Disse Hermione — Harry, Rony, Rox, falta meia hora para o almoço, devíamos estar na biblioteca.
— Ih, é mesmo — Ron falou despregando os olhos do Professor Flitwick, que fazia sair bolhas azuis da ponta da varinha e as levava para cima dos galhos da árvore que acabara de chegar
— Biblioteca? — Hagrid se espantou enquanto nos acompanhava para fora da sala — Na véspera das férias? Não estão estudando demais?
— Ah, não estamos estudando. — Respondi animada
— Desde que você mencionou o Nicolau Flamel estamos tentando descobrir quem ele é. — Harry nos dedurou
— Vocês o quê? — Hagrid parecia chocado — Ouçam aqui, eu já disse a vocês, parem com isso! Não é da sua conta o que o cachorro está guardando.
— Cérbero.
— JÁ DEU ROX! — Harry, Ron e Mione falaram ao mesmo tempo. Eu dei de ombros cruzando os braços
— Só queremos saber quem é
Nicolau Flamel, só isso. — Explicou Hermione
— A não ser que você queira nos dizer e nos poupar o trabalho. — Acrescentei
— Já devemos ter consultado uns cem livros e não o encontramos em lugar nenhum. Que tal nos dar uma pista? Sei que já li o nome dele em algum lugar. — Continuou Harry
— Não digo uma palavra. — Respondeu Hagrid, decidido.
— Então vamos ter que descobrir sozinhos. — Ron falou por fim
E assim saímos depressa para a biblioteca, deixando Hagrid desapontado. Andavamos realmente procurando o nome de Flamel nos livros desde que Hagrid deixara escapá-lo, porque de que outra maneira íamos descobrir o que Snape estava tentando roubar? O problema é que era muito difícil saber por onde começar, sem saber o que Flamel poderia ter feito para aparecer em um livro. Não se encontrava em Grandes sábios do século XX, nem em Nomes notáveis da mágica do nosso tempo, não era encontrável tampouco em Importantes descobertas modernas da magia nem em Um estudo dos avanços recentes na magia. E, é claro, havia também o tamanho da biblioteca em si, dezenas de milhares de livros; milhares de prateleiras; centenas de corredores estreitos.
Nós quatro tínhamos concordado que era melhor não perguntar à Madame Pince, a bibliotecária, onde poderíamos encontrar Flamel. Tínhamos convicção de que ela saberia informar, mas não podíamos arriscar que Snape ouvisse o que andavamos tramando.
Não demorou a sairmos da biblioteca, mais uma vez depois de quinze dias, com as mãos vazias.
— Vocês vão continuar procurando enquanto eu estiver fora, não vão? — Recomendou Hermione — E me mandem uma coruja se encontrarem alguma coisa.
— E você poderia perguntar aos seus pais se sabem quem é Flamel — Falei
— Não tem perigo em perguntar a eles, não é? — Ron perguntou
— Nenhum, os dois são dentistas.