- Senhoras e senhores, um minuto da atenção de vocês, por favor. - Meu irmão pediu com sua taça de champanhe em uma mão e uma colher em outra, silenciando os convidados.

Qual é, Stephan. Agora não!

- Como todos sabem, estamos aqui hoje para comemorar o aniversário de 24 anos de Thomas Strorck, o pirralho do meu irmão. - Ele disse erguendo levemente a taça em minha direção. - Então, para marcar este evento, nossa mãe gostaria de pronunciar algumas palavras.

Stephan deixou a colher sobre a bandeja de um garçom aleatório e se virou para seu lado direito, estendendo a mão.

- Mãe... - Chamou.

Minha mãe sorriu, saindo do meio da multidão para alcançar a mão do meu irmão.

Furtivamente olhei para trás e vi Alice segurando a mão de Angeline, ambas tão concentradas naquela cena quanto todos os outros convidados.

Ótimo. Pelo menos enquanto minha mãe estiver falando, ela não vai embora.

- Boa noite a todos. - Ela disse com um sorriso tímido recebendo um "Boa noite" em uníssono de volta.

- Hm... bem... - Ela riu, nervosa, o que quase me fez sorrir também.

Minha mãe é a diretora do maior hospital de sua cidade e precisa lidar frequentemente com situações embaraçosas - tais como anunciar a entes queridos de um paciente que ele não resistiu e faleceu -, é irônico vê-la apreensiva agora por ter que falar em público.

Ela respirou fundo e desdobrou uma folha de papel que eu nem havia reparado que ela segurava antes de começar a ler devagar:

- Há exatamente quinze anos, cinco meses e dezenove dias, esse rapaz entrou na minha vida. - Ela me olhou por um segundo e sorriu, então voltou sua atenção para o texto. - Eu me lembro como se fosse ontem da primeira vez que o vi. Nós conversamos por horas. Eu sei que cedo ou tarde posso acabar esquecendo boa parte do que dissemos, mas tem algo que não quero esquecer. - Minha mãe ergueu seus olhos para mim novamente, sorrindo com carinho. - Ele me olhou com esses olhos lindos e perguntou... "Você quer ser minha mãe?"

Ela permaneceu me encarando por alguns segundos e, mesmo de longe, eu podia ver as lágrimas começarem a se formar em seus olhos. Não prestei atenção à reação dos convidados ao terem que tentar imaginar um homem como eu sendo o menino que minha mãe estava descrevendo.

Finalmente, ela voltou sua atenção para a folha e prosseguiu:

- Eu respondi: "Nada me daria mais prazer", porque... eu já me sentia sua mãe antes mesmo de ser. Eu amei você, Thomas... desde que meus olhos te encontraram pela primeira vez. Você se tornou meu segundo filho, uma parte de mim... e ninguém pode imaginar minha satisfação por isso.

Eu podia sentir meus olhos embaçados ao olhar a mulher que mudou minha vida aos oito anos enquanto ela, carinhosamente, continuava:

- Eu tenho tanto orgulho de você, filho... tenho orgulho de ser sua mãe. Obrigada por me dar a honra de fazer parte da sua vida e obrigada... por mudar a minha. Quero te parabenizar não apenas pelo seu aniversário, mas por tudo o que conquistou com apenas vinte e quatro anos. - Seus olhos ficaram quase imperceptivelmente mais tristes quando ela me olhou: - Agora espero que eu tenha a chance de te ver conquistar o que realmente importa. - E, sem me dar tempo de compreender suas últimas palavras, ela ergueu sua taça: - Um brinde aos vinte e quatro anos do meu filho.

Quando os convidados levantaram suas taças resmungando felicitações - obviamente falsas, porque a maioria que estava presente me odiava -, caminhei até minha mãe que tinha os olhos banhados em lágrimas.

Um plano para nós (PAUSADO)On viuen les histories. Descobreix ara