Capítulo 6

72.2K 7.9K 9.4K
                                    

Nota da autora: Eu não sou responsável pelas palavras do Thomas. Por favor, não julguem seu jeito de se expressar. Lembrem-se que o livro é cristão, mas Thomas é ateu.

Boa leitura amorecos da Mih ❤

#-#

Thomas narrando:

Eu devia estar zangado. Merda, eu devia estar muito zangado.

Eu tinha que ter saído do quarto no momento em que meu troféu atingiu o chão e ter procurado George, ordenando-o a fazer um contrato de demissão para Sarah imediatamente. Porque se usarmos a lógica, tudo afinal era culpa dela. A filha era dela, e quem me ligou pedindo permissão pra que a menina ficasse aqui, foi ela. Logo, se a garota estava trancada no meu closet, Sarah era a responsável.

Eu devia ter agido sem pensar duas vezes, como sempre faço, tão logo o primeiro desastre foi realizado, mas não. Cometi o erro terrível de olhar nos olhos dela... e então qualquer raiva se esvaiu de mim totalmente, como um rio que deságua para o mar.

Não era por causa de sua aparência. Certo, não posso negar que me surpreendi ao perceber que ela era uma linda adolescente entrando na fase adulta - não uma criança, como imaginei -, mas ela estava apenas entre as mulheres bonitas que já conheci, o que não foram poucas. Se eu me deixasse cativar por toda intensa beleza feminina que cruza meu caminho, eu certamente já teria me apaixonado cerca de vinte vezes. Só esse mês.

Mas Angeline... obviamente não foi sua beleza que me deixou mudo. Nem o jeito como ela me olhava, petrificada. Nem o modo como suas bochechas estavam vermelhas desde o momento em que me viu. Não, com certeza não foi isso.

O que me deixou sem fala foi o modo como a atmosfera ficou mais leve, o ar mais calmo, no instante em que seus olhos encontraram os meus. De repente uma paz tranquila invadiu o ambiente, e de uma forma absurda, eu sabia que isso provinha dela. Era algo diferente, um brilho único, uma serenidade fora do normal.

Ela tinha algo. Algo inominável e surreal... e eu queria saber o que era.

Segundos intermináveis se passaram sem que disséssemos qualquer coisa, ela me olhando em choque e eu me perguntando o que raios ela fez comigo sem nem sequer dizer nada. Mas a menos que eu não reagisse de alguma forma, estava claro que ficaríamos ali pela próxima uma ou duas horas.

E então reagi. Da maneira mais estúpida e impensada possível:

- Sua amiga está preocupada.

E foi assim que eu devo ter perdido toda credibilidade de cruel para ela.

Enquanto Angeline conversava ao telefone algo que eu realmente não prestei a mínima atenção, meus olhos não conseguiam deixá-la mesmo que ela estivesse de costas. Reparei no modo como ela balançava a cabeça eventualmente e mexia os dedos da mão... como seu cabelo sacudia suavemente a cada movimento... como sua voz conseguia soar como um calmante, me fazendo quase esquecer que meu troféu estava quebrado a poucos centímetros dos meus pés.

Qual é o meu problema? É apenas uma garota, merda! Um raio de uma garota que quebrou meu troféu!

- Ela desligou. - Angeline se voltou para mim, e nem mesmo uma resposta para esse comentário tosco eu consegui encontrar.

Ao invés disso mudei de assunto, e então, gradativamente, me senti no controle da situação novamente. Ela não era tão diferente assim.

O brilho que ela possuía ainda estava presente, algo que talvez ela devesse não saber, mas eu podia lidar com isso.

Um plano para nós (PAUSADO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora